domingo, 10 de fevereiro de 2013

Patinho Feio, carro de corrida feito com peças de Fusca vai virar filme

Quatro amigos apaixonados por automobilismo transformam véiculo para disputar uma corrida. Carro larga em último e chega em segundo lugar

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

A paixão de quatro jovens por automobilismo fez com que um Fusca velho e batido se transformasse em um carro de corrida, em 1967. Zeca Vassalo, Jean Luís, Helladio Monteiro e Alex Dias Ribeiro o montaram em uma oficina improvisada para participar de uma competição. O que ninguém imaginava é que Patinho Feio, apelido que o veículo ganhou, fosse fazer tanto sucesso ao longo dos anos a ponto de virar filme nos dias de hoje.

- Ele tinha quatro faróis de milha em cima e dos painéis dianteiros. Parecia um gafanhoto – lembra Helladio.

Os jovens tinham menos de 20 anos na época, mas já entendiam de mecânica e construíram o carro em três meses na garagem da mãe de Zeca. O possante ficou pronto exatamente no dia da corrida: os 500 km de Brasília, em 1967. Patinho Feio saiu da garagem direto para o grid de largada.

Se ele desse uma volta nós já estaríamos muito feliz"
Zeca Vassalo
 
Apesar da aparência esquisita que fez o público rir, ele cumpria todas as exigências dos organizadores da prova. Na época, o regulamento era mais frouxo. O carro largou em último.

- Se ele desse uma volta nós já estaríamos muito feliz – comenta Zeca.

Mas o veículo superou todas as expectativas e, depois de seis horas de prova, cruzou a linha de chegada na segunda posição.

- Não tínhamos dimensão do que tinha acontecido. Depois que chegamos, vimos que todo mundo estava torcendo pela gente - ressalta Alex.

O resultado mudou a vida dos quatro amigos. No ano seguinte, em 1968, eles participam dos mil quilômetros em Brasília. Aquele carro estranho chamou a atenção do piloto que ainda seria bicampeão mundial da Fórumla 1.

- Quando eu vi pela primeira vez eu falei: ”nossa, é isso aqui?”. Só o nome Patinho Feio já dizia tudo. Ele pesava muito pouco, andava muito rápido. Eu falava: “como é que esse carro está andando?”– lembra Emerson Fittipaldi.

Com o sucesso da empreitada, o grupo criou uma empresa e virou a equipe Camber, que mais tarde revelou seu mecânico como um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro, Nelson Piquet. E foi na mão do piloto que Patinho Feio venceu uma corrida.

- Eu trabalhei como mecânico na Camber, montando motocicleta, andando corrida de kart pela equipe e corri com o Patinho feio também.

A equipe acabou nos anos 70 e o carro de corrida, que marcou época, ficou um bom tempo parado. Mas, assim como no conto infantil, a história teve um final feliz e o Patinho Feio virou cisne: hoje tem rodas esportivas, aerofólio, pintura impecável e vai virar filme.

- São quatro amigos que mal terminaram o 2º grau e construíram um carro no fundo de um quintal. Isso é cinema! – finaliza Denilson Félix, diretor do documentário.

patinho feio (Foto: Reprodução TV Globo)Patinho feio tem peças de Fusca e vira filme. (Foto: Reprodução TV Globo

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2013/02/patinho-feio-carro-de-corrida-feito-com-pecas-de-fusca-vai-virar-filme.html

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