Quatro amigos apaixonados por automobilismo transformam véiculo para disputar uma corrida. Carro larga em último e chega em segundo lugar
- Ele tinha quatro faróis de milha em cima e dos painéis dianteiros. Parecia um gafanhoto – lembra Helladio.
Os jovens tinham menos de 20 anos na época, mas já entendiam de mecânica e construíram o carro em três meses na garagem da mãe de Zeca. O possante ficou pronto exatamente no dia da corrida: os 500 km de Brasília, em 1967. Patinho Feio saiu da garagem direto para o grid de largada.
Se ele desse uma volta nós já estaríamos muito feliz"
Zeca Vassalo
- Se ele desse uma volta nós já estaríamos muito feliz – comenta Zeca.
Mas o veículo superou todas as expectativas e, depois de seis horas de prova, cruzou a linha de chegada na segunda posição.
- Não tínhamos dimensão do que tinha acontecido. Depois que chegamos, vimos que todo mundo estava torcendo pela gente - ressalta Alex.
O resultado mudou a vida dos quatro amigos. No ano seguinte, em 1968, eles participam dos mil quilômetros em Brasília. Aquele carro estranho chamou a atenção do piloto que ainda seria bicampeão mundial da Fórumla 1.
- Quando eu vi pela primeira vez eu falei: ”nossa, é isso aqui?”. Só o nome Patinho Feio já dizia tudo. Ele pesava muito pouco, andava muito rápido. Eu falava: “como é que esse carro está andando?”– lembra Emerson Fittipaldi.
Com o sucesso da empreitada, o grupo criou uma empresa e virou a equipe Camber, que mais tarde revelou seu mecânico como um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro, Nelson Piquet. E foi na mão do piloto que Patinho Feio venceu uma corrida.
- Eu trabalhei como mecânico na Camber, montando motocicleta, andando corrida de kart pela equipe e corri com o Patinho feio também.
A equipe acabou nos anos 70 e o carro de corrida, que marcou época, ficou um bom tempo parado. Mas, assim como no conto infantil, a história teve um final feliz e o Patinho Feio virou cisne: hoje tem rodas esportivas, aerofólio, pintura impecável e vai virar filme.
- São quatro amigos que mal terminaram o 2º grau e construíram um carro no fundo de um quintal. Isso é cinema! – finaliza Denilson Félix, diretor do documentário.
Patinho feio tem peças de Fusca e vira filme. (Foto: Reprodução TV Globo
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2013/02/patinho-feio-carro-de-corrida-feito-com-pecas-de-fusca-vai-virar-filme.html
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