quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lucas fecha ano de 76 partidas sem lesões ou suspensões: 'Diferenciado'


Atacante, que só não atuou pelo São Paulo quando estava na Seleção, recebe elogios de fisioterapeuta e busca título para encerrar ano brilhante

Por Alexandre Lozetti e Marcelo Prado São Paulo

lucas são paulo (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)Lucas atuou por mais de cinco mil minutos em
2012 (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)

O título da Sul-Americana é o desfecho com chave de ouro que Lucas procura para encerrar um ano de números e feitos incríveis. O atacante chega ao fim da temporada sem ter desfalcado o São Paulo nenhuma vez por suspensões ou lesões. Só não jogou quando estava convocado por Mano Menezes para a seleção brasileira. Foram 59 partidas pelo Tricolor, sempre titular, além de outras 17 com a camisa amarela: 76 no total, sem ser expulso ou se machucar.

Nem ele sabe explicar como suportou tantas pancadas dos zagueiros adversários sem ter de desfalcar o time. Os números mostram evolução tanto física quanto mental, já que em 2011 ele ficou fora de partidas importantes por problemas médicos, como por exemplo a reta final do Campeonato Paulista, em que chorou e foi consolado pelos companheiros quando soube que não iria jogar. Lucas também perdeu clássicos por receber cartões amarelos, a maioria sem necessidade. Problemas que ficaram para trás.

- Eu tenho que receber as faltas, não fazer. Sou o jogador que dribla, vai pra cima, então as faltas eu deixo para os zagueiros e volantes, que gostam de bater. Tenho que criar as jogadas e fazer os gols - afirmou o atacante.

A marca chama atenção principalmente pela maneira de Lucas atuar. Além de sofrer muitas faltas em razão do estilo driblador, de lances individuais, o camisa 7 corre muito durante todo o jogo. Ele se destaca também pelo auxílio na marcação, que o desgasta demais. O cansaço da temporada só apareceu em alguns jogos em que seu rendimento foi abaixo da média, como diante do Fluminense, pelo segundo turno do Brasileirão.

As constantes viagens pela Seleção também afetaram sua parte física. Lucas não era dos preferidos de Mano Menezes, mas esteve sempre nas convocações e participou também das Olimpíadas de Londres. Embora não tenha participado tanto das partidas, encarou longas maratonas. Já com a camisa do São Paulo, foram 5.058 minutos de futebol em 2012.

- Graças a Deus não fiquei fora por lesões. Talvez seja pelo meu organismo, biotipo, idade... E eu me cuido bastante, cuido do meu corpo. Faço muita academia para aguentar as pancadas.

Na opinião da comissão técnica, o profissionalismo de Lucas é tão importante quanto sua genética para impedir que ele se machuque. E era notório desde que o garoto subiu das categorias de base, em 2010. Na época, o fisioterapeuta Luiz Rosan, que também trabalhava na Seleção, teve uma conversa de cerca de duas horas com o atleta no estacionamento do CT.

Conhecido pelo rigor com os atletas, Rosan é fã confesso de Lucas e deixa isso claro nos adjetivos: diferenciado, extraordinário e raro.

- É um jogador diferenciado, isso é nítido. Seu porte físico colabora muito para que o trabalho de prevenção contra lesões seja aceito. Mas, ao mesmo tempo, é um profissional extraordinário, desses raros. Está focado na profissão, se dedica a ela com alma e físico, e direciona sua carreira com objetivos. O sucesso de um cara desse não é por acaso, ele cumpre à risca os planos de trabalho estabelecidos. A chance de dar errado é muito pequena - elogiou o fisioterapeuta, que usou o exemplo de Rogério Ceni para compará-lo.

- Ele reúne agilidade, velocidade e resistência a essa velocidade. Conclui movimentos e deslocamentos com precisão. Mas outros também têm o talento, é necessário ter requisitos fundamentais, que você vê nele, no Rogério, mas não vê em outros.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2012/12/lucas-fecha-ano-de-76-partidas-sem-lesoes-ou-suspensoes-diferenciado.html

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