quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Federer O maior tenista de todos os Tempos


Ah, se fosse brasileiro…

por Alexandre Cossenza |

categoria Federer


“E se Roger Federer fosse brasileiro?”, perguntava o comercial. Pois o cidadão veio aqui e comeu sanduíche de mortadela. E suou. E provou caju, goiaba e pitaia… E tirou foto com Pelé. E bateu bola com Guga e Maria Esther Bueno. E tirou mais fotos. E deu clínicas de tênis. E deu autógrafos. E dançou em quadra. E jogou tênis com a camisa da seleção. E perdeu para Thomaz Bellucci. Fez muito mais do que entrar em quadra para três jogos. Entrou no clima da cidade, do país, conheceu pessoas, recebeu e deu carinho, fez piadas… A passagem do suíço por São Paulo, na última semana, foi o pacote completo. Provavelmente a melhor série de exibições de todos os tempos.

Possível exagero à parte, a vinda de Federer foi recheada de improváveis e extrapolou as linhas da quadra. Contando todas as atividades citadas no parágrafo anterior e incluindo um bate-bola no Masp com Serena Williams, o suíço colocou o tênis em evidência como jamais aconteceu no pós-Guga. Histórias foram contadas, vídeos foram feitos, imagens foram produzidas, sonhos foram realizados. Muito já foi publicado e ainda há, imagino, bastante material guardado pelos veículos de imprensa.

Federer desceu do carro para dar autógrafos, ensinou fãs a usarem câmeras fotográficas, gravou recados em vídeo para admiradores que não estavam em São Paulo e até assinou credenciais de jornalistas enlouquecidos após sua última coletiva na cidade. Não fez cara feia em momento algum. Encarou o calor do Mercadão com bom humor e não se importou com o chato que insistia em gritar o nome de Nadal. Até tirou foto com bebê no colo. Em todos – e, repito, não foram poucos – momentos, Federer foi um político perfeito. Com uma diferença essencial: não precisou pagar ninguém para carregar cartazes e encenar poses para fotos de campanha. Sim, o papel de embaixador do tênis foi feito para ele. É redundante dizer isso? Claro que é. Até porque ninguém é embaixador sem ser um pouco redundante.
A lembrança mais marcante da Gillette Federer Tour? Aposto que todo mundo que passou pelo Ibirapuera ou pelo hotel do suíço tem uma história bacana para contar. Para mim, o grande momento foi ver o suíço com o uniforme da Seleção e me pegar imaginando, de verdade, como seria se Federer fosse brasileiro. Como bem me disse um leitor na noite de domingo, Federer honrou aquela camisa como não víamos há muito tempo. Não fez corpo mole, não fugiu de entrevistas, não deu respostas atravessadas e não desceu-do-ônibus-com-fone-de-ouvido-ignorando-torcedores. Ah, se Federer fosse brasileiro…
Pão e circo
A vinda de Federer e cia. colocou o tênis em evidência no Brasil, sim. Que ninguém confunda, porém, “colocar em evidência” com “popularizar”. Enquanto estiveram aqui, os astros do Gillette Federer Tour foram manchetes e destaques de jornais, sites e TVs, mas e agora? O quanto o evento contribuiu para tornar a modalidade mais popular? Garanto que muita gente passou a saber mais sobre tênis e quem foi ao Ibirapuera saiu do ginásio com mais vontade de jogar tênis. Bacana, mas muito pouco.

Não é culpar – nem sequer criticar – a organização. O promotor, que coloca seu dinheiro em jogo, tem o direito de fazer o evento de seu jeito, cobrando caro por ingressos e lucrando com isso. Do mesmo modo que Madonna não populariza a música pop, Federer, em cinco dias, não resolve o problema do tênis no país. E não resolveria se as entradas custassem R$ 10. O problema, que é do governo e da Confederação Brasileira de Tênis, vai continuar agora que Federer-pão-e-circo se foi.

Ingressos

Não tenho a menor intenção de reclamar do preço dos ingressos. Já escrevi o bastante sobre isso. A venda, contudo, foi mal feita. Havia muitos lugares vazios na sexta-feira, também conhecida como o-dia-sem-Federer. Talvez fosse o caso de estipular preços diferentes para cada sessão. Curioso mesmo foi ver Sharapova e Wozniacki jogando para um ginásio com pouco mais da metade de assentos ocupados. Parte disso, imagino, é culpa do próprio Federer. Afinal, quem queria ver o suíço – e pagou caro por isso – economizou no sábado. Duvido que o Ibirapuera ficasse vazio para um evento de uma noite, só com a russa e a dinamarquesa. Cá entre nós, também duvido que cobrassem R$ 500 e R$ 990 para uma exibição só delas.

Os jogos
As três partidas de Federer foram muito boas. A primeira, nem tanto, mas era de se imaginar, considerando que o suíço tinha um dia cheio de entrevistas e que incluía ainda a visita ao Mercado Municipal. As duplas fizeram um digno aquecimento de evento. Sharapova x Wozniacki e Bellucci x Tsonga foram jogos bons, mas nada fantásticos. Bellucci x Robredo foi sem graça, a não ser pelo momento em que o brasileiro tentou passos de dança. Serena x Azarenka foi a decepção do evento. As duas até tentaram compensar o baixo nível de tênis com algumas gracinhas, mas não conseguiram.

Os parabéns
Além de dar o devido crédito à Koch Tavares, que fez transcorrer sem problemas um evento cheio de estrelas, preciso agradecer às assessorias da própria Koch e da Procter & Gamble. Tiraram de letra a dirá tarefa de atender tantos pedidos de veículos com vários nomes de peso. Só não conseguiram resolver o problema do wifi no ginásio nem decifrar quem criou uma rede wireless com o nome “Federer pipi pequeno”. Questões obviamente menores diante de tudo que lhes foi exigido durante o período.

O que foi escrito
Como eu disse no último post, o blog ficaria parado enquanto eu não tivesse tempo para escrever. Fui colocando lá tudo que foi produzido para o Globoesporte.com. Reproduzo aqui. Vejam tudo. As histórias e frases são muito boas.

Fã dirige 11h e leva drible do ídolo, mas festeja ‘borrão’ junto de Federer
Bellucci prevê torcida contra no duelo com Federer: ‘Todo mundo adora ele’
Federer vai ao Mercadão e curte fruta afrodisíaca: ‘É bom para fazer bebê?’
Bryans poupam nas brincadeiras e vencem exibição contra Melo/Soares
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Robert Federer, pai e fã, quer Roger até 2016: ‘Vencer não é entediante’
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Gritos de Azarenka em quadra viram música de DJ e rapper americano
Serena duela com Federer em museu e ganha de fã pedido de casamento
Encantada com a torcida, Wozniacki sonha com Rio 2016: ‘Será um festão’
Tsonga bate bola com jovens e leva presentes de comunidades indígenas
Em visita a Pelé, Roger Federer troca camisa com Rei e diz: ‘Grande lenda’
Na noite mais badalada do Desafio, Federer faz alegria de multidão de fãs
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Serena rebate repórter com humor: ‘Cuidado, posso te visitar de biquíni’
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Fã de sueco dá sorte em SP e acha Federer em apenas cinco minutos
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/platb/saqueevoleio/2012/12/11/ah-se-fosse-brasileiro/

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