Eu comento esportes: Sem ter ido ao Mundial, Verônica Hipólito foca em 2016: "Na raça"

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sem ter ido ao Mundial, Verônica Hipólito foca em 2016: "Na raça"

Paratletista que voltou a treinar dois meses depois de tirar o intestino está motivada para Jogos Paralímpicos no Rio: "Não quero entrar lá para ser a segunda a ser vista"

Por SporTV.com

Rio de Janeiro

Raça e autoconfiança são coisas que todos os esportistas precisam ter. Por mais que seja um juízo de valor, Veronica Hipólito coloca essas duas características no ponto mais alto de sua preparação para os Jogos Paralímpicos do Rio. Se recuperando de uma séria cirurgia no intestino, a paratletista, que já treina normalmente, viu as rivais quebrarem recordes mundiais no Mundial em Doha, no Catar, e agora coloca todo o seu foco em 2016.

Verônica Hipólito começou no judô e, após um AVC, ingressou no atletismo (Foto: Divulgação)

- Quando eu estou naquele momento, na academia e eu sinto dor e falo que não dá. Eu lembro só da logo dos Jogos. Eu lembro da marca que elas fizeram, das três primeiras terem batido o recorde mundial. Aí eu dou um tapinha na minha perna, dou um tapinha nos meus braços e falo: "Dá sim" - disse.

Em relação às rivais nos Jogos do Rio 2016, Verônica Hipólito, que compete na categoria T38 por ter sido vítima de um AVC, está "mordida". Como ficou fora do Mundial de Doha, no Catar, a paratletista viu o triunfo das adversárias, que conseguiram inclusive quebrar o recorde mundial das categorias 100 e 200 metros.

- Eu assisti a prova e naquele momento eu pensei que eu queria estar lá, porque se eu estivesse lá, iam ser quatro meninas a bater o recorde mundial. Agora é na raça. Eu sei que as minhas adversárias estão treinando há um tempo e eu não quero entrar lá para ser a segunda a ser vista. Eu quero que olhem para mim e pensem: "Essa menina vai arrebentar" - disse.

Verônica Hipólito precisou passar por uma cirurgia para a retirada de 90% do intestino grosso, com o objetivo de evitar a formação de um câncer no órgão. Dois meses depois do Parapanamericano, onde conquistou três ouros e uma medalha de prata nos 100, 200, 300 metros rasos e salto em distância, respectivamente, a paratleta de 19 anos voltou a treinar. Mas já antes da disputa do Parapan de Toronto ela precisava ser operada e decidiu competir mesmo assim.

- Foi uma decisão minha com a comissão técnica, meu empresário e com a minha família, de que a gente não ia querer contar para ninguém, só para os bem próximos mesmo. Porque eu queria que vissem os meus resultados e não que falassem que a Verônica ganhou o ouro e vai fazer uma cirurgia - disse.