Débito da Vitton 44 de quase R$ 4 milhões dificulta salários em dia no Tricolor. Repasses inferiores ao contratado aumentam dúvidas sobre continuidade de parceria
Vitton 44 estampa o patrocínio master e o das mangas (Foto: Marcello Dias / Agência Estado)
Não chega a ser um acordo firmado entre as partes, mas trata-se
de uma solução paliativa para amenizar as dificuldades de ambos. Ao fazer
pagamentos inferiores ao estabelecido no contrato de patrocínio, a Vitton 44 encontrou
uma maneira de amenizar a dívida com o Fluminense. O débito de quase R$ 4 milhões,
desta forma, não aumenta, tampouco diminui. Só o que cresce é a incerteza
quanto à continuidade da parceria.
Flu e Vitton 44 anunciaram a relação em dezembro de 2014. Por
duas temporadas: R$ 12 milhões na primeira, R$ 24 milhões na segunda. Em maio
deste ano, porém, ficou acordado que a patrocinadora estamparia também as mangas
das camisas, quase como uma barganha para continuar em 2016 - mediante um adiantamento
de R$ 3 milhões referentes a 2016. O problema é que a crise econômica afetou a
empresa, inclusive com a necessidade de demissão de funcionários em setembro.
Foi inevitável: os atrasos passaram a ser rotina.
A solução encontrada pela marca de bebidas, então,
foi pagar
valores aleatórios. Assim, com o vencimento das parcelas seguintes, o
débito total
manteve-se, em média, R$ 3,6 milhões - o referente a três meses, afinal,
a cada 30 dias, pelo acordo original, deveria haver repasse de R$ 1,2
milhão.
Sem a receita na sua totalidade, o Flu enfrentou
dificuldades na manutenção em dia dos pagamentos aos jogadores. Os direitos de
imagem sofreram atrasos - o máximo foi de três meses. Só com o recebimento da
primeira parcela da venda de Gerson ao Roma é que a situação ficou melhor
administrável.
A postura dos dirigentes é de compreender as dificuldades do
parceiro e, portanto, nunca manifestar tom crítico. Mas, claro, há
descontentamento. Até pelo risco de rompimento: em setembro, Neville havia dito
existir tal possibilidade.
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