Chegada de Kaká, Villa, Lampard e Gerrard tenta dar novo patamar à liga, que terá transmissão maior na Europa e nos próprios EUA e dá pontapé inicial nesta sexta
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Se uma andorinha só não faz verão, uma estrela brilhando sozinha não passa de uma estrela. Por isso a Major League Soccer (MLS) decidiu iluminar de vez seu céu no ano em que comemora 20 temporadas de disputa por espaço em um país apaixonado por esportes, mas onde o futebol ainda busca seu lugar ao sol. A aposta da liga para mudar de vez seu patamar e se tornar um dos polos mundiais do "soccer" é em uma constelação: astros que se destacaram no últimos anos e agora se espalham nas franquias do torneio, que dá o pontapé inicial de sua temporada 2015 nesta sexta-feira, com um duelo entre o atual campeão Los Angeles Galaxy e o Chicago Fire.
Símbolos das duas novas franquias da liga (Orlando e New York City), Kaká e David Villa puxam uma fila que já conta com Giovinco, Dempsey, Bradley, Altidore e terá a partir de julho Frank Lampard e Steven Gerrard, ícones de gerações vencedoras de dois dos maiores clubes da Inglaterra. O ex-jogador do Chelsea atuará na nova franquia de Nova York - um braço do Manchester City, a quem foi emprestado -, enquanto o camisa 8 do Liverpool defenderá o LA Galaxy. Nomes como Ronaldinho e Robinho chegaram a ser ventilados, enquanto outros são especulados para o futuro.
Kaká e David Villa são os grandes astros no
começo da temporada da MLS
(Foto: Divulgação)
20 anos em busca de destaque
Em abril de 1996, quando Los Angeles Galaxy e DC United protagonizaram o jogo de abertura da liga, a MLS tinha apenas 10 franquias e ainda aproveitava um resquício da febre do soccer no país após a Copa do Mundo, dois anos antes. Dos times que disputaram o primeiro torneio, apenas cinco seguem com o mesmo nome e na mesma cidade. Desde então, a liga vem tentando chamar a atenção e teve como ponto alto a contratação de David Beckham, astro do Real Madrid na época, em 2007. Henry foi símbolo da geração seguinte até ano passado, quando se aposentou - mas nenhum dos dois conseguiu fazer o torneio se consolidar.
MLS revolucionou seu escudo para 2015
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
Os mais céticos pegam como exemplo o fracasso da NASL na década de 1970 para dizer que a MLS não deve ter grandes avanços dentro do mundo do futebol. Entretanto, os sócios das equipes - que também são parceiros de negócios da liga em geral - garantem que o modelo de organização da liga dará o suporte necessário para o crescimento, diferentemente da estrutura que o New York Cosmos, de Pelé e Beckenbauer, ou o Los Angeles Aztecs de Cruyff e George Best.
- Não é um time nem um jogador que faz uma liga. A vinda do Pelé para cá foi muito importante. Se hoje nós temos 24 milhões de praticantes de futebol, isso tudo começou na década de 1970. Mas o que acontece hoje é completamente diferente. Nós temos 21 clubes, construímos 20 estádios, temos uma média de público de mais de 20 mil pessoas por jogo.
Fechamos direitos de transmissão com três emissoras americanas. O que acontece hoje não tem nada a ver com o que aconteceu na década de 1970. Hoje é a formação de uma liga. Através desse crescimento em bloco, a história é completamente diferente - opinou o dono do Orlando City, Flávio Augusto da Silva.
transmissão em toda a europa
A presença de ex-jogadores de clubes europeus é vista como fundamental para a expansão da MLS pelo mundo e parece ter sido uma estratégia de sucesso, uma vez que a organização anunciou que um dos mais famosos canais do continente especializado em esportes transmitirá as partidas ao vivo nos próximos quatro anos. Por isso, em suas ações de marketing na TV ou em redes sociais, as franquias são exibidas quase sempre com a foto de seu astro ao lado do escudo.
O intenso trabalho de divulgação e a contratação de atletas como Kaká também fizeram com que o interesse das emissoras dentro dos Estados Unidos crescesse. Com a transmissão de todas as partidas da temporada dividida entre três emissoras, a MLS apostou em uma campanha de que "os domingos são para o futebol", tentando tornar um hábito dos norte-americanos assistir aos jogos no dia nobre dos esportes.
Contratações como a de Lampard abriram
portas para a MLS na Europa
(Foto: Reprodução / Twitter)
o modelo do torneio
Assim como utiliza o modelo de franquias com suas equipes, a Major League Soccer detém outras características de organizações já consagradas, como NBA e NFL. Há a divisão em duas conferências, Leste e Oeste, e não existe turno e returno. Cada uma das 20 equipes - incluindo três canadenses - deve realizar 36 partidas na chamada temporada regular, sendo 18 em casa e as outras fora de seus domínios. Cada time deve enfrentar os outros de sua conferência três vezes - os mandos de campo são invertidos com relação ao ano anterior.
As equipes que tiverem melhor campanha em suas conferências já garantem um lugar nas semifinais de sua divisão - assim como os segundos colocados - e também ganham vaga na Liga dos Campeões da Concacaf na temporada seguinte. Os times posicionados entre terceiro e sexto na tabela de suas conferências se enfrentam em jogos de ida e volta, valendo vaga nas semifinais. As finais das divisões dão um lugar na grande decisão da MLS - um jogo único que será disputado na casa do time que tiver melhor campanha na temporada regular. A primeira fase vai até o dia 25 de outubro, enquanto a final do torneio será realizada no primeiro ou no segundo fim de semana de dezembro.
As 20 equipes que disputarão o torneio neste
ano (Foto: Reprodução/Facebook)
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