Espanhol perde o primeiro set, reage e pela quinta vez seguida leva para casa o troféu do torneio do qual é o maior vencedor da história
O
dono daquele pedaço de terra batida de Paris se encontrava do outro
lado da rede. E com o olhar de quem não estava nem um pouco disposto a
ver seu domínio tomado por outro. Campeão em Roland Garros por oito
vezes, tendo perdido apenas em 2009, Rafael Nadal queria o nono título. Novak Djokovic
sabia disso e também que sua missão não seria fácil, mesmo que o
retrospecto recente falasse alto, dissesse que a vantagem era dele por
ter vencido os últimos quatro confrontos. Neste domingo, depois de uma
batalha 3h31, o espanhol mostrou quem mandava ali com uma vitória de
virada: 3 sets a 1, parciais de 3/6, 7/5, 6/2 e 6/4.
Com o resultado, manteve a condição de número 1 do mundo, impediu que o sérvio colocasse em sua galeria o primeiro troféu do Grand Slam parisiense e entrou para a história como o maior vencedor do torneio com nove troféus, sendo o quinto seguido.
- Em jogos como esse cada momento é crucial. Todos os pontos são muito difíceis.Jogar contra Novak é sempre um grande desafio. Toda vez que tenho uma chance de vencê-lo estou jogando no meu limite. Tenho certeza de que você vai ganhar aqui no futuro. Não tenho qualquer dúvida disso - disse Nadal ao rival, durante a cerimônia de premiação.
O jogo
Com tanta coisa em jogo, os dois primeiros games foram de mais estudo e menos risco. Nadal e Djokovic só começaram a se soltar um pouco a partir do terceiro, marcado por um longo rali. O sérvio mostrava todos os golpes e balançava a cabeça quando duas falhas seguidas facilitavam a vida do adversário. Sabia que um momento de desconcentração poderia lhe custar caro. A torcida se manifestava. Dividida gritava os nomes dos dois. Em quadra, as expressões fechadas seguiam intactas. Nadal se defendia bem. Nole insistia e conseguia a primeira quebra do set (5/3). O espanhol tentava dar a resposta. Teve duas chances de quebra, mas os dois erros não forçados deram a oportunidade que Djokovic precisava para fazer 6/3.
Da
arquibancada, Gustavo Kuerten acompanhava o duelo. Via Nadal conseguir
quebrar o serviço do rival. Não sem sofrimento. Em um game muito
equilibrado, fez cara feia para o árbitro depois de vê-lo apontar uma
bola na linha, que fez Nole respirar. Nadal manteve o foco e pôde
comemorar a quebra: 4/2. O sérvio deu o troco logo em seguida e não
cedeu à pressão, deixando tudo igual (4/4). Sem muita dificuldade, o
número 1 do mundo confirmava seu saque. Nole fazia o mesmo. De zero, o
espanhol fez 6/5 e jogou a pressão para o outro lado da quadra. Após uma
hora, o set foi para o bolso de Nadal: 7/5.
E seguia dando trabalho. Colocava o adversário para correr e, com um voleio que parou na rede, abriu 2/0. Nadal mostrava consistência. Djokovic acusava o golpe (3/0). Era preciso reagir. Mas apesar de ter lutado muito, viu a situação continuar complicada (4/1). Rafa parecia mais inteiro fisicamente e mentalmente, e era a raquete de Nole que pagava, indo ao chão num momento de descontrole de seu dono. Nadal chegava em todas as bolas e tinha um confortável 5/2. E com uma bola fora do adversário fez 2 sets a 1: 6/2.
O
sol dava uma trégua. Era a senha para Djokovic, que chegou a vomitar no
início da parcial, tentar se recuperar. Mostrava agressividade, mas
dava pontos de graça para Nadal. A chance de quebra estava lá, ao
alcance das mãos e o espanhol não a desperdiçou. Contou com um erro não
forçado do sérvio para abrir 4/2 e dar um grande passo em direção ao
título. Nole não se entregava. Comemorava uma quebra num momento que
ninguém esperava e dizia que ainda estava no jogo. E empate veio logo
depois (4/4). As paralelas do espanhol o irritavam, assim como seus
próprios erros. Uma bola para fora e lá ia o game para Nadal, que
comemorava batendo no peito (5/4). Era matar ou morrer para o número 2
do ranking. Mas os erros custaram caro. De joelhos, Rafa comemorou pela
nona vez um título em Roland Garros e o 14º em um Grand Slam, se
igualando ao americano Pete Sampras.
- Foi um grande começo de partida, mas ele voltou no segundo set. Poderia ter levado para o tie-break, foi bem equilibrado. Eu perdi o serviço (quando Nadal tinha 6/5) e o momento passou a ser todo dele. Comecei a jogar mal e também não me movimentava bem. Fisicamente tive um pouco de dificuldade durante aquele terceiro set. Tentei fazer o meu melhor. Mas meu melhor hoje não foi como o melhor contra ele em Roma há algumas semanas. Nos momentos cruciais Nadal foi um jogador melhor. Claro que é decepcionante para mim, mas a vida continua. Não é a primeira ou a última vez que perdi uma partida - lamentou Djokovic.
- 10 disputas de Roland Garros
- 9 títulos: 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2012 e 2014
- Primeiro a vencer em Roland Garros cinco vezes seguidas
- 66 jogos e uma derrota em Roland Garros
- Desde a derrota em 2009, soma 35 vitórias em série em Roland Garros
- 90 vitórias e 1 derrota em partidas de melhor de cinco sets no saibro
- 45 títulos no saibro, só perdendo para o argentino Guillermo Vilas, que tem um a mais
- 14 títulos de Grand Slam: Roland Garros (9), Wimbledon (2), Aberto da Austrália (1) e US Open (2)
- 3 títulos no saibro em 2014: Rio de Janeiro, Madri e Roland Garros
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2014/06/nadal-domina-djokovic-e-conquista-o-nono-titulo-em-roland-garros.html
Nadal se emociona ao receber o nono
troféu de Roland Garros
(Foto: Agência Reuters)
Com o resultado, manteve a condição de número 1 do mundo, impediu que o sérvio colocasse em sua galeria o primeiro troféu do Grand Slam parisiense e entrou para a história como o maior vencedor do torneio com nove troféus, sendo o quinto seguido.
- Em jogos como esse cada momento é crucial. Todos os pontos são muito difíceis.Jogar contra Novak é sempre um grande desafio. Toda vez que tenho uma chance de vencê-lo estou jogando no meu limite. Tenho certeza de que você vai ganhar aqui no futuro. Não tenho qualquer dúvida disso - disse Nadal ao rival, durante a cerimônia de premiação.
O jogo
Com tanta coisa em jogo, os dois primeiros games foram de mais estudo e menos risco. Nadal e Djokovic só começaram a se soltar um pouco a partir do terceiro, marcado por um longo rali. O sérvio mostrava todos os golpes e balançava a cabeça quando duas falhas seguidas facilitavam a vida do adversário. Sabia que um momento de desconcentração poderia lhe custar caro. A torcida se manifestava. Dividida gritava os nomes dos dois. Em quadra, as expressões fechadas seguiam intactas. Nadal se defendia bem. Nole insistia e conseguia a primeira quebra do set (5/3). O espanhol tentava dar a resposta. Teve duas chances de quebra, mas os dois erros não forçados deram a oportunidade que Djokovic precisava para fazer 6/3.
Rafael se ajoelha após bater Djokovic
na final (Foto: Reuters)
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E seguia dando trabalho. Colocava o adversário para correr e, com um voleio que parou na rede, abriu 2/0. Nadal mostrava consistência. Djokovic acusava o golpe (3/0). Era preciso reagir. Mas apesar de ter lutado muito, viu a situação continuar complicada (4/1). Rafa parecia mais inteiro fisicamente e mentalmente, e era a raquete de Nole que pagava, indo ao chão num momento de descontrole de seu dono. Nadal chegava em todas as bolas e tinha um confortável 5/2. E com uma bola fora do adversário fez 2 sets a 1: 6/2.
Djokovic sofre com desgaste físico na final (Foto: Getty Images)
- Foi um grande começo de partida, mas ele voltou no segundo set. Poderia ter levado para o tie-break, foi bem equilibrado. Eu perdi o serviço (quando Nadal tinha 6/5) e o momento passou a ser todo dele. Comecei a jogar mal e também não me movimentava bem. Fisicamente tive um pouco de dificuldade durante aquele terceiro set. Tentei fazer o meu melhor. Mas meu melhor hoje não foi como o melhor contra ele em Roma há algumas semanas. Nos momentos cruciais Nadal foi um jogador melhor. Claro que é decepcionante para mim, mas a vida continua. Não é a primeira ou a última vez que perdi uma partida - lamentou Djokovic.
nadal em números
- 9 títulos: 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2012 e 2014
- Primeiro a vencer em Roland Garros cinco vezes seguidas
- 66 jogos e uma derrota em Roland Garros
- Desde a derrota em 2009, soma 35 vitórias em série em Roland Garros
- 90 vitórias e 1 derrota em partidas de melhor de cinco sets no saibro
- 45 títulos no saibro, só perdendo para o argentino Guillermo Vilas, que tem um a mais
- 14 títulos de Grand Slam: Roland Garros (9), Wimbledon (2), Aberto da Austrália (1) e US Open (2)
- 3 títulos no saibro em 2014: Rio de Janeiro, Madri e Roland Garros
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2014/06/nadal-domina-djokovic-e-conquista-o-nono-titulo-em-roland-garros.html
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