segunda-feira, 21 de abril de 2014

Paulista promete quarta tatuagem do Atlético de Madrid em caso de título

Elvis conta histórias da relação com o clube colchonero: mentira no trabalho para ver final da Liga Europa, troca de times no Brasil e ida ao cabeleireiro para ganhar flâmula


Por Rio de Janeiro


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Elvis encontrou nas tatuagens uma maneira de expressar todo o amor que sente pelo Atlético de Madrid. Já são três espalhadas pelo corpo em homenagem ao clube de coração. Não, ele não é espanhol. O paulista de 29 anos sequer esteve em Madri, e o Rio de Janeiro foi o lugar mais longe de casa em que esteve. Nem mesmo os mais de oito mil quilômetros de distância do Vicente Calderón foram capazes de atrapalhar sua paixão. E o grande momento do clube colchonero na temporada o levou a fazer uma promessa: se for campeão da Liga dos Campeões ou do Campeonato Espanhol, o atleticano fanático vai fazer mais uma tatuagem, a quarta, desta vez na barriga.

- A primeira foi no ombro, desenhei o símbolo do Atlético ao contrário, em 2008. Depois fiz na minha perna o Homer Simpsons com uma caneca, quando ganhamos a segunda Liga Europa, em 2012. E a terceira foi há pouco tempo, fiz o escudo na panturrilha. Se vencer o Espanhol ou a Champions, vou fazer o Gabi (capitão do time) com a taça de campeão na minha barriga - contou.


Montagem Torcedor Atlético de Madrid Elvis Tatuagens (Foto: Arquivo Pessoal)
Elvis promete mais uma tatuagem em 
caso de título na temporada (Foto: 
Arquivo Pessoal)

Elvis até tentou torcer para equipes brasileiras. Corintiano de infância, ele resolveu trocar de time justamente depois da conquista do maior título da história do clube, o Mundial de 2000. A opção por "virar a casaca" foi motivada pela idolatria incondicional ao goleiro Rogério Ceni. O problema veio depois. Ele não aguentou as provocações dos amigos e resolveu abandonar qualquer relação o futebol do Brasil. A partir daí o caminho estava livre para o Atlético.


Torcedor Atlético de Madrid Elvis (Foto: Arquivo Pessoal)Elvis mostra a tatuagem do Atlético no braço direito (Foto: Arquivo Pessoal)

- Eu era corintiano, mas logo depois do título mundial contra o Vasco virei São Paulo por causa do Rogério. Ele estava em uma grande fase. Sou goleiro amador e muito fã dele. Perdi a credibilidade total. Falavam que a minha opinião não contava mais, aí parei de torcer. Como jogava com o Atlético no vídeo-game, fui pegando carinho, acompanhando e procurando saber mais sobre o time. Quando percebi, já tinha virado amor - lembra.

Até mentira no trabalho ele já contou para ver o Atlético de Madrid jogar. Na final da Liga Europa da temporada 2009/10 contra o Fulham, ele inventou uma desculpa para o chefe e saiu mais cedo do expediente. Foi para casa e, sozinho, acompanhou a vitória por 2 a 1, e o título da competição.

- Falei que tinha dentista e precisava sair mais cedo. O jogo era numa quarta-feira à tarde, não podia perder. Passei no mercado, comprei umas cervejas e vim para casa. Foi sensacional, fomos campeões.


Torcedor Atlético de Madrid Elvis (Foto: Arquivo Pessoal)
Elvis lembra de quando ganhou a flâmula 
do cabeleireiro (Foto: Arquivo Pessoal)

O que é difícil para ele é encontrar lojas físicas para comprar produtos do Atlético. Elvis precisa contar com a boa vontade de amigos quando viajam para o exterior ou fazer compras pela internet. Mas sempre ele dá um jeitinho para conseguir qualquer coisa do time colchonero. Vale até trocar de cabeleireiro para ganhar um presente do time. Há alguns anos, ele descobriu que o dono de uma barbearia de sua cidade coleciona flâmulas e bandeirinhas de clubes europeus. Sem pensar duas vezes, foi cortar o cabelo no estabelecimento e convenceu o dono a levar a do Atlético.

- Descobri que ele tinha várias bandeirinhas de times de fora. Me falaram que tinha uma do Atlético. Troquei de salão, fui lá e o convenci o cara a me dar a flâmula. Guardo com muito carinho.

Ídolos são muitos no clube. O primeiro é Fernando Torres, que jogou no time madrilenho entre 2001 e 2007, e o goleiro De Gea, entre 2008 e 2011. No time atual, Koke e Diego Costa são as referências. O atacante, inclusive, tem um carinho especial. Ele o defende para todos os colegas que o criticam pela escolha de defender a Espanha na próxima Copa do Mundo.


Torcedor Atlético de Madrid Elvis (Foto: Arquivo Pessoal)
Elvis guarda todas as camisas do 
Atlético com muito carinho (Foto: 
Arquivo Pessoal)

O maior sonho de Elvis é assistir a um jogo do Atlético no estádio Vicente Calderón, em Madri. Enquanto não consegue ir, sonha em fazer a festa no fim dessa temporada, mesmo sozinho na pequena Leme, no interior de São Paulo. Ao menos um título ele espera, ou a Liga dos Campeões ou o Campeonato Espanhol.

- O meu maior sonho é ver um jogo do Atlético lá em Madri. Não tenho condições financeiras ainda, mas um dia vou realizar isso. Ver o estádio lotado deve ser uma coisa de louco. Esse ano vamos ganhar a Liga e quero o Bayern na final, o mesmo time que perdemos a decisão da Champions há 40 anos - disse Elvis, lembrando da derrota do Atlético na final de 1974 para os alemães.

(*) Raphael Bózeo, estagiário, sob a supervisão de Thiago Dias


Torcedor Atlético de Madrid Elvis (Foto: Arquivo Pessoal)
Elvis brinca com a máscara improvisada 
do Bob Esponja em dia de jogo do 
Atlético (Foto: Arquivo Pessoal)


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