Elvis conta histórias da relação com o clube colchonero: mentira no trabalho para ver final da Liga Europa, troca de times no Brasil e ida ao cabeleireiro para ganhar flâmula
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Elvis encontrou nas tatuagens uma maneira de expressar todo o amor que sente pelo Atlético de Madrid. Já são três espalhadas pelo corpo em homenagem ao clube de coração. Não, ele não é espanhol. O paulista de 29 anos sequer esteve em Madri, e o Rio de Janeiro foi o lugar mais longe de casa em que esteve. Nem mesmo os mais de oito mil quilômetros de distância do Vicente Calderón foram capazes de atrapalhar sua paixão. E o grande momento do clube colchonero na temporada o levou a fazer uma promessa: se for campeão da Liga dos Campeões ou do Campeonato Espanhol, o atleticano fanático vai fazer mais uma tatuagem, a quarta, desta vez na barriga.
- A primeira foi no ombro, desenhei o símbolo do Atlético ao contrário, em 2008. Depois fiz na minha perna o Homer Simpsons com uma caneca, quando ganhamos a segunda Liga Europa, em 2012. E a terceira foi há pouco tempo, fiz o escudo na panturrilha. Se vencer o Espanhol ou a Champions, vou fazer o Gabi (capitão do time) com a taça de campeão na minha barriga - contou.
Elvis promete mais uma tatuagem em
caso de título na temporada (Foto:
Arquivo Pessoal)
Elvis mostra a tatuagem do Atlético no braço direito (Foto: Arquivo Pessoal)
Até mentira no trabalho ele já contou para ver o Atlético de Madrid jogar. Na final da Liga Europa da temporada 2009/10 contra o Fulham, ele inventou uma desculpa para o chefe e saiu mais cedo do expediente. Foi para casa e, sozinho, acompanhou a vitória por 2 a 1, e o título da competição.
- Falei que tinha dentista e precisava sair mais cedo. O jogo era numa quarta-feira à tarde, não podia perder. Passei no mercado, comprei umas cervejas e vim para casa. Foi sensacional, fomos campeões.
Elvis lembra de quando ganhou a flâmula
do cabeleireiro (Foto: Arquivo Pessoal)
O que é difícil para ele é encontrar lojas físicas para comprar produtos do Atlético. Elvis precisa contar com a boa vontade de amigos quando viajam para o exterior ou fazer compras pela internet. Mas sempre ele dá um jeitinho para conseguir qualquer coisa do time colchonero. Vale até trocar de cabeleireiro para ganhar um presente do time. Há alguns anos, ele descobriu que o dono de uma barbearia de sua cidade coleciona flâmulas e bandeirinhas de clubes europeus. Sem pensar duas vezes, foi cortar o cabelo no estabelecimento e convenceu o dono a levar a do Atlético.
- Descobri que ele tinha várias bandeirinhas de times de fora. Me falaram que tinha uma do Atlético. Troquei de salão, fui lá e o convenci o cara a me dar a flâmula. Guardo com muito carinho.
Ídolos são muitos no clube. O primeiro é Fernando Torres, que jogou no time madrilenho entre 2001 e 2007, e o goleiro De Gea, entre 2008 e 2011. No time atual, Koke e Diego Costa são as referências. O atacante, inclusive, tem um carinho especial. Ele o defende para todos os colegas que o criticam pela escolha de defender a Espanha na próxima Copa do Mundo.
Elvis guarda todas as camisas do
Atlético com muito carinho (Foto:
Arquivo Pessoal)
- O meu maior sonho é ver um jogo do Atlético lá em Madri. Não tenho condições financeiras ainda, mas um dia vou realizar isso. Ver o estádio lotado deve ser uma coisa de louco. Esse ano vamos ganhar a Liga e quero o Bayern na final, o mesmo time que perdemos a decisão da Champions há 40 anos - disse Elvis, lembrando da derrota do Atlético na final de 1974 para os alemães.
(*) Raphael Bózeo, estagiário, sob a supervisão de Thiago Dias
Elvis brinca com a máscara improvisada
do Bob Esponja em dia de jogo do
Atlético (Foto: Arquivo Pessoal)
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