terça-feira, 8 de abril de 2014

Mercedes: Hamilton e Nico liberados para brigar 'da largada à bandeirada'

Após duelo emocionante no Bahrein, Paddy Lowe diz que ordens de equipe 'deixam as pessoas tristes' e Toto Wolff exalta disputa interna: 'É publicidade para a Fórmula 1'


Por Sakhir, Bahrein


Pouco antes do safety car deixar a pista nas voltas finais do emocionante GP do Bahrein do último domingo, o diretor técnico da Mercedes, Paddy Lowe entrou nos rádios do líder Lewis Hamilton e de Nico Rosberg, segundo na prova, e disse a seguinte frase: “Aqui é Paddy. Restam dez voltas. Podemos ter certeza que vocês trarão os carros para casa?”. Lewis ficou e silêncio, enquanto Nico respondeu apenas um “OK”. Não se tratava de ordens de equipe, apenas de um pedido para tomarem cuidado na briga pela vitória. E o que se viu a partir daí foi Hamilton e Rosberg em uma disputa roda a roda, mas leal, até a bandeirada final (relembre no vídeo). Um duelo eletrizante, que deixou os fãs da Fórmula 1, outrora entediados com a soberania de Sebastian Vettel (RBR), em êxtase. Lowe comemorou a repercussão positiva da atitude da Mercedes em permitir que seus pilotos briguem na pista ao longo de toda a prova.

 - Ordem de equipe, colocando restrições artificiais, é uma coisa terrível para o espetáculo. Por isso, acreditamos que devemos deixar os caras correrem, particularmente em uma situação em que temos um carro muito dominante, como está claro agora. 


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Hamilton e Rosberg GP Bahrein F1 (Foto: AP)
Disputa roda a roda entre Hamilton e 
Rosberg levou público ao delírio 
(Foto: AP)

Historicamente, ordens de equipe causam antipatia no público. Episódios como GP da Áustria de 2002, quando Rubens Barrichello deixou Michael Schumacher vencer, e o GP da Alemanha de 2010, quando Felipe Massa abriu caminho para Fernando Alonso, foram motivos de muitas críticas. Por outro lado, o mesmo Massa ganhou pontos com os fãs da F-1 no GP da Malásia deste ano ao se negar a obedecer o pedido da Williams de deixar Valtteri Bottas passar.

- Quando você começa a impor ordens de equipe, as pessoas ficam tristes. Você simplesmente acaba com todos perdendo. Nós nos propusemos a deixar nossos pilotos disputarem da largada até a bandeirada e foi isso que fizemos – continuou Paddy Lowe.

Paddy Lowe, diretor técnico da Mercedes (Foto: Getty Images)
Paddy Lowe, diretor executivo da 
Mercedes (Foto: Getty Images)

O diretor esportivo da Mercedes, Toto Wolff, compartilha da opinião de Lowe:

- É muito bom ver dois pilotos daquele nível competindo um contra o outro, de forma justa, sem arriscar o carro e ainda oferecendo um mega show. Não existe nada melhor. É publicidade para a Fórmula 1 em um momento em que muitas pessoas estão colocando ela para baixo.

Perguntado até quando Rosberg e Hamilton estariam liberados para brigar na pista, Wolff disse:

- Até perdermos algumas asas dianteiras. Aí vamos sentar novamente e discutir se isso é a estratégia correta. Mas eles são pilotos, por isso, e isso é tudo muito acadêmico. Acho que você precisa fazer os pilotos entenderem de onde a equipe veio e como é importante não manchar nossa marca. Nós representamos uma grande marca, por isso, precisamos saber o que fazer. E eles fizeram isso de uma forma fantástica e espetacular – completou o dirigente.

Toto Wolff diretor esportivo da Mercedes (Foto: Getty Images)
Toto Wolff, diretor esportivo da 
Mercedes (Foto: Getty Images)

No GP da China, no dia 20 de abril, Lewis e Nico terão mais uma oportunidade de medir forças. A corrida no Circuito Internacional de Xangai está marcada para as 4h (de Brasília) da madrugada de domingo com transmissão ao vivo da TV Globo. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.


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