Em entrevista à agência Associated Press, italiano Francesco Ricci Bitti diz que já considera a possibilidade das Olimpíadas não serem disputadas no Rio de Janeiro
Francesco Ricci Bitti: situação do Rio de Janeiro para 2016 preocupa o dirigente do COI (Foto: Getty Images)
- Está ficando muito sério. Podemos ser flexíveis na questão da infraestrutura, mas não com relação às sedes esportivas, e algumas delas estão em risco. Mesmo para aquelas que não se consideram em risco, não vemos uma noção de urgência. Temos que sentar e começar a procurar planos B - afirmou o italiano do COI, que esteve em março na última visita de inspeção ao Rio.
Ouvido pelo GloboEsporte.com, o diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mário Andrada, disse que prefere não comentar as declarações até o retorno dos representantes da entidade da Assembleia Geral Associação das Federações Internacionais Olímpicas de Verão, em Belek, na Turquia, onde Ricci Bitti se manifestou. O italiano, que também preside a Federação Internacional de Tênis, até elogiou as pessoas que integram o comitê organizador, mas deixou claro que a maior preocupação do COI é com o governo federal.
- Temos um comitê organizador com boas pessoas, mas sem o poder necessário para lidar com o problema. Estamos assustados. Não é um país como a China, onde você pode pedir às pessoas que trabalhem durante a noite. No Brasil, não é possível. O governo precisa mudar a velocidade - criticou Ricci.
Também à AP, o diretor executivo de esportes do Comitê Rio 2016, Agberto Guimarães, falou em tom otimista.
- Ainda acho que podemos resolver isso e sediar grandes Jogos. No momento que não pensar dessa maneira, renunciarei. Por favor, me ajudem a sair disso vivo e bem - disse Guimarães.
Nesta terça-feira, em Brasília, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o CEO do Comitê Rio 2016, Sidney Levy, reuniram-se com representantes dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) para tratar de problemas relacionados à realização dos Jogos. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, os operários das obras do Parque Olímpico e da Vila Olímpica continuaram a paralisação dos trabalhos, que já dura seis dias.
Em greve, trabalhadores protestam na
obra do Parque Olímpico do Rio 2016
(Foto: Thierry Gozzer)
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Os problemas do Rio de Janeiro dominaram as discussões do evento no sul da Turquia. O Rio também estará no topo da agenda para as reuniões do conselho executivo do Comitê Olímpico Internacional, quarta-feira e quinta-feira.
Se a pouco mais de dois meses para a abertura da Copa do Mundo os atrasos ainda preocupam a Fifa, Ricci Bitti não esconde seu receio de que os preparativos para os Jogos Olímpicos corram o risco de ficarem ainda mais atrasados.
- Temos que agir agora, porque se esperarmos mais seis meses a situação pode ficar muito séria. O comitê organizador está fazendo seu melhor, mas o governo não está apoiando. Não podemos esperar sempre que, no final, tudo estará resolvido. São os hábitos e o estilo dos sul-americanos, que não estão acostumados a sediar grandes eventos como esse - destacou o membro do COI, que fez questão de lembrar que os problemas da cidade para a Copa do Mundo não tem qualquer relação com os das Olimpíadas.
- A Copa é um estádio, um hotel, em várias cidades. O Rio tem vários problemas - finalizou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2014/04/membro-do-coi-aponta-problemas-para-jogos-do-rio-e-fala-em-plano-b.html
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