sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dedé revela comoção do grupo com situação de Tinga: 'Mexeu com todos

Zagueiro relembra situação parecida em 2012, no Paraguai, quando defendia o Vasco

Por Belo Horizonte

A triste cena de racismo contra o volante Tinga, em Huancayo, no Peru, ainda repercute no Cruzeiro. Na volta aos treinos, na Toca da Raposa II, nesta sexta-feira, o zagueiro Dedé falou da indignação com o ocorrido e da satisfação de ver que a população brasileira se mobilizou para apoiar o jogador.

- É legal ver meus amigos que estão jogando fora, meus amigos de pagode, o povo brasileiro, se unir contra a situação muito feia que aconteceu com nosso companheiro Tinga. Essa discriminação não pode acontecer. Eu fiquei revoltado. Foi o único jogo que me vi descontrolado. Fiquei com o olho cheio de lágrima. Cheguei no avião e não consegui dormir. Fechava o olho e lembrava de palavras que o Tinga tinha  me dito, de família. Estou bem mexido com isso. Me senti na pele do Tinga, também sou negro. Acima de tudo, somos todos iguais.

Dedé, Real Garcilaso x Cruzeiro (Foto: AP) 
Dedé mostrou-se emocionado após atos racistas 
cometidos contra o volante Tinga, em 
Huancayo, no Peru (Foto: AP)

Dedé mostrou por que Tinga é um dos jogadores mais queridos do grupo do Cruzeiro. Um dos mais experientes do elenco, o volante de 36 anos é exemplo para os atletas mais jovens, e assume responsabilidades de conselheiro. Segundo Dedé, todo o grupo se mostrou sentido por conta do companheiro.

- Mexeu muito com todos. Se eles conhecessem o Tinga, iam ajoelhar e pedir benção para o Tinga, pela pessoa que é. É um cara que saiu de clubes rivais e criou amizades dentro. Aqui no grupo, se não for o melhor, é um dos melhores companheiros. Quando preciso, é o cara que encosto para pedir conselho. O Tinga não merece isso. Eu já era muito fã do Tinga. Depois da declaração dele, virou master pra mim

Na pele
O zagueiro Dedé contou que também já foi vítima de racismo. Em 2012, quando atuava pelo Vasco, teria sido chamado de ‘macaco’ por torcedores do Libertad, em Assunção, no Paraguai.

- Eu tinha sofrido uma situação, eu e o Willian Barbio, em 2012, contra o Libertad-PAR. Situação muito chata. A do Tinga deu até mais repercussão, pelo fato de eles imitarem o gesto de um macaco. Acho que foi mais grave. Embora, sendo racismo, é tudo grave. Lá no Vasco, a torcida ficou revoltada da mesma forma que a do Cruzeiro. 



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2014/02/dede-revela-comocao-do-grupo-com-situacao-de-tinga-mexeu-com-todos.html

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