sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dilma visita Arena da Amazônia e faz 'coraçãozinho', mas não inaugura obra

Com entrega adiada três vezes, arena de Manaus ainda não tem data definida para finalização. Simpática, presidente tira fotos e faz gesto carinhoso para os operários

Por Manaus

Em Manaus nesta sexta-feira para a entrega de casas populares e anúncio de investimentos no Estado, a presidente Dilma Rousseff pretendia aproveitar a viagem para também inaugurar a Arena da Amazônia. No entanto, atrasos na obra, prevista inicialmente para ficar pronta em dezembro de 2013, atrapalharam os planos do governo. Ainda assim, a presidente visitou pela primeira vez o estádio, que está com 97% de conclusão de acordo com o último balanço divulgado pela Unidade Gestora do Projeto Copa Amazonas (UGP Copa).

Acompanhada do governador do Amazonas, Omar Aziz, dos senadores Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin, e do prefeito de Manaus, Artur Neto, Dilma chegou ao estádio de helicóptero, por volta das 14h20m (horário local). Após uma rápida volta pelos camarotes, a presidente foi até o gramado e chutou uma bola Brazuca, no centro do campo, seguindo o protocolo realizado na inauguração dos outros sete estádios já entregues para a Copa. No entanto, a presidente ressaltou que ainda não se trata da entrega oficial da Arena da Amazônia

- Isso não é inauguração, é visita. Mas não sei sei se volto para inaugurar. Vai depender da minha agenda - afirmou a presidente, que colocou o estádio entre os mais belos entre os 12 que estão sendo construídos para o Mundial - O mais bonito eu não sei qual é. Se eu falar que um é mais bonito que outro, alguns vão ficar com raiva. Todas as arenas são muito bonitas, agora, seguramente, esta é uma das mais bonitas.


Visita Dilma Arena Amazônia (Foto: Fabrício Marques) 
Dilma faz 'coraçãozinho' para os operários da 
Arena Amazônia (Foto: Fabrício Marques)

Desde o ano passado, o Governo do Amazonas já anunciou três datas para a entrega da arena. Inicialmente, seria no dia 20 de dezembro, porém, pouco antes, o governador Omar Aziz passou a anunciar a segunda quinzena de janeiro como data para a inauguração. No entanto, o prazo também não foi suficiente, e a entrega do estádio foi novamente adiada para 14 de fevereiro.

Questionado sobre mais um adiamento na inauguração da Arena da Amazônia, Aziz preferiu não definir uma nova data, mas disse que a inauguração deve ocorrer nos próximos dias.


Visita Dilma Arena Amazônia (Foto: Fabrício Marques)Operários com a Brazuca (Foto: Fabrício Marques)
 
- Vamos inaugurar em breve, com um jogo de futebol, e esses operários nas arquibancadas. Queremos uma partida entre Rio Negro e Nacional, mas vamos ver se vai ser possível - concluiu o governador.

No domingo, será a vez de a Arena da Amazônia receber mais uma vistoria do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e de representantes do Comitê Organizador Local (COL). Com capacidade para 44 mil torcedores, o estádio tem custo estimado em R$ 669,5 milhões, de acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério do Esporte. Manaus será palco de quatro jogos na Copa do Mundo, entre eles, o esperado clássico entre as campeãs do mundo Inglaterra e Itália, pela fase de grupos.

Assédio dentro do estádio, e protesto fora

Durante os cerca de 30 minutos que passou na Arena da Amazônia, Dilma Rousseff foi bastante assediada pelos operários. Sorridente, a presidente mandou acenou e mandou beijos para os trabalhadores. Em um momento, chegou a fazer o famoso coração com as mãos, gesto comum dos boleiros.

Dilma também arremessou para os operários a bola que foi usada para o ponta pé inicial.

- Veio na minha mão. Ficar com essa bola é a mesma sensação de fazer um gol no estádio. Vai ficar guardada, é um troféu - comemorou o encarregado de montagem Wagner Anadias, de 34 anos, que conseguiu pegar a Brazuca jogada pela presidente.

Já do lado de fora da arena, cerca de 20 pessoas se concentraram com algumas faixas em protesto contra a Copa do Mundo e pedindo melhorias na área social. O pequeno protesto não atrapalhou a visita da presidente Dilma Rousseff.


- O movimento veio para questionar os eventos para a Copa. Foram feito apenas para os estádios. Será que a Copa é prioridade? O Mundo inteiro vem ver uma coisa maquiada. Temos milhares de problemas sociais nas cidades - disse, Leandro Xavier.

Manifestantes arena amazonia (Foto: Bito Marques) 
Manifestantes na entrada da Arena da 
Amazônia, em Manaus (Foto: Bito Marques)


Acidentes fatais contribuem para atraso

Um dos motivos para o atraso na inauguração da Arena da Amazônia está na série de acidentes de trabalho fatais que ocorreram no canteiro de obras. Foram três mortes nos últimos 10 meses, o mesmo número de óbitos registrados na construção dos outros 11 estádios da Copa - dois na Arena Corinthians e um no Mané Garrincha.

A primeira morte nas obras da arena de Manaus ocorreu em março de 2013, quando o operário Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, caiu de uma altura de aproximadamente cinco metros. Em dezembro do ano passado, nova queda provocou a morte do operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos. Na ocasião, cerca de 1.800 trabalhadores chegaram a paralisar as atividades por mais segurança. A Justiça manteve a obra interditada por quatro dias.

Na última sexta-feira, mais um operário morreu após acidente de trabalho nas obras da Arena da Amazônia. O português Antônio José Pita Martins, de 55 anos, não resistiu após ser atingido na cabeça por uma peça que teria caído no momento em que desmontava um dos guindastes usados para a instalação da cobertura.

Houve ainda, em dezembro de 2013, a morte do um trabalhador nas obras do Centro de Convenções do Amazonas (CCA), no entorno do estádio. Porém, o motivo do óbito foi um ataque cardíaco, e não um acidente de trabalho.




FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/02/dilma-visita-arena-da-amazonia-mas-nao-inaugura-obra-que-esta-atrasada.html

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