Enciclopédia do Futebol, Gylmar, Djalma Santos e De Sordi deixam país mais triste. Ídolos uruguaios Pedro Rocha e Mazurkiewicz também morrem em 2013
O bicampeão mundial Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol (Foto: arte esporte)
Um dos jogadores mais importantes no bicampeonato mundial de 1958 e 1962, Nilton Santos, que ainda disputou as Copas de 1950 e 1954, marcou época no Botafogo. A camisa alvinegra com a estrela solitária foi a única que vestiu. E se tornou o maior soldado em preto e branco: é o recordista de jogos (718 partidas), ganhou o Rio-São Paulo de 1962 e 1964,o Carioca em 1954, 1957, 1961 e 1962. No bicampeonato estadual, formava o timaço-base da Seleção bicampeã mundial, com Didi, Zagallo, Amarildo... E Mané Garrincha.
Em clubes, o lateral Nilton Santos só vestiu uma camisa: a do Botafogo (Foto: Arquivo)
Djalma Santos
Se do lado esquerdo Nilton Santos era praticamente uma unanimidade, do lado direito Djalma dos Santos, que morreu no dia 23 de julho, em Uberaba, também fez história. Como jogador, tirou a preposição do nome e virou sinônimo de técnica, ousadia, dedicação, profissionalismo. Habilidoso e dono de muito vigor físico, tornou-se, ao lado de Nilton Santos, um dos professores na arte de saber defender e atacar. Ídolo na Portuguesa de Desportos, onde começou, Palmeiras e Atlético-PR, fez carreira vitoriosa também na Seleção. Das quatro Copas que jogou, ganhou duas - 1958 e 1962.
Para se ter ideia da qualidade de Djalma, na Suécia ele atuou em apenas uma partida. A última. A decisão, contra os donos da casa. E adivinha o que aconteceu? Pelos 90 minutos, foi simplesmente eleito o melhor lateral-direito do Mundial. De Sordi, o titular, sofrera estiramento na coxa direita que o tirou da partida. E a partir dali Djalma não mais deixou a posição, da qual já fora dono na Copa de 1954, na Suíça, competição de más recordações para o Brasil.
Djalma Santos brilhou na final de 58 e foi eleito melhor lateral da Copa de 1958, atuou (Foto: Jairo Chagas/Jornal da Manhã)
No Palmeiras, integrou com Ademir da Guia, Djalma Dias e outros craques a famosa Academia de Futebol campeã paulista em 1959, 1963 e 1966, da Taça Brasil, nos anos de 1960 e 1967, e do Rio-São Paulo, em 1965. Do Palmeiras, Djalma foi para o Atlético-PR, onde encerrou a carreira aos 41 anos. Foi campeão estadual em 1970. No ano seguinte, fez sua despedida dos campos, contra o Grêmio, em um amistoso.
De Sordi
Titular da lateral direita na Copa de 1958 - sim, ele deixou Djalma Santos no banco até a partida decisiva e só não jogou contra a Suécia por contusão -, Nilton de Sordi, conhecido como De Sordi, morreu no dia 24 de agosto, com 82 anos, por falência múltipla de órgãos. Foi quase um mês depois do falecimento de Djalma Santos. De Sordi, que já sofria do mal de Parkinson, disputou 543 partidas pelo São Paulo e foi campeão paulista em 1953 e 1957.
De sordi, ex-jogador São Paulo, campeão mundial em 1958 (Foto: Divulgação/Site oficial do São Paulo)
Gylmar
No dia seguinte à morte do lateral De Sordi, em 25 de agosto, outro que deixou o Brasil de luto foi Gylmar dos Santos Neves. O goleiro bicampeão mundial pela Seleção em 1958 e 1962 e tantas vezes campeão pelo Santos de Pelé e pelo Corinthians não resistiu a um infarto aos 83 anos. O ex-jogador se recuperava de um AVC sofrido em 2000.
Considerado por muitos o maior goleiro do futebol brasileiro, Gylmar começou no Jabaquara, de Santos. Depois foi para o Corinthians. Entre os anos de 1951 e 1961, conquistou três vezes o Campeonato Paulista e duas vezes o Torneio Rio-São Paulo. Em 1962, trocou o Timão pelo Santos, e lá fez parte da equipe que encantou o planeta.
Gylmar dos Santos Neves, o goleiro mais campeão pela seleção brasileira (Foto: arte esporte)
Craques uruguaios
Mazurkiewicz, goleiro da Celeste, jogou no Atlético Mineiro (Foto: Arquivo / Site Oficial do Atlético-MG)
Além de ter atuado pelo Atlético-MG por duas temporadas (1972 a 1974), Mazurkiewicz defendeu o Peñarol-URU, conquistando, em 1966, a Libertadores e a Copa Intercontinental. Também defendeu as cores do Granada-ESP (1974 a 1978), Cobreloa-CHI (1979) e América de Cáli-COL (1980). Em 1981, voltou ao Peñarol para encerrar a carreira. Entre os anos de 1993 e 1997, o arqueiro também trabalhou como preparador de goleiros.
Pedro Rocha
No fim do ano, os uruguaios perderam outro ídolo e velho conhecido do futebol brasileiro. Pedro Virgílio Rocha Franchetti, o Pedro Rocha, meio-campo cerebral, habilidoso, foi o único a disputar quatro Copas do Mundo (1962, 1966, 1970 e 1974) pela Celeste. O camisa 10 está entre os maiores craques do Peñarol. Lá ganhou tudo: sete vezes campeão uruguaio (1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967 e 1968), tricampeão da Libertadores (1960, 1961 e 1966) e bicampeão mundial interclubes (1961 e 1966).
Craque uruguaio Pedro Rocha marcou época no São Paulo (Foto: Agência Estado)
Em 1978, transferiu-se para o Coritiba. Antes de encerrar a carreira, em 1980, ainda passou por Bangu, Deportivo Neza e Monterrey, do México, e Al-Nassr. No total em sua carreira, entrou em campo 620 vezes e marcou 213 gols. Depois de ter pendurado as chuteiras, abraçou a carreira de treinador, passando por mais de 20 clubes, entre eles Coritiba, Portuguesa e Guarani. Em 2009, sofreu um AVC. Como sequela, sofreu de atrofia do mesencéfalo, mal que afetou os movimentos e a fala, o que o deixou muito deprimido. Morreu em 2 de dezembro de 2013, na cidade de São Paulo, na véspera de completar 72 anos.
Ramallets, Liminha, Jancarlos
Outra morte que deixou muita tristeza no mundo do futebol em 2013 foi do catalão Ramallets, um dos maiores goleiros da história do Barcelona, onde atuou por 14 anos e ganhou seis campeonatos nacionais, e da seleção espanhola. Na meta da Fúria, tornou-se o primeiro goleiro a ser ovacionado no Maracanã.
Jancarlos, lateral-direito do Rio Branco-ES (Foto: Richard Pinheiro)
No dia 1º de novembro, Liminha, ex-volante do Flamengo, conhecido como Carregador de Piano, tamanha era sua dedicação em campo, morreu de infecção generalizada, no Rio de Janeiro. Liminha foi o oitavo jogador que mais vestiu a camisa rubro-negra, com 513 partidas e 23 gols entre os anos de 1968 e 1975. Ganhou o Carioca em 1972 e 1974.
Mas não foram apenas ex-atletas que partiram. O lateral Jancarlos, ex-São Paulo, Fluminense, Atlético-PR, Cruzeiro, Juventude e Rio Branco-ES, entre outros, morreu ainda em atividade. O carro do jogador de 30 anos caiu em uma ribanceira na BR-040, em Itaipava, na pista sentido Rio de Janeiro. O atleta estava em um Hyundai. Foi socorrido, mas não resistiu e morreu a caminho do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, em Petrópolis, no dia 22 de novembro. Jancarlos estava no Vilavelhense-ES.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/12/retrospectiva-2013-brasil-perde-nilton-santos-e-outros-campeoes.html
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