Letícia Esteves, representante do Colégio Nobel de Londrina, troca as passarelas pelas quadras e participa pela primeira vez dos Jogos Escolares da Juventude
Letícia desistiu da carreira de modelo para se dedicar ao futsal (Foto: Juliana Vicente)
- No começo, ser modelo não era o que eu planejava. Eu tinha 12 anos, um dia eu estava andando na rua com a minha mãe, e um olheiro me chamou. Eu fui fazer umas fotos, e gostaram muito. Eu segui por um tempo na carreira, mas chegou uma hora em que eles me pediram para mudar de cidade e ir para São Paulo. Aí eu não quis deixar minha família e o futsal.
O interesse pela modalidade surgiu aos 8 anos, ao ver o pai jogando em um time de Londrina. A jovem afirma que, inicialmente, a mãe não gostou muito da ideia de ver a filha com uma bola nos pés, mas acabou se acostumando. Hoje, ela é uma de suas maiores incentivadoras de Letícia.
- Bem antes da carreira de modelo eu já jogava com os meninos, até que aos 13 anos conheci o time da Jayne (técnica). Meus pais me apoiaram no meu começo no esporte, mas minha mãe achou que meu interesse duraria uns cinco meses e eu iria desistir de ideia. Mas não foi o que aconteceu e eu estou até hoje aqui.
Estudante do Paraná venceu o preconceito e é uma das
artilheiras do time (Foto: Josi Schmidt)
A rotina de modelo de Letícia incluía fotos e cursos de passarela. Agora, a atleta se divide entre os treinos de musculação e o futsal, em sessões de 4 horas diárias. A jogadora garante que não se arrepende da troca.
- Não deu para juntar as duas coisas, porque eu estudo, vou para a academia e treino. Isso toma o meu dia inteiro e não daria para encaixar a rotina de uma modelo na minha vida atual. Então eu desisti para focar só no esporte.
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Treinando
até os 13 anos com o time masculino do São Caetano de Londrina, no
futebol society, a estudante já participou de competições em que era a
única menina. Ela afirma que já escutou todo tipo de provocação dentro e
fora dos ginásios.- Eu já sofri preconceito por ter escolhido jogar futsal, mas, principalmente, das mães dos meninos que eu enfrentava. Elas me falavam que eu não tinha que estar ali, que o lugar de menina era lavando louça. Isso aconteceu muitas vezes comigo e eu tinha apenas uns 9, 10 anos. Meu time era muito bom, e elas não aceitavam que os filhos perdessem para mim.
Nada disso abalou a pivô, que participa pela primeira vez dos Jogos Escolares e espera poder ajudar o time do Paraná a se classificar para disputar a primeira divisão no ano que vem, já que a equipe disputa a "série b" na etapa de Belém.
O mundo da moda perdeu uma grande modelo, mas o mundo do esporte ganhou uma grande atleta.
Jayne Borim, técnica de Letícia
Para Jayne Borim, que já foi atleta da seleção brasileira feminina e hoje treina a equipe do Colégio Nobel de Londrina, a procura pelo futsal aumento bastante entre as meninas com o passar do tempo.
- Quando eu comecei, tive uma dificuldade imensa na hora de montar a escolinha. Tinha que sair na captura de talentos e hoje em dia as pessoas buscam mais. Já lidei com muito preconceito, mas elas não sofrem nem um terço do que se passava antigamente. Algumas mães não querem a filha jogando bola, mas eu percebo que a criança ganhou voz para fazer o que tem vontade, coisa que era bem difícil de acontecer há alguns anos.
No caso de Letícia, Jayne é só elogios e afirma que é um dos grandes talentos do time do Paraná que está em Belém.
- A forma física dela foge um pouco da categoria. Ela se destaca por ser uma artilheira nata, além de uma menina decidida. Se você for pensar em uma carreira de modelo, financeiramente é muito mais lucrativo do que a de uma atleta. O mundo da moda perdeu uma grande modelo, mas o mundo do esporte ganhou uma grande atleta, eu tenho certeza.
Letícia Esteves chama a atenção pela beleza e
pela habilidade com a bola de futsal (Foto:
Juliana Vicente)
FONTE:
pela habilidade com a bola de futsal (Foto:
Juliana Vicente)
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