quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dois minutinhos com... Luizomar: papo solitário e 'cilada' em micareta


Em busca de seu quarto título da Superliga, técnico do Osasco revela paixão por forró e elogia rival Bernardinho: 'É um ícone, uma referência da geração'

Por João Gabriel Rodrigues Osasco, SP


Já faz um tempo que Luizomar de Moura se flagrou com uma mania estranha. No caminho para os treinos do Osasco, tem tido conversas consigo mesmo em seu carro até perceber os traços de uma loucura solitária. A mania, porém, se distancia da insanidade e se aproxima da imagem que o treinador se habituou a passar ao longo da carreira. Sem deixar que a tensão extravase em momentos decisivos, prefere sempre o diálogo à beira da quadra, ainda que os palavrões escapem vez ou outra. Gosta tanto de um papo que até ultrapassou os dois minutinhos que tirou para contar curiosidades de sua vida pessoal ao GLOBOESPORTE.COM, às vésperas da final da Superliga, contra o Rio de Janeiro, neste domingo, às 10h, no ginásio do Ibirapuera (confira o quadro no vídeo acima).

Luizomar saiu cedo de Caruaru, onde nasceu. Da cidade pernambucana, manteve no sangue a paixão pelo forró. “Rindo à toa”, do grupo Falamansa, é uma de suas músicas preferidas desde a época em que conquistou seu primeiro título da Superliga, pelo Flamengo, na temporada 2000/2001. Queria aprender a tocar algum instrumento, mas diz ser descoordenado até para batucar na mesa. Ainda assim, sempre que pode, vai a shows. Até mesmo a uma micareta, como a do carnaval de Maceió, que foi ao lado da mulher. A ideia de se misturar aos foliões, no entanto, não foi tão feliz.

- Quase não conseguimos sair, ficamos esmagados lá – brincou o técnico.


Mosaico Luizomar entrevista dois minutos (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)Dúvidas, risadas e lembranças: as caras e bocas de Luizomar durante a entrevista (Foto: Editoria de arte)

Da infância, ele se lembra do sonho de ser bombeiro e das dificuldades que seus pais enfrentavam em busca de uma casa própria e do fim do temido aluguel. Mas também carrega até hoje a paixão pela carne de panela feita por sua mãe. Diz que seu orgulho é ter conseguido dar condições melhores à família. É dela, aliás, que vem seu maior medo.

- Meu maior medo é que alguém da minha família fique doente.

Ainda que passe tranquilidade, Luizomar não é um técnico frio. A cada jogo, se entrega, tanto pelo Osasco quanto pelas seleções de base. A última vez que chorou foi justamente em uma derrota, trancado no quarto de hotel, depois de perder para a Itália na final do Mundial juvenil de 2011, no Peru. Em busca de seu quarto título da Superliga, o comprometimento é evidente. Tanto que precisou mentir para o filho, que pedia um pouco mais de tempo para suas brincadeiras.


- Eu menti esses dias para o meu filho caçula, quando disse que ia brincar com ele no fim de semana. Mas vai ser impossível.

Na final, Luizomar vai se ver novamente à frente do Rio de Janeiro, no maior clássico do vôlei nacional. As duas equipes decidiram as últimas oito decisões da Superliga, com vantagem para a equipe carioca (cinco vitórias, contra três do time paulista). O último encontro não foi dos mais tranquilos. No ginásio José Liberatti, as atuais campeãs venceram um jogo nervoso, com direito a uma discussão entre o técnico da casa e Bernardinho. Luizomar, no entanto, é só elogios para o rival.

- É um ícone, uma referência para a nossa geração.

Osasco e Rio fazem a final no próximo domingo, às 10h, no ginásio do Ibirapuera. A TV Globo transmite o jogo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em Tempo Real.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/dois-minutinhos-com-luizomar-papo-solitario-e-cilada-em-micareta.html

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