Treinador do Corinthians diz que não viu pênalti em toque de mão do zagueiro Gil e destaca defesa do goleiro na cobrança de Rogério Ceni no segundo tempo
O técnico Tite discordou do trio de arbitragem sobre a marcação do pênalti a favor do São Paulo depois que a bola desviou no braço do zagueiro Gil em chute de Michel Bastos, neste domingo, no Morumbi, pela oitava rodada do Campeonato Paulista. O treinador elogiou a atuação da equipe e também exaltou a defesa de Cássio na cobrança de Rogério Ceni. O Timão venceu por 1 a 0 e aumentou um tabu - desde 2007 não perde para o São Paulo no Morumbi.
– Para mim, Adenor, pessoa e técnico, não é pênalti. Não existiu amplitude do braço. Recentemente, a Federação (Paulista de Futebol) fez uma palestra para todos nós e mostrou claramente o que era pênalti. O movimento do Gil foi natural. Ele errou em tomar o primeiro cartão – afirmou.
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Tite mostrou que ficou satisfeito com o rendimento do Corinthians, principalmente em suportar a pressão do São Paulo no segundo tempo com um jogador a menos.
– Fizemos um bom primeiro tempo, fomos superiores. Eu disse que deveríamos ter simplicidade no último terço para fazer o segundo gol. Neutralizamos o São Paulo em um campo grande e os grandes jogadores que ele tem. Por isso, estou contente também –ressaltou o comandante.
Avesso aos elogios públicos aos jogadores, Tite fez questão de elogiar a defesa do goleiro Cássio na cobrança de Rogério Ceni. Para o treinador, o empate do São Paulo naquele momento poderia determinar a derrota do Corinthians. No entanto, Cássio conseguiu salvar o Timão com os pés.
– Ele (Rogério) não perdeu. Foi mérito do Cássio. Se toma o gol, a possibilidade de perder é grande. Cássio é grande, e o gol fica pequeno. Se ele sai para o lado e antecipa, pega. O braço é muito cumprido. Cássio teve o recurso de tirar com o pé. Não é reflexo, é recurso técnico. Ele tem um potencial muito grande, tem um rumo muito grande pela frente. Estou falando de Seleção. Tem de trabalhar com essa ambição e humildade. Possui todas as virtudes para, continuando bem, ser convocado – disse Tite.
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Fome de vitórias
A equipe treina assim. Ou então fica um discurso bonito para técnico e torcedor ouvir, para a imprensa observar. A essência é o treinamento, leva para dentro de campo essa intensidade para reproduzir no jogo.
São Paulo perdido, e Corinthians organizado?
Esse comparativo é do imediatismo que tem no futebol. Tenho 27 anos de profissão, Muricy tem 30. Peço que tenham respeito com a atividade.
Timão já é um grande time?
Não, ainda está em evolução e precisa se consolidar. Inclusive, ficar com 11 jogadores o tempo inteiro. Não pode acontecer (expulsões). Temos de corrigir. Não no lance do pênalti, mas no interior poderíamos ter evitado (o cartão amarelo).
Onde dá para melhorar?
Não podemos ter um falso humilde ou ter o complexo de vira-lata. Estamos ganhando, mas vamos perder. Quando está bom, está bom. Mas temos de crescer em jogadas de bolas paradas. Aí vai o técnico cobrar no vídeo e mostrar. É inevitável que vamos perder, mas ter essa preparação nos treinamentos é fundamental.
Chegou ao ápice antes da hora?
Não, não, não...é um processo de evolução e crescimento. Vamos oscilar, mas precisamos ter padrão de desempenho. É uma escada. Sobe, se mantém em um (degrau) e depois sobe para outro. Derrotas são inevitáveis. Quarta-feira (contra o São Bernardo), vamos sofrer. Estamos olhando os defeitos. Aqui não tem técnico que esconde os defeitos.
Boa atuação da defesa
Eu digo para os jogadores se prepararem porque as oportunidades vão aparecer. Esse é o discurso. Se não se preparar com qualidade, quando entrar para dentro do campo, não vai conseguir jogar.
Organização da equipe
Quando você é organizado, tem um espaço maior para a criatividade. Depois que repete uma série de movimentos, não precisa pensar. Nosso primeiro jogo contra o São Paulo foi exceção. Aquilo é um padrão, uma referência. É difícil reproduzir. Não é que o São Paulo jogou mal, mas nós jogamos muito.
Renovação de Guerrero
Vocês nos colocam em saia-justa (risos). Eu torço (para renovar). É um cara que sabe quando é cobrado, quando erra. O técnico diz e ele aceita. Torço para que fique, é identificado.
Tite, durante o jogo entre São Paulo e
Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)
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