segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Kleina avalia derrota e fala sobre salários: “Temos que administrar”

Técnico do Bahia diz que time não foi competente para bater Chapecoense, apesar de ter um jogador a mais em campo, e pede tranquilidade para retomar as vitórias


 
Por Salvador


O Bahia não teve um domingo positivo. Nesta tarde, na Arena Fonte Nova, o Tricolor foi derrotado pela Chapecoense por 1 a 0, mesmo com um jogador a mais em campo (assista aos melhores momentos no vídeo acimao). A equipe baiana começou a partida apagada, com um meio de campo lento e sem criatividade. Apenas na segunda etapa, depois que Tiago Luis foi expulso, o Esquadrão ameaçou o adversário. Ainda assim, o resultado não veio.
 
- Foi um jogo difícil. A gente conversou na sexta-feira. A Chapecoense é uma equipe que marca forte, espera o erro. Falei isso para eles, que era importante sair na frente, porque eles [a Chapecoense] se fecham muito bem. E foi o que aconteceu. Trabalhamos com dois meias no primeiro tempo. O time deles jogou mais. Até que não levava perigo... Mas tomamos um gol, tínhamos totais condições de diminuir o ângulo da bola. Agora temos que tranquilizar. Estávamos perdendo no meio de campo. Tivemos um homem a mais, e a Chapecoense foi melhor. Tentamos afunilar, encurralamos, mas não fomos competentes. O futebol é eficiência, tivemos mais posse de bola, mais cruzamentos, mais finalizações... Mas o futebol passa pela competência, e não fomos [competentes]. A Chapecoense foi competente. O resultado é ruim para nós, era um jogo-chave. Vamos ter que recuperar lá fora – avaliou o técnico Gilson Kleina após o duelo.
  
Com dois meses de salários do elenco atrasados, o treinador comentou a situação delicada por que passa o clube fora dos gramados. Kleina admitiu que a complicação financeira pode atrapalhar o rendimento em campo, mas garantiu foco. O técnico destacou que confia na diretoria para que o problema seja sanado em breve.  

Gilson Kleina; Bahia (Foto: Eric Luis Carvalho)"Era um jogo-chave", lamenta técnico do Bahia (Foto: Eric Luis Carvalho)

- No futebol, você resolve fazendo resultado. Isso que estou passando para eles. Mas também não vou ser demagogo e dizer que cada situação não mexe com nosso emocional. Todos nós sabemos a situação. Temos que administrar. Acredito muito nas pessoas que estão resolvendo a situação. Mas também é inegável: depois dessa reunião, só se fala nisso. Estamos administrando da melhor maneira possível. Tentamos colocar para as famílias que as coisas vão acontecer. É ter tranquilidade para voltar às vitórias. Muitos clubes estão passando por essa situação. Espero que nossos problemas a gente possa solucionar. Só conseguindo o resultado vamos pegar mais força. Estou administrando a cabeça deles, para correr pelo Bahia, deixar o Bahia na Primeira Divisão. É importante a parte financeira, mas quem está dentro do jogo foca só no objetivo da vitória – disse o comandante.  
O atraso nos salários do Bahia veio à tona na última terça-feira, quando um grupo de jogadores se reuniu com a diretoria para fazer cobranças. Na ocasião, a diretoria de futebol deu prazo de cerca de 20 dias para que o problema fosse resolvido. Na última sexta-feira, o clube pagou algumas premiações que estavam atrasadas. 
  
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Gilson Kleina

oportunidades para jogadores que estão no banco
- No futebol, a melhor resposta é em 90 minutos. As oportunidades são dadas. Tem momentos em que trabalhamos com dois meias, três atacantes... A gente tenta não ser previsível, tenta formar dentro da característica do jogo. Eu sempre busquei ter uma regularidade. Todos nós erramos. Mas o importante é ter uma regularidade técnica, uma atuação na média para cima. Quando isso não acontece, a gente sofre. É importante fazer um campeonato forte em casa. Agora é tentar buscar o resultado fora. Rapidamente, tentar assimilar. Temos uma viagem agora ao interior do Peru, muda a chave. É tranquilizar para poder armar. Fico chateado, porque era não o resultado que queríamos.


avaliação do jogo e atuação do meio de campo
- Até achei o jogo morno no primeiro tempo. A Chape queria nosso erro. Não começamos bem, mas controlamos o jogo. Quando eles saíram para o jogo, complicou um pouco. Mas também não chegaram com tanto perigo... Futebol é erro. Essa situação, coloquei ontem no treino. É uma equipe em que você tem que sair na frente, quebrar o sistema de jogo, a linha de marcação. Tem homens de velocidade, veio com muita moral, muita confiança. Nós tivemos um homem a mais e não soubemos aproveitar. Até se tivéssemos feito o gol naquelas defesas do Danilo, poderia ter mexido com o emocional deles. Não foi dessa vez, lamento. Vamos ter que recuperar. Agora é difícil querer justificar. Tínhamos totais condições de pelo menos somar. Tivemos dificuldade de criação, mas colocamos dois jogadores dessa característica. Marcos Aurélio tem uma ótima bola parada, apostei ali. Botei o Lincoln, que tinha plano de fazer 20 minutos. Mas, com um homem a mais, ele teria mais liberdade. Fizemos. Mas as coisas não aconteceram. Infelizmente é um resultado muito ruim para nós.


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