Questionado sobre possível interferência da diretoria na escalação da equipe titular, técnico fica nervoso, levanta o tom na resposta e pede respeito
O técnico Enderson Moreira ficou satisfeito com a vitória do
Santos por 2 a 1 diante do Coritiba, na noite deste sábado, principalmente pelo
impacto psicológico que ela causa no elenco. Para que os três pontos conquistados
na Vila Belmiro sejam ainda mais importantes para o Peixe no Campeonato
Brasileiro, o treinador destaca a importância de uma sequência positiva a
partir de agora.
- O que a equipe precisa nesse
campeonato é de uma sequência de vitórias. É importante (para o psicológico)
uma vitória fora, pontuar fora. Se tivéssemos conseguido empatar contra o
Sport, teríamos nos aproximado da ponta. O importante é pontuar, ficar o maior
tempo possível sem derrota. Se conseguirmos essa sequência, tenho
certeza de que vamos crescer muito, nos encher de moral e buscar com todas as
forças a melhor colocação – disse.
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A entrevista coletiva, porém, teve um momento de tensão, apesar de Enderson estar animado com o resulado. Questionado sobre uma possível interferência da diretoria na escalação da equipe, o treinador se irritou, alterou o tom em que falava, pediu respeito e rechaçou qualquer participação de terceiros na formação que ele utiliza.
- Eu fico constrangido com este tipo de pergunta. Acho que
você (repórter) tem de respeitar o profissional que está aqui. Eu nunca tive
que dividir minha responsabilidade. O que eu faço, eu faço. Eu não sou um cara
autoritário e não acho que só a minha opinião prevalece, mas dentro da minha
comissão eu que defino, pego as informações e as decisões são minhas. A partir
do momento que entra e se posiciona em campo, eu que tomei a decisão. Fico
chateado com essa pergunta, porque dependo do meu trabalho para ter uma boa
condição de vida. Esse é meu ganha pão – falou o técnico.
O Santos volta a campo nesta quinta-feira, contra o Grêmio,
às 20h30, na Arena, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com 29 pontos
ganhos, equipe está na nona colocação na tabela de classificação – pelo menos
até o fim dos jogos deste domingo.
Veja os outros tópicos da entrevista de Enderson.
ATUAÇÃO DO TIME E ALTERAÇÕES
- É sempre muito difícil entrar em um jogo, principalmente em
um jogo que estava extremamente difícil. A expectativa era de que o Coritiba
viesse pra cima, aí colocamos jogadores de velocidade para puxar o
contra-ataque. Fizemos um primeiro tempo bom, demos poucas chances ao
adversário. Até os 20 minutos do segundo tempo, tivemos umas duas ou três
possibilidades, mas não fomos felizes.
IMPORTÂNCIA DE DAMIÃO E ROBINHO
-
Damião foi competitivo, se dedicou muito. Iniciamos o jogo
com um time bem leve, com jogadores decisivos nas pontas (Gabriel e
Robinho). Em
alguns momentos, o Damião teve que voltar para buscar o jogo. Está
lutando contra uma fase pela qual está passando. É um jogador que está
se esforçando. O Robinho
eleva muito o nível da equipe, dá maturidade, conhecimento para definir a
jogada no momento certo. Prova disso é o gol. É um jogador que passa
confiança
para os demais atletas. Todo mundo tem nele uma referência.
OSCILAÇÃO NA SEGUNDA ETAPA
- Falei no vestiário, no intervalo: 2 a 0 é interessante,
mas muito traiçoeiro. Às vezes, mudamos o ritmo e podemos ter alguns problemas.
É um placar que pode iludir um pouco a equipe. E depois, para retomar o jogo, é
sempre muito complicado. Até os 20 minutos do segundo tempo conseguimos
controlar bem o jogo, depois o Coritiba melhorou. É evidente que tivemos alguma
dificuldade. Temos de saber controlar o jogo quando não estamos com o controle
total das ações ofensivas.
DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE ODÍLIO
- É difícil falar sobre isso. Sabemos que as pessoas que
lidam com o futebol têm momentos de extrema pressão, de dificuldade. Particularmente,
nos sentimos muito à vontade aqui na Vila. Quando eu jogava contra o Santos, sempre
vinha aqui com muito receio, sempre tive consciência da força do Santos no seu
estádio. Por ser um estádio antigo, é evidente que algumas coisas não são da
maneira que muitos nós gostaríamos de ter. E muitas vezes há uma limitação para
fazer um tipo de construção, uma reforma. É um estádio aconchegante, sei da
força do Santos aqui dentro.
PARTIDA CONTRA O GRÊMIO
- A partir de agora que começo a voltar todas as minhas
atenções para esse jogo. O Grêmio tem muita força dentro da Arena, tem bons
atletas, tem boas expectativas. O Felipão, por ser uma referência, conseguiu
mobilizar muito a torcida a favor da equipe. A partir de agora que pensamos
nesse jogo. É importante que tenhamos inteligência para vencer.
ALISON SUSPENSO
- Lamentamos muito. Foi a primeira participação dele no meu
time. Tem uma força, uma energia, um comprometimento tático muito bom.
* Bruno Giufrida colaborou sob supervisão de Leandro Canônico.
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