Terceiro maior pontuador do campeonato, americano brilha após superar momentos difíceis nos últimos anos: pneumonia, morte do pai e caso de autismo do sobrinho
A
peça de um quebra-cabeça tatuada no pulso direito ganhou aquele lugar
de caso pensado. Matt Anderson queria que a cada saque, a cada movimento
seu em quadra, as câmeras de TV e as lentes dos fotógrafos pudessem
focalizá-la. Foi a forma encontrada para mostrar seu apoio à
conscientização sobre o autismo (o quebra-cabeça é o símbolo do
movimento). De ajudar um pouco mais o sobrinho Tristin e crianças como
ele. O líder da equipe dos Estados Unidos no Mundial da Polônia - que
impôs a primeira derrota aos anfitriões na quarta-feira - é assim. Bom
moço, boa pinta, bom companheiro e bom jogador. É também o terceiro
maior pontuador da competição (123 pontos), ficando atrás apenas do
francês Antonin Rouzier (139 pontos) e do também americano Taylor Sander
(129 pontos). Nos últimos anos, Matt aprendeu a vencer obstáculos fora e
dentro das quadras.
Além do diagnóstico da doença do pequeno integrante da família, de um caso sério de pneumonia em 2009, também perdeu o pai em 2010. Foram momentos difíceis que acabaram tornando-o ainda mais forte.
- Foi duro quando recebemos a notícia sobre Tristin. Minha família e eu encaramos realmente bem. Somos muito próximos, contamos uns com os outros para muito apoio e para ajudar em tudo, das pequenas coisas às grandes. Eu aprendi muito com Tristin, e o fato de que você não julga um livro por sua capa, você não conhece uma pessoa até saber toda sua história. Com a morte do meu pai (tem uma tatuagem com as iniciais dele, dia de nascimento e de morte), eu aprendi que o tempo é curto, então faça o melhor com isso e aproveite o que você está fazendo. Se você não está aproveitando, então mude isso - disse.
Foi
o que fez. Há dois anos, conseguiu um lugar na seleção americana. Era o
mais novo num elenco repleto de jogadores experientes, que defendiam o
título conquistado nos Jogos de Pequim 2008. Voltou de Londres com o
quinto lugar. Depois dali, John Speraw assumiu como treinador e promoveu
a renovação já pensando nas Olimpíadas de 2016. Matt Anderson, ponteiro
de ofício, teria de atuar como oposto. Aceitou o desafio em prol do
time.
- Acho que minha maior força é minha versatilidade, minha capacidade de jogar nas duas posições e executar bem as habilidades necessárias para elas. Ser um líder nesta equipe é uma experiência diferente da que tive em 2012. Quando você é mais novo e está jogando bem, você cai no sistema do vôlei. Você apenas segue os veteranos, é bem fácil apenas pensar sobre você e jogar por você. É claro que também está jogando para o time, mas é mais fácil ficar livre. Agora, como um cara mais velho, um líder da equipe, mesmo quando você está tendo um jogo ruim tem que ser capaz de motivar e inspirar seus companheiros para jogar bem. É menos sobre como eu estou indo, mas como o time está indo. É um pouco mais difícil.
E neste Mundial, os americanos não tiveram muita tranquilidade na primeira fase. Atuais campeões da Liga Mundial - venceram o Brasil, em Florença - eles perderam dois dos cinco jogos que fizeram (para o Irã e para a França) e garantiram a terceira das quatro vagas do Grupo D para a segunda etapa. Querem agora recuperar a consistência mostrada na competição anterior. Depois de baterem o anfitrião, os EUA passaram também pela Sérvia na última quinta-feira. Ocupam a quarta posição do Grupo E, com 10 pontos, atrás de Irã (11), Polônia (12) e França (13). O próximo compromisso será contra a Austrália, neste sábado. Apenas três equipes de cada grupo avançam para a terceira etapa.
- A força na Liga Mundial foi nossa capacidade de jogar junto. Jogamos muito duro uns pelos outros, então isso tornou mais fácil, tornou mais divertido jogar. Obviamente agora há mais pressão, mas acho que nosso objetivo para o Mundial não é apenas o pódio, mas melhorar como time. Desde que a gente consiga melhorar como equipe, é um benefício. E, por fim, nosso objetivo é conseguir uma medalha no Rio. Então, eu realmente espero estarmos no pódio em 2016 e também aqui.
Além
de ser um dos maiores pontuadores da competição, Matt Anderson costuma
estar entre os primeiros na lista dos jogadores preferidos da torcida,
boa parte dela de adolescentes, por outros atributos. Ri, fica sem jeito
ao ser chamado de galã das quadras. Ainda tem dificuldade de lidar com o
assédio e lembra que já passou por algumas situações inusitadas ao
redor do mundo.
- É… hum… algumas coisas aconteceram no Japão, onde algumas fãs entraram no nosso hotel, chegaram até nossos quartos. Então, isso foi um pouco estranho. Não tem muito jeito, eu não lido com isso. Eu só meio que, sei lá. Eu não sei. Tento tirar o máximo de fotos e dar o máximo de autógrafos que consigo. Mas, ao mesmo tempo, na maioria das vezes em que estamos jogando, temos um jogo no dia seguinte ou no próximo. Então é pegar a mala, ir para o hotel o mais rápido possível e se recuperar. Meus companheiros de time não querem sentar lá por mais 25, 30 minutos porque eu estou lá fora tirando fotos. Então, faço o máximo que posso. Infelizmente isso significa que não posso tirar foto e dar autógrafo para todo mundo. Não quer dizer que eu não queira, mas é duro.
Matt Anderson é uma das referências
da equipe americana
(Foto: Divulgação/FIVB)
Além do diagnóstico da doença do pequeno integrante da família, de um caso sério de pneumonia em 2009, também perdeu o pai em 2010. Foram momentos difíceis que acabaram tornando-o ainda mais forte.
- Foi duro quando recebemos a notícia sobre Tristin. Minha família e eu encaramos realmente bem. Somos muito próximos, contamos uns com os outros para muito apoio e para ajudar em tudo, das pequenas coisas às grandes. Eu aprendi muito com Tristin, e o fato de que você não julga um livro por sua capa, você não conhece uma pessoa até saber toda sua história. Com a morte do meu pai (tem uma tatuagem com as iniciais dele, dia de nascimento e de morte), eu aprendi que o tempo é curto, então faça o melhor com isso e aproveite o que você está fazendo. Se você não está aproveitando, então mude isso - disse.
Tatuagem no pulso de Matt é para conscientização sobre o autismo (Foto: Reprodução / Twitter)
- Acho que minha maior força é minha versatilidade, minha capacidade de jogar nas duas posições e executar bem as habilidades necessárias para elas. Ser um líder nesta equipe é uma experiência diferente da que tive em 2012. Quando você é mais novo e está jogando bem, você cai no sistema do vôlei. Você apenas segue os veteranos, é bem fácil apenas pensar sobre você e jogar por você. É claro que também está jogando para o time, mas é mais fácil ficar livre. Agora, como um cara mais velho, um líder da equipe, mesmo quando você está tendo um jogo ruim tem que ser capaz de motivar e inspirar seus companheiros para jogar bem. É menos sobre como eu estou indo, mas como o time está indo. É um pouco mais difícil.
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E neste Mundial, os americanos não tiveram muita tranquilidade na primeira fase. Atuais campeões da Liga Mundial - venceram o Brasil, em Florença - eles perderam dois dos cinco jogos que fizeram (para o Irã e para a França) e garantiram a terceira das quatro vagas do Grupo D para a segunda etapa. Querem agora recuperar a consistência mostrada na competição anterior. Depois de baterem o anfitrião, os EUA passaram também pela Sérvia na última quinta-feira. Ocupam a quarta posição do Grupo E, com 10 pontos, atrás de Irã (11), Polônia (12) e França (13). O próximo compromisso será contra a Austrália, neste sábado. Apenas três equipes de cada grupo avançam para a terceira etapa.
- A força na Liga Mundial foi nossa capacidade de jogar junto. Jogamos muito duro uns pelos outros, então isso tornou mais fácil, tornou mais divertido jogar. Obviamente agora há mais pressão, mas acho que nosso objetivo para o Mundial não é apenas o pódio, mas melhorar como time. Desde que a gente consiga melhorar como equipe, é um benefício. E, por fim, nosso objetivo é conseguir uma medalha no Rio. Então, eu realmente espero estarmos no pódio em 2016 e também aqui.
Tatuagens no braço esquerdo de
Matt Anderson chamam a atenção
(Foto: Divulgação / FIVB)
- É… hum… algumas coisas aconteceram no Japão, onde algumas fãs entraram no nosso hotel, chegaram até nossos quartos. Então, isso foi um pouco estranho. Não tem muito jeito, eu não lido com isso. Eu só meio que, sei lá. Eu não sei. Tento tirar o máximo de fotos e dar o máximo de autógrafos que consigo. Mas, ao mesmo tempo, na maioria das vezes em que estamos jogando, temos um jogo no dia seguinte ou no próximo. Então é pegar a mala, ir para o hotel o mais rápido possível e se recuperar. Meus companheiros de time não querem sentar lá por mais 25, 30 minutos porque eu estou lá fora tirando fotos. Então, faço o máximo que posso. Infelizmente isso significa que não posso tirar foto e dar autógrafo para todo mundo. Não quer dizer que eu não queira, mas é duro.
Matt Anderson comemora ponto em
partida dos EUA na Polônia
(Foto: Divulgação / FIVB)
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