terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ambição, otimismo e conselhos do rival: veja adversários dos brasileiros

Oitavas de final da Sul-Americana começam com duelo do São Paulo contra time que surpreendeu brasileiros. Vitória tem pedreira pela frente, e Goiás encara logística difícil


Por Rio de Janeiro


Se tradição e ambição pesarem, o Vitória é o time brasileiro com a missão mais difícil nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, que começam nesta terça-feira. O Rubro-Negro terá pela frente o Nacional de Medelim que, acostumado com os títulos colombianos em sequência, busca a glória internacional a todo custo, êxito que tem escapado nos últimos anos. Mas não é apenas o peso da camisa que influencia. 


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O GloboEsporte.com apresenta também os adversários de São Paulo, Bahia e Goiás nesta fase do torneio, que conta com times expressivos e outros de nível intermediário no futebol sul-americano. O Tricolor, campeão em 2012, dá a largada nesta terça, às 20h30, diante do modesto Huachipato, que já surpreendeu Grêmio e Fluminense na Libertadores do ano passado. 
  
O Bahia encara o peruano Universidad César Vallejo, nesta quarta, às 19h30, na Fonte Nova, e terá pela frente um time otimista e bem aconselhada pelo rival, Vitória. O Goiás, vice em 2010, pega um adversário recorrente de brasileiros em torneios internacionais. O duelo com o Emelec é nesta quarta, às 22h, em Guayaquil, em jogo com logística complicada para os goianos. No mesmo horário, o Rubro-Negro encara o Nacional, em Medelim.


Huachipato-CHI: técnico ex-jogador de rugby e dinheiro de siderúrgica

Primeira equipe brasileira a entrar em campo pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, o São Paulo terá pela frente um time cujo técnico já foi da seleção chilena de rugby. O Huachipato, da cidade de Talcahuano, no sul chileno, tem como treinador Mario Salas, que antes de ser jogador de futebol, chegou a representar o Chile em competições internacionais de rugby em 1986. No entanto, o futebol virou seu esporte principal. Ex-jogador de Everton e Colo-Colo, Mario jogou pela seleção chilena nas eliminatórias para a Copa de 1998 e está em seu terceiro clube como treinador. 

Mario Salas, Huachipato (Foto: Agência AFP)
Mario Salas, técnico do Huachipato, 
é ex-jogador de rugby e presa pelo 
jogo ofensivo (Foto: Agência AFP)


Com o Huachipato, ele já superou a melhor campanha da equipe na Sul-Americana. O modesto time participou em 2006 da competição e foi eliminado na primeira fase. Os “acereros”, apelido dado devido à ligação com a indústria do aço na região sul do Chile, é um dos seis únicos clubes fora de Santiago que já conquistaram o campeonato nacional. O clube foi campeão em 1974 e do Clausura em 2012. Em 2013, o Huachipato esteve no grupo de Grêmio e Fluminense na Libertadores  e deu trabalho em sua segunda participação no torneio. Venceu o Grêmio na Arena e empatou no Chile. Contra o Tricolor carioca, perdeu em Talcahuano e empatou no Engenhão.

A aposta da equipe é o jovem artilheiro Andrés Vilches, de 22 anos, que já tem quatro gols pela Copa Sul-Americana (dois contra o San José-BOL e dois contra o Universidad de Quito). O garoto, formado no clube, já fez quatro em oito rodadas de Apertura e é cogitado para ser convocado por Jorge Sampaoli para a seleção chilena. O argentino Lucas Simón, artilheiro da equipe, é desfalque. Segundo o jornalista Pedro Marín, do jornal “La Tercera”, o clube é financiado por uma siderúrgica, tem crescido muito nos últimos anos e presa pelas características ofensivas.

- O treinador Mario Salas nunca renuncia ao seu estilo de jogo e quer aproveitar o mau momento do São Paulo, que não vence há quatro jogos. O Huachipato é um clube estável financeiramente e que está buscando crescer internacionalmente também. A classificação para as oitavas já foi uma grande conquista, mas não seria surpresa continuarem avançando – opinou Marín.


Universidad César Vallejo: otimismo e conselhos do rival 
  
A jovem equipe do Universidad César Vallejo – fundada na Universidade de mesmo nome, em Trujillo, no norte do Peru – está animada para o confronto com o Bahia. Não apenas pela animada visita à praia de Salvador, nesta segunda-feira, mas pelos resultados recentes de sua história. O time foi fundado em 1996 e está na primeira divisão peruana desde 2008. Recebido pelo Vitória na capital baiana, o clube foi orientado pelo Rubro-Negro sobre as principais armas do Tricolor.

Jogadores do Universidad Vallejo na praia de Salvador (Foto: Divulgação/Universidad Vallejo)
Jogadores do Universidad Vallejo 
curtem praia de Salvador 
(Foto: Divulgação/
Universidad Vallejo)


Chegou à Libertadores em 2013, quando foi eliminada na fase prévia para o Tolima, da Colômbia. No entanto, é considerada uma das forças do interior do país recentemente e ficou na segunda posição do Grupo B da Copa Inca, no primeiro semestre, que dá vaga na Libertadores ao seu campeão. Juan García, repórter do jornal “La Industria”, de Trujillo, acredita na classificação da equipe diante do Tricolor baiano.  

Jogadores do Universidad Vallejo com membros da comissão técnica do Vitória (Foto: Divulgação/Universidad Vallejo)Universidad Vallejo recebeu orientações técnicas do Vitória sobre o Bahia (Foto: Divulgação/ Universidad Vallejo)


- As possibilidades são grandes. É um time que vem fazendo boas partidas, jogou bem na Colômbia e na Bolívia (contra Millonarios e Universitario Sucre). O time está melhor nesta temporada, mais experiente. (Franco) Navarro só tem que trabalhar a concentração nos últimos 20 minutos, para administrar o resultado. O Bahia é um grande time, como qualquer equipe brasileira, eliminou o Inter, que é tradicional em torneios sul-americanos, mas o Vallejo mostrou que pode passar – comentou.  

O time do experiente técnico Franco Navarro está em sua terceira participação na Copa Sul-Americana e pela primeira vez passou da primeira fase. Ele conta com o bom momento do atacante Andy Pando, que marcou quatro gols nos duelos contra Millonarios e Universitario Sucre na competição. Os peruanos avançaram com uma vitória e um empate diante dos colombianos, mesmo desempenho contra os bolivianos.  

 
Nacional de Medelim: ambição por um título internacional

O Vitória terá o adversário mais duro pela frente. O Nacional de Medelim é o clube mais tradicional da Colômbia e atual tricampeão do país. A busca por um título internacional virou obsessão para a equipe do técnico Juan Carlos Osorio, que comanda o time desde 2012. Ele tem chegado perto nas últimas temporadas e garantiu que a prioridade deste semestre será a Copa Sul-Americana, como ressaltou o jornalista Jesús De La Hoz, do jornal “El Espectador”.
  
Libertadores Sherman Cardenas (Foto: Reuters)
Nacional, de Sherman Cárdenas (esq.),
 busca um título internacional para 
confirmar boa fase (Foto: Reuters)


- O principal objetivo de Juan Carlos Osorio é ganhar uma copa internacional, mas lhe falta ser mais efetivo nos momentos-chave. Na Libertadores perdeu para o Defensor, um time que se defendeu bem e foi contundente quando atacou o Nacional. Osorio já foi claro ao dizer que, se chegar um momento de decidir qual torneio priorizar, será um internacional. Por aqui ele já ganhou tudo – comentou Jesús.   
O Alviverde colombiano, campeão da Libertadores de 1989, está em sua quinta participação na Sul-Americana. A melhor campanha é a de 2003, quando foi eliminado para o campeão Cienciano na final. No ano passado caiu para o São Paulo nas quartas de final. A equipe Eliminou o Galo nas oitavas da Libertadores e foi eliminada pelo Defensor nas quartas. O time praticamente não mudou desde então. Shermán Cárdenas e o esquentado Edwin Cardona – reconhecido pelos inúmeros amarelos – seguem como os principais jogadores da equipe.


Emelec: adversário recorrente de brasileiros e logística complicada

Em sua sexta participação na Copa Sul-Americana, o Emelec luta para chegar à sua melhor campanha no torneio. Em todas as cinco vezes que disputou a competição anteriormente, o time de Guayaquil nunca avançou às quartas de final. Por duas vezes, os brasileiros foram seus algozes: Botafogo, em 2009, e Avaí, em 2010. O time equatoriano é figura carimbada nos torneios sul-americanos, mas nunca chega longe. 

Comemoração do Emelec contra o River plate (Foto: Agência AFP)
Emelec passou pelo River Plate-URU 
para enfrentar o Goiás 
(Foto: Agência AFP)


Esteve presente nas últimas cinco edições da Libertadores, mas caiu na primeira fase em três oportunidades e ficou pelo caminho nas oitavas de final em outras duas. Em 2014, foi o último do Grupo 7, do Flamengo, e o único a perder para o Rubro-Negro em casa. Foram poucas as mudanças em relação ao time que enfrentou os cariocas pela Libertadores.

O grandalhão atacante argentino Denis Stracqualursi deixou o time. O jovem meia Fernando Gaibor, promessa de 22 anos, que já defendeu a seleção equatoriana, se recuperou recentemente de lesão muscular e tem entrado aos poucos na equipe. O veterano goleiro Esteban Dreer, o meia Ángel Mena e o atacante Marcos Mondaini são as referências da equipe comandada pelo boliviano Gustavo Quinteros. 
O grande adversário dos goianos será a logística. Para viajar ao Equador, todos os jogadores tiveram que vacinar contra a febre amarela. Foram 10 horas de viagem e pouco tempo de descanso após a derrota por 2 a 0 para o Santos no último domingo, no Pacaembu. A volta será ainda mais apertada. A delegação sairá de Guayaquil às 18h de quinta-feira, chegará a São Paulo na manhã de sexta e terá de esperar ainda quatro horas até o retorno para Goiânia - a chegada em casa será às 12h. No sábado, às 21h, encara o Figueirense no Serra Dourada.


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