Após duas derrotas, Brasil bate Japão, evita vexame e sobrevive no Mundial

Seleção vence por 79 a 56 e avança às oitavas como 3º lugar do Grupo A. Agora time do técnico Zanon espera o segundo colocado do B: França, Canadá ou Turquia

Por Carol FontesDireto de Ancara, Turquia

Clarissa sobe para marcar mais dois pontos para o Brasil contra o Japão (Foto: Divulgação/FIBA)

O Brasil ainda não havia se encontrado no Mundial de basquete feminino e poderia deixar a Turquia no seu pior desempenho desde 1975, quando se despediu em 12º lugar na Colômbia. Com um elenco jovem e renovado (média de idade de 25 anos), o desequilíbrio emocional foi um dos maiores obstáculos da equipe verde-amarela. Depois de perder para República Tcheca e Espanha, o time entrou com a obrigação de vencer o Japão para avançar como terceiro colocado do Grupo A e evitar o maior vexame da história em Mundiais. Após início nervoso, as meninas da seleção deslancharam, controlaram e venceram as asiáticas por 79 a 56, nesta terça-feira, na Arena Ankara, na capital turca.

Agora, a seleção do técnico Luiz Augusto Zanon espera o segundo colocado do Grupo B, que pode ser França, Canadá ou Turquia. Ainda nesta terça, França x Canadá e Moçambique x Turquia se enfrentam para definir as posições na tabela. No momento, as turcas lideram com 4 pontos, seguidas pelas francesas e canadenses, com 3.

Com uma atuação impecável, Patrícia deu show, marcou 27 pontos e terminou como a cestinha do jogo, ressurgindo como a grande protagonista da vitória verde-amarela. Erika foi outro destaque, com um duplo-duplo: 11 pontos e 11 rebotes. Clarissa, ao anotar 13 rebotes, e Adrianinha, ao dar seis assistências, também fizeram a diferença. Do outro lado, Mamyia e Miyamoto se destacaram, com 13 e 11 pontos, respectivamente.

Patricia termina o jogo como a cestinha, 

com 27 pontos (Foto: Divulgação/FIBA)

O jogo

Não teve nem vídeo motivacional. Para dar uma injeção de ânimo, os membros da comissão técnica brasileira foram na base da conversa, ou melhor, de umas boas verdades. Abaladas após duas amargas derrotas, as jogadoras entraram em quadra cabisbaixas, em contraste com as focadas japonesas. A única com o ar confiante era Clarissa, uma das protagonistas da renovada seleção. E foi a pivô do Americana que abriu o placar. O jogo começou nervoso, com as equipes desperdiçando arremessos. As asiáticas assumiram a dianteira com Tokashiki: 4 a 2. Inspirada, Érika se vingou da camisa 10 com um belo toco. Patrícia, que ainda não havia se encontrado na Turquia, acertou duas bandejas e deixou o Brasil na frente: 10 a 4. Com a pontaria afiada, Érika, Adrianinha e Clarissa ampliaram. Oga diminuiu, mas Adrianinha mandou um certeiro arremesso de três como resposta. A craque japonesa fez mais dois, no fim do primeiro quarto: 22 a 11.

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Com uma defesa forte, o Brasil não deu espaços para o Japão no segundo quarto. Jaqueline entrou com a mão quente, e Damiris fez duas cestas numa ressurreição do Brasil. Clarissa roubou uma bola, puxou o contra-ataque e fez mais dois: 31 a 18. Kurihaka e Kudeken descontaram, mas as companheiras não cooperavam. Enquanto isso, as brasileiras controlavam as ações. Após um rápido descanso, Érika saiu do banco, pegou o seu quinto rebote e pontuou duas vezes no ataque: 37 a 24. Com dificuldades para infiltrar, as japonesas optavam pelo perímetro, e Kurihara não falhou na linha dos três: 41 a 28. Mamiya recebeu bom passe no garrafão, girou, acertou e ainda sofreu falta de Nádia. Na sequência, converteu o lance livre e diminuiu a diferença no fim do primeiro tempo: 41 a 31.

Brasileiras comemoram vitória e 

classificação (Foto: Divulgação/FIBA)

As japoneses se recuperaram e ensaiaram uma reação no terceiro quarto, lideradas por Mamiya, Tokashiki, Takada e Oga. A diferença que era de 10 pontos caiu para quatro: 46 a 42. Desta vez, o apagão durou pouco. Com a ajuda de Clarissa, que armou boas jogadas, Patrícia cresceu no momento decisivo e teve um impressionante aproveitamento, acertando seu 18º ponto: 60 a 42. A essa altura, Érika já tinha um duplo-duplo, 10 pontos e 10 rebotes. As japonesas estavam perdidas. Depois de sucessivas falhas e muito esforço, Kudeken marcou mais dois pontos no fim do terceiro quarto: 60 a 45. 

Se nas outras partidas a pontaria deixou a desejar, Patrícia ressurgiu das cinzas com uma atuação impecável. A ala superou a ansiedade de uma menina de 24 anos e acertou mais quatro cestas de dois pontos: 69 a 54. Com marcação cerrada, as japonesas se movimentavam como loucas na quadra, mas não conseguiam encontrar espaço para arremessar com tranquilidade. Enquanto isso, o Brasil dava um baile. Fera nos rebotes, Érika se impunha sobre as rivais. Adrianinha dava passes precisos para Patrícia, que não parava de virar as bolas. Tudo dava certo para a seleção brasileira, pela primeira vez no campeonato. 


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2014/09/brasil-supera-japao-evita-vexame-e-sobrevive-no-mundial-da-turquia.html