Colchoneros sofrem, perdem Diego Costa e Arda Turan lesionados no 1º tempo, mas conseguem gol em escanteio para comemorar o primeiro título espanhol desde 1996
Como não lembrar da síndrome dos "pupas" logo aos 20 minutos de jogo, quando Diego Costa e Arda Turan desabaram no chão lesionados? Como não pensar no desastre quando Alexis Sánchez tirou da cartola um chutaço para abrir o placar? O Atlético de Madrid, com uma história pautada pelos insucessos e falta de sorte, perdia o título depois de tanto se esforçar e encantar. Mas com este time comandado por Diego Simeone as coisas não funcionam assim. Os colchoneros mudaram a postura no intervalo, marcaram com o uruguaio Godín e seguraram a pressão dos catalães para escrever um dos mais belos capítulos do futebol espanhol. O empate por 1 a 1, na tarde deste sábado, no Camp Nou, encerrou um dos torneios mais equilibrados dos últimos tempos.
Diego Simeone é jogado para o alto
durante a comemoração do título
(Foto: Agência AP )
Foi o primeiro título conquistado por uma equipe que não seja o Barcelona ou o Real Madrid desde 2003/04. O último a quebrar o duopólio havia sido o Valencia de Rafa Benítez, mas num momento em que a disparidade econômica era grande - e não enorme como nos dias atuais. O Atlético desafiou esta lógica e, com um elenco de escassas opções, chegou aos 90 pontos (28 vitórias, seis empates e quatro derrotas) e voltou a levantar um troféu do Espanhol - o 10º de toda a sua vida, o primeiro desde 1996.
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O Real Madrid segue como maior campeão, com 32 títulos; o Barcelona, que viu o técnico Tata Martino renunciar depois da partida, é o segundo no ranking, com 22 - e agora 23 vice-campeonatos, pois ficou à frente dos merengues graças ao confronto direto. Ambos ficaram empatados com 87 pontos. O quarto colocado e que também vai à Liga dos Campeões da próxima temporada é o Athletic Bilbao, com 69 pontos (ainda visitará o Almería no domingo).
Neymar teve a chance de se tornar herói, mas falhou com a falta de profundidade dos donos da casa. O brasileiro começou o jogo entre os reservas após um mês de ausência, entrou aos 21 minutos do segundo tempo e pouco produziu. Lionel Messi, que acabou dando uma assistência involuntária para o gol de Sánchez, até marcou, mas viu o gol ser corretamente anulado por impedimento. O argentino novamente teve atuação abaixo da média e despediu-se da temporada sob críticas. Coube a Filipe Luis e Miranda, fora da lista dos 23 de Felipão para a Copa do Mundo, sorrirem por último - o meia Diego não saiu do banco.
Godín empatou o jogo no início do
segundo tempo com bonita cabeçada:
gol do título (Foto: Agência Reuters)
Diego Costa e Turan lesionados
Torcida do Barcelona fez um lindo
mosaico para recepcionar o time no
Camp Nou (Foto: Agência EFE)
Pois o Barcelona também mostrou em campo alguma evolução comparado aos confrontos recentes contra o Atlético. Há o fator sorte incluído, proporcionalmente um golpe duríssimo para os visitantes, que perderam Diego Costa e Arda Turan com menos de 20 minutos de jogo - os dois de imediato se transformaram em dúvidas para a final da Liga dos Campeões, no próximo sábado, diante do Real Madrid, em Lisboa.
Por mais que as chances fossem raras até ali, o Barça vivia o seu momento. Pedro, de cabeça, jogou para fora. Não era a dele. Mas Alexis Sánchez, um pouco depois, tratou de furar o bloqueio com um chutaço praticamente sem ângulo indefensável para Courtois. O golaço dava o título aos catalães, quase uma afronta aos prognósticos das últimas rodadas.
Atlético vira outro time
Neymar entrou no lugar de Pedro aos
21 minutos do segundo tempo e pouco
fez (Foto: Agência AP )
Virou questão de tempo para o Atlético chegar ao empate. Villa, com 45 segundos, carimbou a trave em linda finalização de canhota. O próprio atacante quase marcou aos três, em lance que Pinto se antecipou. Só não houve jeito quando Godín subiu no segundo andar para escorar escanteio cobrado por Gabi. O Barça era mais uma vez vítima da bola aérea.
Papeis se inverteram. O Atlético controlava o jogo à sua maneira, defendendo-se na maior parte do tempo. Os catalães perderam Busquets, lesionado, e arriscaram com Neymar e Xavi. Messi chegou a ter um gol corretamente anulado por impedimento. Daniel Alves forçou Courtois a fazer boa defesa. Piqué, de atacante, também tentou. Neymar, Messi, Iniesta... Todos esbarraram na muralha rival. Não houve tempo - e nem futebol para forçar um desempate.
Sob olhares de Messi, Filipe Luis e
Juanfran se abraçam após o apito final
(Foto: Agência AFP )
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