Com abandono de Kimi fora do 'script', superação da dupla da Ferrari e batida de Maldonado tratam de dar tons rotineiros a mais uma prova da temporada
Protesto do Greenpeace roubou a cena durante a cerimônia do pódio do GP da Bélgica (Foto: AP)
Quem fugiu à regra foi Kimi Raikkonen, que, enfim, abandonou. Foi a primeira vez que o “Homem de Gelo” não completou uma corrida desde que voltou à F-1. Fora do "script” estavam também os ativistas do Greenpeace. Protestando contra a exploração de petróleo no Ártico, os manifestantes foram criativos. Fizeram rapel e pularam de paraquedas para estender faixas. Roubaram a cena até durante a cerimônia de premiação no pódio. E durante a prova, Pastor Maldonado tratou de retomar os ares rotineiros. Protagonizou mais uma confusão, provocando a única batida da prova.
Confira os destaques positivos e negativos da 11ª etapa da temporada 2013:
Largando em segundo, Vettel tinha 44 voltas – mais precisamente 308,052 km – para tentar passar Lewis Hamilton e buscar a vitória. Mas o garoto prodígio da RBR foi ligeiro. Largou bem, acompanhou o rival na famosa subida da Eau Rouge e deu um bote certeiro na reta Kemmel para assumir a liderança. Dali em diante, foi abrir vantagem e administrar, impecavelmente, uma vitória mais tranquila do que ele mesmo imaginava.
- Esta pista é fantástica e quando o carro funciona bem, você não quer que a corrida acabe. Conforme ficávamos mais leve, ele voava e dava mais prazer em pilotar. Eu não pensei muito em pontos ou no campeonato. Esta é uma pista tão boa e é tão bom correr aqui que o meu único foco era me divertir - celebrou.
Alonso inspirado
Enquanto Vettel passeava lá na frente, Alonso escalava o pelotão para se tornar o grande destaque da corrida. Após se dar mal no chuvoso treino classificatório e ter que largar em nono, o espanhol descontou parte do prejuízo logo na largada, passando quatro adversários e subindo para quinto. Em seguida, protagonizou uma corrida agressiva, aliando ritmo forte com boas ultrapassagens. Destaque para o duelo com Hamilton (vídeo), no qual o piloto da Ferrari ganhou a posição e depois a defendeu com autoridade. Ao entrar na reta para receber a bandeirada, Alonso por pouco não pôs tudo a perder. Quase deixou a traseira do carro escapar, mas conseguiu segurar e cruzou em segundo. Mesmo com o bom resultado e com a nítida evolução do carro vermelho, a cara de poucos amigos do bicampeão após o fim da prova denuncia que nem tudo são flores em Maranello.
Corrida de obstáculos
Massa largou em décimo, uma posição atrás de Alonso. Mas infortúnios nas primeiras voltas deixaram o caminho do brasileiro muito mais complicado. Logo na largada, escolheu o lado de fora para contornar a primeira curva. Até que o paulista vinha bem, mas encontrou a Lotus de Raikkonen mais lenta e precisou reduzir. Sem tanta velocidade na subida da Eau Rouge, acabou caindo para 12º. Para piorar, o volante de sua Ferrari, por onde comanda diversas funções do carro, apagou, o deixando sem diversos recursos, como o Kers (sistema de recuperação de energia cinética, que aumenta a potência do motor), fundamental em um momento em que o pelotão ainda estava muito próximo. Durante a corrida, os botões do volante voltaram a funcionar, mas o estrago já estava feito. Massa ainda conseguiu recuperar parte do prejuízo.
Efetuou boas manobras e cruzou a linha de chegada em sétimo.
- Eu tive algumas voltas onde meu volante apagou e não funcionava nada. Não conseguia ver nada no volante, nem usar o Kers, o que era um problema sério naquele momento, com muitos carros em volta. Mas depois de algumas voltas o volante voltou. Acho que o problema maior da minha corrida foi a primeira curva. Tinha largado bem, passado um carro. Fiz a primeira curva bem até, tinha um carro do lado de fora, o Kimi, ele voltou em cima de mim e eu tive que frear e ali eu perdi quatro ou cinco posições. Esse foi o problema maior da minha corrida. A gente perdeu muito tempo ali – lamentou.
'Bonde do Kimi sem freio'
Um dos pilotos com quem Massa duelou durante a prova foi Kimi Raikkonen. Era a 26ª das 44 voltas quando o finlandês tentava ultrapassar o brasileiro, mas passou estranhamente reto na “Bus Stop”. O “bonde do Iceman sem freio” tinha explicação. O sistema de frenagem de sua Lotus vinha apresentando problemas desde o início da prova e foi para o espaço de vez naquele momento. Após voltar à pista, ele seguiu direto para os boxes e recolheu o carro. A Lotus suspeita que uma viseira presa no duto de refrigeração do freio pode ter sido a causa do superaquecimento. Terminavam ali as impressionantes sequências estabelecidas por Kimi. Foi seu primeiro abandono desde que voltou à F-1 em 2012. Ao todo, foram 30 corridas consecutivas completadas desde que chegou à Lotus. Número que aumenta para 38 quando somado às últimas provas pela Ferrari em sua primeira passagem na F-1. Além disso, Raikkonen vinha de uma sequência de 27 GPs na zona de pontuação, recorde na categoria.
- Uma hora essa sorte ia acabar - minimizou o finlandês.
'Oops, I did it again'
Mesmo com problemas no freio, Raikkonen não chegou a bater. O único acidente da prova ficou por conta de... adivinhem... Pastor Maldonado! Ao ser ultrapassado por Nico Hulkenberg e Adrian Sutil na chicane final, o venezuelano da Williams pareceu ter resolvido aproveitar para entrar nos boxes, à sua direita, para trocar os pneus. Porém, ao seu lado passava também Paul di Resta, que acabou tendo o carro acertado no meio. Maldonado foi considerado culpado pela batida e foi punido pela direção de prova com um “stop and go” (parada obrigatória nos boxes). O piloto da Williams pôs a culpa do incidente em um toque de Sutil e garante que perdeu o controle do carro.
- Fui tocado por Adrain. Estava tentando retornar à linha quando ele cruzou de uma maneira agressiva e tocou meu bico. Meu carro pulou e perdi o controle. Parte da asa foi para baixo do carro e perdi a frente. Não teve nada a ver com Di Resta. Não tinha controle do carro na hora da batida. Foi uma pena injusta – defendeu-se o venezuelano
Já Di Resta acredita que Maldonado tentou cruzar a pista e entrar nos boxes.
- Acho que Pastor perdeu a tangência e quando ele fazia a curva, decidiu entrar nos boxes, o que era arriscado naquele ponto – analisou o escocês.
Protestos ousados
Fora da pista, o GP da Bélgica ficou marcado por ousadas e criativas manifestações de ativistas do “Greenpeace”. O protesto era contra a empresa de combustíveis patrocinadora principal da corrida, que planeja perfurar um poço de petróleo no Ártico. Os manifestantes sobrevoaram o circuito de paraquedas com faixas, fizeram rapel no teto da arquibancada posicionada na linha de chegada para estender um banner gigante e ainda conseguiram expôr cartazes durante a cerimônia do pódio. A polícia local sofreu para tentar interromper as ações dos integrantes do grupo.
Ativistas do Greenpeace usaram paraquedas e rapel nos protestos durante GP da Bélgica (Foto: AP)
- Só uma vez @JensonButton, ok? – escreveu.
Pego em flagrante olhando namorada de Jenson Button, Mark Webber faz piada no twitter (Foto: Reprodução)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2013/08/pacotao-da-ousadia-dos-protestos-alegria-de-vettel-no-gp-da-belgica.html
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