quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Na carona dos ídolos, nova geração de líberos brilha com a camisa da seleção

Melhores da posição em seus últimos torneios disputados, Rogério, de 1,66m, e Laís, seis centímetros mais alta, sonham repetir feitos de Serginho e Fabi

Por Marcello Pires Rio de Janeiro

Até o fim da década de 90 a maioria dos baixinhos não tinha vez em esportes como basquete e vôlei. Se na modalidade da bola laranja a situação pouco mudou com o passar do tempo, a não ser para fenômenos como Spud Webb, Muggsy Bogues e Nate Robinson, que apesar de medirem, em média, pouco mais de 1,60m, conseguiram fazer sucesso na NBA, o esporte que mais deu títulos ao Brasil nos últimos dez anos sofreu uma transformação com o surgimento do líbero. Adotada em 1997, a mudança beneficiou principalmente o Brasil, muito por conta de craques como Serginho e Fabi. Considerados quase que, por unanimidade, os melhores do mundo, os campeões olímpicos ainda serviram como fonte de inspiração para futuras gerações, que, aos poucos, vêm repetindo seus feitos e já começam a escrever suas histórias.

Rogério durante jogo da seleção brasileira  (Foto: Arquivo pessoal) 
No alto de seus 1,66m, Rogério foi eleito o melhor do Mundial infanto, em julho, no México, e já sonha em seguir os passos do ídolo Serginho na seleção brasileira adulta (Foto: Arquivo pessoal)
 
Rogério Batista é o principal exemplo dessa evolução. Aos 18 anos, o paranaense de Maringá, de apenas 1,66m, foi eleito o melhor do mundo no Campeonato Mundial infanto, no começo de julho, no México. Menos de um mês depois, ele mal teve tempo de descansar e já se prepara para repetir o feito na competição juvenil, entre agosto e setembro, na Turquia.

A expectativa sobre ele é tão grande, que durante um período de treinos da seleção principal o jogador chegou a ser convidado por Serginho para bater uma bola com ele e o ex-capitão da seleção Giba (confira no vídeo abaixo). Incrédulo, o camisa 4 das seleções infanto e juvenil quase perdeu a fala, mas fez bonito ao lado do ídolo.

- Eu sempre fui líbero, desde quando comecei a jogar em 2009, aos 14 anos. O Serginho já era meu ídolo e uma referência para qualquer menino que sonhava em jogar nessa posição. Quando ele me chamou para defender com ele e o Giba durante um treino da seleção principal, em 2011, eu demorei a acreditar que ele realmente estava falando comigo, mas aceitei na hora. A emoção foi tanta que minhas pernas ficaram tremendo por muito tempo (risos). Ele é o cara, não tem ninguém igual. O melhor de todos os tempos. Nos falamos muito pouco, mas ele já  me deu dicas importantes e está sempre curtindo minhas fotos nas redes sociais - elogiou a promessa, que está perto de fechar com o novo time de Maringá e sonha disputar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

- Esse é meu objetivo, mas sei que a concorrência será muito grande. Temos ótimos líberos no país, mas vou continuar trabalhando para chegar lá com chances. Mas primeiro quero disputar a Superliga e realizar o sonho de enfrentar o Serginho. Existe a possibilidade de acertar com o novo time do Ricardinho e disputar a próxima Superliga.

Sucesso também entre as mulheres
O jogador do Amavôlei Maringá não é o único que tem brilhado com a camisa do Brasil. Seis centímetros mais alta que o amigo, com 1,72m, Laís Vasques foi escolhida a melhor líbero da Copa Pan-Americana da Guatemala e espera repetir a trajetória de Rogério durante o Mundial infanto feminino, na Tailândia.

- Não sei se vou conseguir repetir o feito do Rogério. Ele joga demais e certamente será o novo Serginho. Temos um time forte e se conquistar o título do Mundial na Tailândia já estará de bom tamanho. Se o prêmio de MVP vier melhor ainda - afirmou Laís.

Laís foi eleita melhor líbero da Copa Pan-Americana de vôlei (Foto: Arquivo pessoal) 
Aos 17 anos, Laís foi eleita a melhor líbero da Copa Pan-Americana na Guatemala (Foto: Arquivo pessoal)
 
Fã das jogadoras da seleção Fabi e Camila Brait, a líbero do Vasco teve um começo de carreira um pouco diferente do amigo. Com 1,72m, Laís deu seus primeiros passos nas categorias pré-mirim e mirim como ponteira-passadora e só resolveu mudar de posição quando percebeu que estava encolhendo ao lado das companheiras de time.

- Como eu joguei vôlei de praia, sempre fui muito habilidosa e isso sempre me ajudou a ter um passe bom. Como eu fui ficando pequena ao longo dos anos, decidi me tornar líbero no infantil. Como jogava no Tijuca, e a Fabi treinava muito lá com o time do Rio de Janeiro, ela acabou sendo uma referência muito grande para mim. Mas também gosto da Camila Brait - explicou Laís, que apesar da enorme procura pela posição de líbero não acredita que os baixinhos estejam ameaçados.

- O Rogério é a maior prova viva de que os baixinhos ainda terão vida longa no vôlei. A procura pela posição e a estatura dos líberos estão crescendo, mas os baixinhos sempre terão espaço por serem os mais habilidosos - completou a líbero de 17 anos, que também está negociando com alguns clubes para disputar a próxima Superliga.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/08/na-carona-dos-idolos-nova-geracao-de-liberos-brilha-com-camisa-da-selecao.html
 

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