A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
Foram quase dois meses de uma separação conflituosa. Reclamações dos
dois lados, polêmicas, discussões... Neymar não marcava um gol desde o
dia 10 de fevereiro (seis jogos, sendo quatro pelo Santos e dois pela
Seleção). Na noite deste domingo, o atacante reencontrou o caminho da
rede, marcou e ajudou o Santos a vencer o Oeste de Itápolis por 2 a 1,
no estádio Alfredo de Castilho, em Bauru. Cícero ampliou o marcador.
Festa completa na cidade onde Pelé, maior ídolo da história do clube da
Baixada, deu seus primeiros passos no futebol.
Atrapalhado por suspensões e pelos compromissos com a seleção brasileira, Neymar viveu situação de instabilidade no Campeonato Paulista. Ele chegou a ser vaiado por alguns torcedores no empate por 2 a 2 com o Mogi Mirim, na última quinta-feira. Saiu cabisbaixo, reclamou da falta de gratidão e prometeu dar a volta por cima. Disse que logo mostraria quem é quem. Dito e feito.
O tratamento dado ao craque pela torcida do interior foi completamente diferente. Protagonista desde o início, ele acenava para os santistas a cada vez que se aproximava dos alambrados. Na comemoração, se dirigiu a eles para celebrar o gol. O Oeste quase atrapalhou o clima santista, empatando aos 40 minutos do segundo tempo, mas Cícero fez questão de confirmar a festa em preto e branco no lance seguinte.
Terceiro colocado do Campeonato Paulista, com 32 pontos, o Santos volta a campo na próxima quinta-feira, quando enfrenta o São Caetano, às 19h30m (horário de Brasília), no estádio do Pacaembu. Na 11ª posição, o Oeste de Itápolis enfrenta o Linense, no estádio Gilberto Siqueira Lopes, sábado, às 18h30m.
Expectativa grande, nada de gols
A cidade de Bauru tem participação em uma fatia considerável da história do Santos. Foi na cidade do interior paulista, a mais de 400 quilômetros da Baixada, que ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, deu seus primeiros chutes em uma bola de futebol. De lá, ele partiria para o clube onde construiria sua carreira e se tornaria o Rei. Desta vez, o público foi em bom número ao estádio Alfredo de Castilho para ver um dos sucessores mais célebres de Pelé: Neymar.
A fase que o camisa 11 do Santos atravessa é uma das piores de sua carreira. Sem marcar desde o dia 10 de fevereiro, quando fez o único gol de sua equipe na derrota por 3 a 1 para o Paulista de Jundiaí, Neymar chegou a ser vaiado por alguns torcedores dentro da Vila Belmiro, na última quinta-feira. De volta após os compromissos pela seleção brasileira, o atacante não correspondeu às expectativas e se mostrou inconformado com a insatisfação dos alvinegros.
– Depois de tudo que eu fiz pelo clube? – disse, após se deparar com a revolta vinda das arquibancadas, devido ao empate por 2 a 2 com o Mogi Mirim.
Neymar chamou a responsabilidade desde o primeiro minuto da partida contra o Oeste de Itápolis. Protagonista de praticamente todas as chances do Santos no campo de ataque, ele mostrou estar se entendendo com Giva – definido por Muricy Ramalho como o “parceiro ideal” do craque no setor ofensivo do Peixe. Correu, chutou, tabelou, reclamou... Com os holofotes sobre ele, se portou como o protagonista da partida. Mas o gol não veio.
Mandante, mas longe de sua casa, o Oeste adotou a cautela. Chegou com perigo à área do Santos em alguns momentos, mas somente baseado em contra-ataques. O Peixe, ágil como de costume, mas apostando pouco nas jogadas pelas laterais, centralizou o jogo em Cícero. Em boa fase, o meio-campista deu dinamismo à equipe, mas esbarrou na marcação cerrada do time do interior. Um óbvio zero a zero.
Fim de jejum, susto e alívio
No intervalo do jogo, o técnico Muricy Ramalho tentou dar mais movimentação ao Santos: com a saída do lateral-direito Bruno Peres, que sentiu dores, ele colocou Felipe Anderson. Logo em seu primeiro lance, ele recebeu passe de Neymar e fez bom cruzamento para a área, mas ninguém apareceu para completar. O Santos tinha a partida nas mãos, mas não sabia o que fazer com ela.
Sem Arouca, peça importante de transição entre a defesa e o ataque, cortado pelo departamento médico na véspera da partida em Bauru, o Peixe sofria para criar jogadas de perigo. Com Montillo apagado, Neymar voltava ao meio-campo para criar individualmente, se valendo de sua velocidade. Ainda assim, um chute de fora da área de Guilherme Santos se mantinha como lance de maior apreensão.
Em suas chuteiras, Neymar estampa as palavras “ousadia” e “alegria” – lema que norteia sua carreira desde 2009. Trajetória que começou há quatro anos, contra o mesmo Oeste de Itápolis, no Pacaembu. Honrando a inscrição, ele continuou partindo para cima. A cada toque na bola, os flashes nas arquibancadas se multiplicavam. E chegaram ao seu ápice quando o jejum de gols, enfim, se encerrou.
Montillo disparou pela esquerda e deixou a bola nos pés de Neymar. Agradecendo a gentileza, o craque dominou na entrada da área, limpou a marcação e colocou a bola onde ele mais gosta: na rede. Chute preciso, no ângulo esquerdo de Fernando Leal, que se esticou, mas não encontrou nada. Na comemoração, ele estendeu os braços e foi ao delírio com o público de Bauru. Total reconciliação de um casamento feliz: Neymar, Santos e gols.
Com total vocação para atrapalhar a festa, o Oeste calou a torcida adversária aos 40 minutos dos segundo tempo. Em cruzamento rasteiro para a área, Rafael não conseguiu alcançar a bola. Gilmar teve o trabalho apenas de empurrar para a rede. Frustração completa para Neymar e para todo o time do Santos, que se limitou a observar o que acontecia. Por pouquíssimo tempo.
No lance seguinte, reviravolta do Peixe. Alívio. Em cobrança de escanteio de Montillo, Durval tocou de calcanhar para Cícero, que encheu o pé e recolocou o Santos em vantagem. Um desfecho inesperado, emocionante e digno da recepção dos bauruenses à equipe.
Atrapalhado por suspensões e pelos compromissos com a seleção brasileira, Neymar viveu situação de instabilidade no Campeonato Paulista. Ele chegou a ser vaiado por alguns torcedores no empate por 2 a 2 com o Mogi Mirim, na última quinta-feira. Saiu cabisbaixo, reclamou da falta de gratidão e prometeu dar a volta por cima. Disse que logo mostraria quem é quem. Dito e feito.
O tratamento dado ao craque pela torcida do interior foi completamente diferente. Protagonista desde o início, ele acenava para os santistas a cada vez que se aproximava dos alambrados. Na comemoração, se dirigiu a eles para celebrar o gol. O Oeste quase atrapalhou o clima santista, empatando aos 40 minutos do segundo tempo, mas Cícero fez questão de confirmar a festa em preto e branco no lance seguinte.
Terceiro colocado do Campeonato Paulista, com 32 pontos, o Santos volta a campo na próxima quinta-feira, quando enfrenta o São Caetano, às 19h30m (horário de Brasília), no estádio do Pacaembu. Na 11ª posição, o Oeste de Itápolis enfrenta o Linense, no estádio Gilberto Siqueira Lopes, sábado, às 18h30m.
Expectativa grande, nada de gols
A cidade de Bauru tem participação em uma fatia considerável da história do Santos. Foi na cidade do interior paulista, a mais de 400 quilômetros da Baixada, que ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, deu seus primeiros chutes em uma bola de futebol. De lá, ele partiria para o clube onde construiria sua carreira e se tornaria o Rei. Desta vez, o público foi em bom número ao estádio Alfredo de Castilho para ver um dos sucessores mais célebres de Pelé: Neymar.
A fase que o camisa 11 do Santos atravessa é uma das piores de sua carreira. Sem marcar desde o dia 10 de fevereiro, quando fez o único gol de sua equipe na derrota por 3 a 1 para o Paulista de Jundiaí, Neymar chegou a ser vaiado por alguns torcedores dentro da Vila Belmiro, na última quinta-feira. De volta após os compromissos pela seleção brasileira, o atacante não correspondeu às expectativas e se mostrou inconformado com a insatisfação dos alvinegros.
– Depois de tudo que eu fiz pelo clube? – disse, após se deparar com a revolta vinda das arquibancadas, devido ao empate por 2 a 2 com o Mogi Mirim.
Neymar chamou a responsabilidade desde o primeiro minuto da partida contra o Oeste de Itápolis. Protagonista de praticamente todas as chances do Santos no campo de ataque, ele mostrou estar se entendendo com Giva – definido por Muricy Ramalho como o “parceiro ideal” do craque no setor ofensivo do Peixe. Correu, chutou, tabelou, reclamou... Com os holofotes sobre ele, se portou como o protagonista da partida. Mas o gol não veio.
Mandante, mas longe de sua casa, o Oeste adotou a cautela. Chegou com perigo à área do Santos em alguns momentos, mas somente baseado em contra-ataques. O Peixe, ágil como de costume, mas apostando pouco nas jogadas pelas laterais, centralizou o jogo em Cícero. Em boa fase, o meio-campista deu dinamismo à equipe, mas esbarrou na marcação cerrada do time do interior. Um óbvio zero a zero.
Fim de jejum, susto e alívio
No intervalo do jogo, o técnico Muricy Ramalho tentou dar mais movimentação ao Santos: com a saída do lateral-direito Bruno Peres, que sentiu dores, ele colocou Felipe Anderson. Logo em seu primeiro lance, ele recebeu passe de Neymar e fez bom cruzamento para a área, mas ninguém apareceu para completar. O Santos tinha a partida nas mãos, mas não sabia o que fazer com ela.
Sem Arouca, peça importante de transição entre a defesa e o ataque, cortado pelo departamento médico na véspera da partida em Bauru, o Peixe sofria para criar jogadas de perigo. Com Montillo apagado, Neymar voltava ao meio-campo para criar individualmente, se valendo de sua velocidade. Ainda assim, um chute de fora da área de Guilherme Santos se mantinha como lance de maior apreensão.
Em suas chuteiras, Neymar estampa as palavras “ousadia” e “alegria” – lema que norteia sua carreira desde 2009. Trajetória que começou há quatro anos, contra o mesmo Oeste de Itápolis, no Pacaembu. Honrando a inscrição, ele continuou partindo para cima. A cada toque na bola, os flashes nas arquibancadas se multiplicavam. E chegaram ao seu ápice quando o jejum de gols, enfim, se encerrou.
Montillo disparou pela esquerda e deixou a bola nos pés de Neymar. Agradecendo a gentileza, o craque dominou na entrada da área, limpou a marcação e colocou a bola onde ele mais gosta: na rede. Chute preciso, no ângulo esquerdo de Fernando Leal, que se esticou, mas não encontrou nada. Na comemoração, ele estendeu os braços e foi ao delírio com o público de Bauru. Total reconciliação de um casamento feliz: Neymar, Santos e gols.
Com total vocação para atrapalhar a festa, o Oeste calou a torcida adversária aos 40 minutos dos segundo tempo. Em cruzamento rasteiro para a área, Rafael não conseguiu alcançar a bola. Gilmar teve o trabalho apenas de empurrar para a rede. Frustração completa para Neymar e para todo o time do Santos, que se limitou a observar o que acontecia. Por pouquíssimo tempo.
No lance seguinte, reviravolta do Peixe. Alívio. Em cobrança de escanteio de Montillo, Durval tocou de calcanhar para Cícero, que encheu o pé e recolocou o Santos em vantagem. Um desfecho inesperado, emocionante e digno da recepção dos bauruenses à equipe.
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