Contrato previa um gordo reajuste para o mês de maio, que faria o treinador ganhar R$ 800 mil mensais. Discordâncias também ajudaram a miná-lo
Dorival jamais esteve prestigiado pela nova
gestão (Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo)
gestão (Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo)
Neste sábado, ao confirmar a saída do treinador, a diretoria alegou que não houve acordo por redução salarial. Dorival se reuniu com Wallim Vasconcellos, vice de futebol do clube, que propôs um corte de 50%. O técnico disse que aceitaria reduzir 40% de seus vencimentos agora, e o restante em julho, quando estava previsto um reajuste de seu salário, mas o clube ficou irredutível. Sem acerto, optou-se pelo desligamento. O preço da comissão técnica não se enquadrava na nova realidade financeira do clube. Até o fim do ano passado, Dorival recebia R$ 450 mil mensais. Celso de Rezende e o auxiliar Ivan Izzo ganhavam R$ 90 mil. Já Lucas Silvestre, filho e auxiliar do técnico, tinha um salário de R$ 25 mil. Segundo o GLOBOESPORTE.COM apurou, o quarteto passaria a custar ao clube cerca de R$ 1,2 milhão a partir do próximo mês de maio. A remuneração do treinador chegaria perto da casa de R$ 800 mil, o que o colocaria no patamar dos mais bem pagos do país.
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Além do preço, algumas decisões do treinador não agradaram. Na semana passada, por exemplo, Paulo Pelaipe falou abertamente sobre a opção de Dorival de deixar Nixon fora do banco de reservas
na semifinal da Taça Guanabara, contra o Botafogo. O treinador alegou
que o atacante estava machucado, mas o dirigente garantiu que foi uma
opção técnica.A maior parte da diretoria também criticou internamente a forma como o técnico escalava o meia-atacante Carlos Eduardo, principal reforço do time nesta temporada. O jogador vinha sendo utilizado como ponta pela esquerda, mas não conseguiu render.
O estilo de Dorival começava a gerar insatisfação entre alguns jogadores. O hábito de realizar longas reuniões antes e depois dos treinos, inclusive na frente da imprensa, não agradava.
O treinador nunca esteve completamente à vontade desde que atual gestão assumiu. Com a derrota de Patricia na eleição, no início de dezembro, e a saída de Zinho, que não aceitou virar um subordinado do diretor executivo Paulo Pelaipe, Dorival também virou dúvida. A incerteza sobre a permanência se dava principalmente pela decisão de Pelaipe de fazer mudanças na comissão técnica. O diretor fazia questão de trazer um preparador físico de sua confiança para substituir Celso de Rezende, braço direito do comandante e amigo de longa data. Na segunda quinzena de dezembro, um encontro entre Dorival e a cúpula de futebol definiu a permanência, mas o treinador não conseguia ficar completamente confortável no cargo. Esse fato, inclusive, foi tema de debate entre Zinho e o técnico no fim do ano passado.
Dorival chegou ao Flamengo em meio ao Brasileirão de 2012, em substituição a Joel Santana, que havia sido demitido. No total, ele comandou o time em 37 jogos, com 15 vitórias, 12 empates e 10 derrotas (aproveitamento de 51,3%).
Em 2013, conseguiu campanha quase irretocável na primeira fase da Taça Guanabara (sete vitórias e um empate), mas acabou eliminado na semifinal, diante do Botafogo (2 a 0). A estreia na Taça Rio não foi animadora: derrota de virada para o Resende (3 a 2), no Engenhão.
O grupo do Flamengo está de folga neste domingo e volta a treinar na tarde desta segunda-feira. Caso o novo treinador ainda não tenha assumido, a tendência é que Jayme de Almeida, auxiliar técnico permanente do clube, coordene as atividades.
Saiba como foi a demissão do técnico Dorival Junior no Flamengo (Foto: Editoria de arte)
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