(Obseervação do Bloguista: "eu também esta lá .... era um dos 141.689 pagantes ..... foi maravilhoso")
Fã de Seedorf, autor-intérprete de "Sonho de Ícaro" atropelado por parapente relembra goleada sobre Vasco por 4 a 0, que garantiu bi carioca
Byafra estava no Maracanã no bicampeonato de 68
(Foto: Thiago Quintella / Globoesporte.com)
(Foto: Thiago Quintella / Globoesporte.com)
Naqueles tempos, o Botafogo atropelava os adversários. Tal como o cantor acabou atropelado por um parapente, em 2009, durante gravação para um documentário.
- Eu não peguei a fase de Garrincha, Didi, era muito pequeno. Mas estava no Maracanã e lembro que meu pai me levou para ver o bicampeonato do Botafogo de 1967 e 1968. O time com Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cezar... Aqueles jogos, contra Bangu e Vasco, foram inesquecíveis para mim – lembrou o cantor.
E foram os ídolos de Byafra que resolveram o jogo daquela tarde. Logo aos 15 minutos, Roberto recebeu lançamento e tocou na saída do goleiro, abrindo o placar. Aos 33, Paulo Cézar Caju avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para Rogério escorar e balançar a rede. A primeira etapa só terminou 2 a 0 porque a trave ainda salvou o Vasco. No entanto, não tardou para se desenhar a goleada. Jairzinho, aos 14 do segundo tempo, recebeu livre e chutou forte, sem defesa para Pedro Paulo. O placar histórico se concretizou aos 22, em cobrança de falta de Gérson, com a famosa canhotinha, no ângulo da meta vascaína. Foi questão de tempo para o apito final e o ínicio da festa em preto e branco.
Os confrontos diante do Bangu e Vasco ainda estão frescos na memória do cantor, que tinha apenas 11 anos quando seu clube de coração ergueu a taça de bicampeão carioca. O título sobre o rival, em especial, traz cada gol narrado como se tivesse acontecido no dia anterior.
- Aquele 4 a 0 no Vasco foi sensacional. O Roberto abriu o placar, depois o Rogério fez 2 a 0, Jairzinho fez o terceiro e o Gérson, de falta, marcou o quarto gol. Eu me lembro bem. Era pequeno, mas me lembro de passar o dia seguinte andando pelo bairro todo orgulhoso, com a bandeira do Botafogo - contou.
O saudosismo daquela época, aliás, é inevitável para Byafra. Os lances protagonizados pelos ídolos de sua geração dourada, em especial Gérson, ficaram mais raros. Com o futebol "mais pegado", no Botafogo atual Byafra enxerga no grande reforço da temporada, o meia holandês Seedorf, traços do temido Glorioso dos anos 1960.
Byafra elegeu Gérson como o principal jogador da época (Foto: Arquivo / AGência Estado)
Os anos 60 marcavam também o início da trajetória de Maurício Pinheiro Reis. Nascido em 1957, ele já entoava os primeiros cantos no Centro Educacional de Niterói, cidade em que nasceu e vive até hoje. Foi na escola também que recebeu o apelido que viria a ser seu nome artístico. Muito magro, era chamado de “Biafra” em referência à guerra ocorrida no estado de mesmo nome, na Nigéria, que tomava os noticiários da época. A variação para “Byafra” foi uma ideia do próprio cantor, já nos anos 90, para facilitar as buscas na internet a quem procurava por suas obras.
O futebol o acompanha também desde garoto. Entre as aulas e as participações nos corais do colégio, sobrava tempo para uma fuga aos campos de pelada do bairro. A torcida pelo Botafogo, no entanto, o remete ainda às primeiras palavras que aprendeu.
Morador de Niterói, Byafra acompanha o Botafogo desde criança (Foto: Thiago Quintella / Globoesporte.com)
O Flamengo, aliás, é assunto recorrente do artista. Afinal, sua filha é torcedora do Rubro-Negro e já o fez passar por uma das situações mais difíceis da vida, segundo ele conta.
O Botafogo, na verdade, é um estado de espírito "
Byafra
Ao falar do rival, Byafra faz uma reflexão filosófica sobre os torcedores. Para ele, a torcida do Flamengo é “a paixão acima de tudo”, independentemente de o time estar bem ou mal na tabela de classificação. Por outro lado, os botafoguenses são mais "racionais" na hora de torcer pelo time de coração.
- O Botafogo na verdade é um estado de espírito. Embora seja um torcedor muito exigente, reclame muito, isso faz parte do botafoguense. É um torcedor mais crítico. Talvez explique a quantidade de intelectuais do Rio de Janeiro que eram botafoguenses.
Atualmente, ele prefere acompanhar as partidas do time de coração pela TV. As atividades como cantor acontecem normalmente nos fins de semana e o impedem de ir ao estádio com a frequência que gostaria. Ainda assim, se empolga:
- É um dos meus programas favoritos. Ver um jogo do Botafogo e ficar reclamando (risos).
- Foi totalmente surreal. O câmera pediu para eu cantar “Sonho de Ícaro" com o voo de um parapente ao fundo, para ilustrar a música. Só que ninguém podia imaginar que o cara viria em cima de mim. Foi uma bobagem. E as pessoas me ligavam para saber se eu estava bem de saúde, se estava no hospital. O rapaz que estava no parapente ainda ligou para minha mãe um tempo depois e pediu desculpas, porque tinha medo que o processasse. Fala sério! (risos) – relembrou.
Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cézar Caju | Pedro Paulo, Jorge Luiz, Brito, Ananias (Sérgio) e Ferreira; Bougleux e Danilo Meneses; Nado (Alcir), Ney, Walfrido e Silvinho |
Técnico: Zagallo | Técnico: Paulinho de Almeida |
Gols: Roberto, aos 15, e Rogério, aos 33 minutos do primeiro tempo; Jairzinho, aos 14, e Gérson, aos 22 minutos do segundo tempo. | |
Árbitro: Armando Marques | |
Local: Estádio do Maracanã. Data: 09/06/1968. Competição: Campeonato Carioca (Guanabara). Público: 141.689 presentes. Renda: NCr$ 141.689,00. FONTE: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2012/09/meu-jogo-inesquecivel-byafra-e-o-bota-que-voou-e-subiu-ao-bi-de-68.html |
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