OLIMPÍADAS 2016
Local da vela dos Jogos Olímpicos será entregue nesta quinta em meio a questões sobre concessão e finalidade náutica. Número de vagas para barcos aumentou
Operários dão os últimos retoques na Marina
da Glória (Foto: Leonardo Filipo)
Em fevereiro a Justiça confirmou em segunda instância a decisão de cassar a concessão do espaço à BR Marinas e devolvê-la para a Prefeitura do Rio. A ação popular questiona como a licitação com aval do Município foi ganha, já que a BR Marinas adquiriu a concessão comprando a MGX, empresa do empresário Eike Batista, que até falir planejava reformar o local. A própria concessão à MGX, também sem processo licitatório, é tida como ilegal. A ação também contesta a finalidade da Marina, que deveria ser apenas náutica, e não servir como polo gastronômico e local de festas. Prefeitura e BR Marinas recorreram no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. O processo deve se arrastar por mais alguns anos.
Saiba como foi a evolução da obra da Marina da Glória
Marina da Glória, com as vagas secas à
esquerda (Foto: Leonardo Filipo)
Outra ação pública contesta a aprovação do projeto da reforma pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A Marina da Glória fica no Parque do Flamengo, área tombada. Uma liminar da Justiça chegou a determinar a suspensão das obras, mas dias depois o desembargador mudou a decisão e liberou os trabalhos. O pedido da ação foi feito pela Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio), presidida pela professora de direito e ex-vereadora Sonia Rabello:
- A reforma não respeitou o projeto original. A aprovação não passou pelo conselho consultivo do Iphan, que teria aconselhado a seguir os parâmetros originais. O conselho havia determinado que aquela área não era edificante. Aumentaram a área construída enormemente.
Em julho do ano passado, cerca de 30 barcos navegaram pela Baía de Guanabara com velas pretas. Era um protesto liderado pela Associação dos Usuários da Marina da Glória contra o aumento das taxas para utilização do espaço e redução dos serviços náuticos. Em janeiro de 2015, o corte de 300 árvores gerou protestos e originou o grupo Ocupa Marina, que por alguns meses acampou em frente ao local.
Protesto na Baía de Guanabara contra a nova
Marina da Glória (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)
A BR Marinas planeja plantar cerca de 3.000 árvores como forma de compensação depois dos Jogos Olímpicos. A proposta da empresa é atrair com os restaurantes e feiras pessoas que não possuem embarcações. Segundo a empresa, o Iphan realizou estudos de vários pontos para não prejudicar o que é considerado patrimônio histórico no entorno do Parque do Flamengo. E informou que vai oferecer escolas de vela, de mergulho e cursos de formação de mestres de embarcação, motonáutica, além de área especial para guarda de embarcações de pequeno porte de vela.
Na manhã desta quarta operários corriam para ajustar os últimos preparativos, até porque no próximo fim de semana a Marina recebe a feira náutica Rio Boat Show. O pavilhão principal perdeu a tenda tensionada e ganhou proteção termoacústica e sistema de captação da água da chuva. Ao seu lado foram construídos os espaços das vagas secas, onde os barcos são empilhados. O número aumentou de 70 para 240, assim como as vagas molhadas, dentro d´água, de 140 para 415. A área total construída foi de 12.260 m².
Operários trabalham para finalizar reforma
da Marina da Glória (Foto: Leonardo Filipo)
O diminuição veio no número de lojas, de 40 para 24, porém praticamente com o mesmo espaço anterior. Além dos restaurantes também haverá lojas náuticas e serão oferecidos cursos de vela, de mergulho e de aptidão náutica, passeios turísticos, áreas para guarda de vela ligeira, para guarda de jet-skis, vestiários vip, banheiros refrigerados e área de convivência para marinheiros. O estacionamento em dois níveis poderá comportar até 470 veículos.
Um parque projetado pelo escritório Burle Marx, fora da área de concessão, será integrado ao espaço. O Bosque dos Piqueniques terá ciclovia, mirante com vista para o Pão de Açúcar e árvores nativas. Os píers foram reformados e o calçadão, antes restrito aos donos de embarcações, será aberto ao público e vai ligar a Marina ao Aeroporto Santos Dumont. A partir do dia 13 de julho, o local será entregue para operação exclusiva do Comitê Organizador dos Jogos, que passará a coordenar a circulação de pessoas dentro do espaço.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/04/marina-da-gloria-e-entregue-para-o-rio-2016-apos-protestos-e-acoes-na-justica.html
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