Presença inédita de Michelle e Monique na final da Superliga mobiliza casal, que vai ao DF. Trauma do passado faz mãe não prometer presença no Ginásio Nilson Nelson
- Como mãe, gostaria que desse empate, mas conheço minhas filhas e sei que darão o melhor delas. São duas meninas muito profissionais, corretas, que se cobram muito. Ao mesmo tempo, elas têm maturidade o suficiente para entender que é um esporte. São tão unidas que são capazes de ficarem felizes pela conquista da outra - afirmou Carmen.
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Mosaico Gêmeas Michelle e Monique (Foto: Arquivo Pessoal)
- Uma vez fui ver a Monique jogar em Macaé. Estava na arquibancada, conversando, quando vi meu marido levantar, sair correndo e pular o alambrado, não vi o que tinha acontecido. Era a Monique estirada em quadra. O Robson é uma pessoa muito tranquila. Quando vi que ele estava ajudando a socorrê-la, pois ele é fisioterapeuta, pensei no pior. Ela teve uma lesão séria no joelho, teve que operar e ficou muito tempo sem jogar - lembrou Carmen.
Em conversa com a filha, a mãe superprotetora ponderou que Monique parasse ali. A resposta foi um sonoro "não". Sem escolhas e com o medo que a dose se repetisse algum dia, a matriarca resolveu se preservar. A decisão foi por parar de ir aos ginásios e de assistir aos jogos pela televisão. Ela só vê as reprises. Porém, toda a regra tem sua exceção. No segundo jogo da semifinal contra o Osasco, Carmen foi ao Tijuca por um pedido da mãe Marlene, que gostaria de ver a neta Monique em ação. Para o dia mais importante das carreiras das filhas, novo sacrifício.
- Meu marido comprou nossas passagens, e eu vou para Brasília, mas não sei se conseguirei ir ao ginásio. Uma vez fui até Macaé e não saí do hotel. Fico com medo de me sentir mal no jogo e acabar atrapalhando. Vamos ver - declarou Carmen, que também não gosta da ideia de viajar de avião por conta da claustrofobia (medo de lugares fechados e abafados).
Robson consegue curtir mais o dia a dia profissional da filhas. Sempre foi um incentivador do esporte. Ao lado de Carmen, colocou as meninas em flauta, teatro, ballet, jazz, tênis de mesa, natação... até que o vôlei virou o preferido e definitivo.
Pais
de Michelle e Monique, Robson e Carmen
vão para Brasília. A avó Marlene
esteve
presente na semifinal contra o Osasco.
A cadela pretinha assiste
apenas pela
televisão (Foto: Arquivo Pessoal)
Michelle e Monique Pavão não se desgrudam desde criança
(Foto: Arquivo Pessoal)
- Elas eram tranquilas, estudavam de manhã, algumas vezes tinham aula de inglês no começo da tarde e depois os treinos, gastavam toda a energia lá. Quando voltavam para casa, era mais para fazer dever de casa e depois dormir - declarou Robson.
A conexão das gêmeas impressiona até mesmo aqueles mais próximos.
- Olha, a gente não sabe explicar o que acontece. Uma vez, no colégio, a professora me chamou para entender como podiam a Michelle e a Monique tirar a mesma nota, fazendo prova em salas diferentes. Elas erravam as mesmas coisas, com as mesmas palavras. A cumplicidade delas é algo que a ciência não consegue explicar, parecem estar no mesmo corpo. Me lembro que, quando eram bebês e uma tinha cólica, a outra se mexia junto. O que uma sente a outra sente também - declarou Carmen, que sonha ter as duas em seus braços ao fim da manhã de domingo.
As duas começaram na natação, mas depois
migraram para o vôlei do Fluminense
(Foto: Arquivo Pessoal)
Idênticas, as gêmeas era diferenciadas pelo
sorriso. Michelle era mais extrovertida;
Monique mais sisuda (Foto: Arquivo Pessoal)
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