terça-feira, 1 de setembro de 2015

De olho em 2016, vôlei de praia testa arena central, vento, logística e doping

Etapa do Circuito Mundial é ensaio para Olimpíadas. "Vamos testar 4 áreas: gestão esportiva, apresentação, doping e parte de resultados", explica diretor do Rio 2016



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Rio de Janeiro

Quadra central em Copacabana: principal teste do vôlei de praia rumo ao Rio 2016 (Foto: Dovulgação/CBV)Quadra central em Copacabana será testada de olho no Rio 2016 (Foto: Divulgação/CBV)


A um ano das Olimpíadas do Rio, o maior evento esportivo do mundo ganha forma em uma série de competições com brasileiros e estrangeiros pela cidade, berço do vôlei de praia. Palco dos principais torneios do esporte, Copacabana será o cenário da etapa Open do Circuito Mundial de 2015, que servirá como evento-teste para 2016, de quarta-feira a domingo. Além de analisar questões de logística, como o serviço aos atletas e árbitros, e infraestrutura, o Comitê Organizador do Rio 2016 vai testar o controle de doping e a quadra central, montada no mesmo local da disputa olímpica, com capacidade para 2,8 mil pessoas. As outras cinco quadras e as duas de aquecimento instaladas na praia carioca não entram nesta avaliação. A entrada para o evento é gratuita.

O formato da disputa será nos mesmos moldes dos Jogos Olímpicos, assim como os testes antidoping, o posicionamento da arena e a iluminação para as partidas à noite. O torneio principal, a partir de quinta-feira, terá 24 duplas em cada gênero e 250 membros da organização, incluindo 214 voluntários, dentre eles, boleiros. Estarão presentes as 14 duplas mais bem colocadas do ranking de entradas da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), além de oito times classificados pelo qualificatório e dois convidados. O Comitê de 2016 atua na organização em parceria com a FIVB e a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). 

Alison e Bruno mostratam muita técnica e garra para desbancar os americanos (Foto: Divulgação/FIVB)
Alison e Bruno, líderes do ranking e garantidos 
em 2016, estão confirmados em evento-teste 
(Foto: Divulgação/FIVB)


- Vamos testar quatro áreas. A primeira é a gestão da competição esportiva, ou seja, quadra central, serviços para árbitros e atletas, equipamento esportivo e voluntários que vão trabalhar nas operações. Em seguida, vamos analisar a apresentação do esporte através do locutor oficial, produtores, DJ e o roteiro da disputa, em conjunto com a CBV. A terceira área é o controle de doping, feito da mesma forma realizada em qualquer evento do vôlei de praia internacional e, por fim, a parte de resultados. Oficialmente, o sistema é o mesmo da CBV e da FIVB. A provedora dos jogos vai trabalhar em paralelo conosco para testar o sistema de resultados para 2016. A montagem e a instalação da quadra são de responsabilidade da CBV, mas vamos observar como funciona o evento na quadra central - disse Rodrigo Garcia, diretor de esportes do Rio 2016.

O dirigente explicou ainda que a quadra terá uma angulação diferente dos outros torneios da modalidade no país e seguirá os padrões olímpicos. Geralmente, os atletas costumam jogar de lado em relação ao mar e à rua. Desta vez, eles estarão de costas. 

- Nós solicitamos a rotação da quadra como nas Olimpíadas. Assim, poderemos ver a influência do sol e do vento, pois estaremos mais ou menos na mesma época - acrescentou Rodrigo. 
O Comitê Organizador não vai testar a tecnologia na arena, como o acesso à internet sem fio na quadra central e nas arquibancadas, mas sim os aspectos ligados à competição esportiva. 

COPACABANA DE VOLTA APÓS 11 ANOS

Talita e Larissa comemoram a vitória sobre as holandesas na final da etada da Polônia (Foto: Reprodução/FIVB)Talita e Larissa tem vaga para 2016 e entram no Rio Open como favoritas (Foto: Reprodução/FIVB)


Após 11 anos sem receber uma etapa do Circuito Mundial, Copacabana recebe a 13ª parada desta temporada. Os últimos campeões nas areias da Princesinha do Mar foram as brasileiras Ana Paula e Sandra Pires e a dupla formada pelos alemães Markus Dieckmann e Jonas Reckermann. 

O Brasil entra com oito times direto na disputa principal, e a expectativa é de casa cheia ao longo dos seis dias de evento-teste. Com a vaga assegurada para os Jogos Olímpicos, Alison e Bruno Schmidt disputam o Open do Rio embalados pelo título da etapa de Olsztyn, na Polônia. Outros confirmados são Evandro e Pedro Solberg, Ricardo e Emanuel e Pedro Cunha e Allison Francioni. No torneio feminino, outras quatro duplas brasileiras se classificaram diretamente para a fase de grupos pela posição no ranking de entradas. Além de Larissa e Talita, campeãs na Polônia e com o passaporte carimbado para 2016, as outras parcerias são Agatha/Bárbara Seixas, Fernanda Berti/Taiana (convite da organização) e Juliana/Maria Elisa. Cada país poderá ser representado por até quatro duplas, com exceção dos que receberam convite.

Alison e Bruno Schmidt lideram o ranking mundial de vôlei de praia, com 5.720 pontos, seguidos por Evandro e Pedro Solberg, com 4.720. No feminino, Agatha e Bárbara estão no topo, com 5.900 pontos, na frente de Larissa e Talita, vice-líderes, com 5.340 pontos.

De acordo com as regras estabelecidas pela CBV, a dupla masculina e feminina com mais pontos nos principais torneios da temporada (cinco Grand Slams, três Major Series e o Aberto do Rio) garantiriam a vaga olímpica. Tanto Alison e Bruno, como Larissa e Talita, não podem ser mais alcançados pelos rivais, portanto, estão garantidos em 2016. O segundo time masculino e feminino a representarem o Brasil nas Olimpíadas serão escolhidos pela CBV no inicio do ano que vem, seguindo critérios da entidade. 

CORRIDA OLIMPICA NA RETA FINAL

O quinto título seguido de Alison e Bruno colocou a parceria em outro patamar e os deixou mais próximos do recorde de vitórias de Emanuel e Loiola, que, em 1999, sagraram-se campeões das etapas da Noruega, Itália, França, Áustria, Portugal e Bélgica em sequência. Em grande fase, o capixaba e o brasiliense conquistaram antes da Polônia o caneco no Campeonato Mundial da Holanda, no Major Series de Gstaad (Suíça) e ainda nos Grand Slams de Yokohama (Japão) e Long Beach (Estados Unidos). Caso vençam o Rio Open, eles igualam a marca de Emanuel e Loiola. No ano passado, os jogadores ficaram em primeiro na etapa de Klagenfurt. 

Bruno Schmidt e Alison ficam com o ouro no Grand Slam de Long Beach (Foto: Divulgação/FIVB)
Após quinto título seguido, na Polônia, Bruno 
e Alison podem igualar recorde de Emanuel 
e Loyola (Foto: Divulgação/FIVB)


- Desde o Mundial da Holanda, o nosso jogo vem fluindo bem, tiramos muita coisa das costas, muita pressão. E pensando ponto a ponto, jogo a jogo, as coisas estão acontecendo. O time nos ajudou muito nesse processo, mas não esperava vencer cinco torneios consecutivos. É muito bom e mostra que estamos no caminho certo, e devemos continuar assim - disse Bruno.

- O Bruno foi perfeito não apenas nesse jogo, mas durante todo o torneio. Ele foi muito bem no saque, na defesa, ajudou muito nosso time. Acho que no momento ele é o melhor atleta do mundo. Conquistamos cinco medalhas de ouro consecutivas, o é perfeito. Nosso time está a cada dia mais fortalecido, e que venha a etapa do Rio de Janeiro - completou Alison.


O Mamute irá disputar os Jogos pela segunda vez, depois de conquistar a medalha de prata em Londres 2012, ao lado de Emanuel. O seu parceiro fará a sua estreia em Olimpíadas. Larissa e Talita já competiram no torneio, porém, nunca estiveram juntas. Larissa jogou em Pequim 2008 com Ana Paula e caiu nas quartas de final. Na capital britânica, ela voltou a atuar com Juliana e faturou o bronze. Talita, por sua vez, terminou em quarto lugar na China, ao lado de Renata, e há quatro anos, ficou em nono, com Maria Elisa


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2015/09/de-olho-em-2016-volei-de-praia-testa-arena-central-vento-logistica-e-doping.html

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