terça-feira, 1 de setembro de 2015

Foi o xerife: história de Fábio Ferreira com Tigre termina antes do 100º jogo

Após 96 partidas com a camisa preta, branca e amarela, zagueiro de 30 anos rescinde contrato com Criciúma e acerta com a Ponte Preta para disputa do Brasileiro



Por
Criciúma, SC


Fábio Ferreira era um xerife e também uma figura diferente no Criciúma. Não apenas pelos cortes de cabelo extravagantes, embora não tenha sido tão "ousado" no período em que esteve no Heriberto Hulse. Ao longo de pouco mais de dois anos e meio, esteve próximo de chegar aos 100 jogos com a camisa preta, branca e amarela. A marca não será alcançada pela transferência dele para a Ponte Preta, negociado nesta segunda-feira. Vai o zagueiro, mas ficam os cinco gols, a referência técnica e alguns momentos tão pitorescos quanto os penteados que faz.
Fábio Ferreira Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro/www.criciumaec.com.br)
Fábio Ferreira deixa o Criciúma com 96 partidas 
no currículo (Foto: Fernando Ribeiro/www.
criciumaec.com.br)


Contratado no começo de 2013, Fábio Ferreira chegou como um reforço para a Série A do Campeonato Brasileiro, após o acesso na temporada anterior. Com o técnico Paulo Comelli e seu sucessor, Vadão, só não jogou mais na campanha do título do Catarinense por causa de uma lesão na panturrilha. Emprestado pelo Botafogo, foi também na primeira passagem, depois de apresentado, uma das raras vezes que concedeu entrevista coletiva à imprensa.

Bom nome na campanha da permanência na primeira divisão, o Criciúma buscou a renovação. No entanto, o jogador preferiu primeiro se desvincular do clube carioca e, em virtude de batalha na Justiça Trabalhista, só pôde ser registrado novamente como jogador do Carvoeiro após o período de inscrições do Catarinense.

Fábio Ferreira Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro/www.criciumaec.com.br)Zagueiro apareceu no treino com um penteado bem diferente (Foto: Fernando Ribeiro/CriciúmaEC)


A volta ao Majestoso foi marcada por problemas. O zagueiro chegou a discutir no vestiário com o então treinador do Tigre, Gilmar Dal Pozzo, conforme informações dos dirigentes da época. Fábio Ferreira foi afastado do elenco principal e passou a treinar em separado até que o sucessor, Toninho Cecílio, o chamasse novamente para vestir a camisa tricolor.

Com o time rebaixado à Série B de 2015, o Criciúma não conseguiria manter todos os atletas que pretendia em virtude do corte no orçamento. Fábio foi um dos que chegou a ser procurado para seguir, mas estava fora da capacidade financeira do clube. No entanto, durou pouco a "saída". Passados os primeiros jogos do estadual, o Tigre anunciou a renovação contratual. Fábio Ferreira gostava do clube em que marcou cinco gols e voltou. A esta altura, em um time bem mais jovem, passou a ser uma referência técnica aos meninos que com ele atuavam. O comando desta vez havia mudado mais uma vez.


Fábio Ferreira lagarto (Foto: Reprodução)
Fábio Ferreira inovou no visual e fez um lagarto 
na cabeça (Foto: Reprodução)


Também no retorno, enfrentou a timidez e encarou jornalistas por mais duas vezes, em entrevistas coletivas – os profissionais que cobrem o dia a dia do clube, até então, chegavam a fazer brincadeiras apontando seu nome como o entrevistado do dia, porque era algo que não ocorria. Ao contrário de 2013, quando pode comemorar a conquista da taça, o estadual de 2015 não foi como o zagueiro esperava. Eliminado no hexagonal semifinal com três rodadas de antecedência, o Criciúma terminou a competição em sexto lugar e frustrou a torcida.

Durante a competição, foi afastado do grupo por indisciplina - o fato ocorreu pela segunda vez desde a chegada ao Heriberto Hülse. O assunto foi comentado por Raimundo Queiroz, executivo de futebol na época. Segundo o ex-dirigente, Fábio sentiu um problema no tornozelo e não apareceu no clube para tratar. Pela atitude, ficou fora de algumas partidas no estadual.

No Brasileiro de 2015, penteados inusitados e a confiança de Petkovic. Com o sérvio no comando, Fábio foi titular em nove duelos e marcou um gol. Além disso, participou da reação do clube na tabela, ajudou na manutenção da invencibilidade de Pet por 11 jogos e contribuiu para o resgate da confiança do torcedor. Após quase uma centena de partidas, deixa o Sul para buscar mais conquistas para a carreira, agora em Campinas e sem a cor amarela na camisa.

Fábio Ferreira lagarto (Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)
Zagueiro anotou cinco gols pelo Tigre desde 2013 
(Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)


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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/criciuma/noticia/2015/09/foi-o-xerife-historia-de-fabio-ferreira-com-tigre-termina-antes-do-100-jogo.html

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