quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Sem limite de idade, Mundial de Kazan tem atleta de apenas 10 anos inscrita

Atleta do Bahrein nascida em 2005 puxa fila de nadadores mirins no torneio na Rússia



Por
Direto de Kazan, Rússia


O uniforme é de atleta. A credencial pendurada no pescoço indica o mesmo. Mas o rosto revela que Alzain Tareq Juma Salem ainda é uma criança. Aos 10 anos, a pequena nadadora do Bahrein é, provavelmente, a mais jovem da história a participar de Mundial, apesar de própria Federação Internacional de Natação (Fina) não saber dizer ao certo. Mas a caçulinha do campeonato em Kazan não é a única que impressiona. Sem um limite mínimo de idade estabelecido Fina, a competição na Rússia conta com nove nadadores mirins nascidos a partir de 2002, ou seja, com no máximo 13 anos.

Com apenas 10 anos, Alzain Tareq, do Bahrein, é a mais nova do Mundial (Foto: Divulgação / Kazan2015)
Com apenas 10 anos, Alzain Tareq, do 
Bahrein, é a mais nova do Mundial 
(Foto: Divulgação / Kazan2015)


Tareq nadará duas provas. Nos 50m borboleta, foi inscrita com o último tempo do balizamento: 41s12. Já nos 50m livre, sua melhor marca nos últimos 12 meses, 38s21, é melhor que a de outras quatro adversárias. Ainda assim, a disparidade para as nadadoras mais velozes do mundo é gigantesca. Nos 50m livre, por exemplo, os melhores tempos do balizamento são da australiana Cate Campbell, de 23 anos, e da britânica Fran Halsall, de 25 anos: 23s26.

info - ATLETAS MIRINS mundial KAZAN (Foto: Editoria de Arte)info - ATLETAS MIRINS mundial KAZAN (Foto: Editoria de Arte)


Entre os homens, o mais novo em Kazan é Ahnt Khaung Htut, de Mianmar. Aos 12 anos, ele protagonizou um dos momentos marcantes do primeiro dia de competição, no último domingo, quando levantou a torcida russa ao nadar sozinho sua bateria na eliminatória dos 100m peito. (Clique aqui e veja o vídeo)

- Eu amei a piscina e estou muito feliz de estar aqui. Fiquei nervoso, mas gostei bastante - disse o garoto, que já acumula a experiência de ter participado do Mundial de piscina curta de Doha, em dezembro do ano passado - disse Htut, que foi o antepenúltimo entre os 76 competidores dos 100m peito.

Logo após conversar com os jornalistas na área de entrevistas, o garoto saiu correndo em direção a piscina de treinos, em um gesto bem típico da idade. Assim como a reação de Darya Semyonov, de 13 anos, do Turcomenistão, que passou pela imprensa chorando bastante e não teve condições de falar após a eliminatória dos 100m peito, onde termino em 65º entre as 69 participantes. A ganesa Kaya Forson, também de 13, deixou a água em êxtase depois de competir na eliminatória dos 200m livre.

- É muito legal estar aqui. É uma experiência fantástica. Se continuar nadando, espero que um dia eu possa ser como esses grandes nadadores. É incrível estar aqui com todos eles, participando dessa grande competição. E melhorei meu tempo em três segundos, então estou muito feliz - disse a menina de Gana, que foi a 61ª das 63 inscritas na prova.


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Mianmar é a delegação mais jovem em Kazan. Além de Htut, são outros dois atletas do país inscritos. Ambos abaixo dos 14 anos: May Thint, de 13 anos, e a pequena Su Moe Theint San, de apenas 11. Além do Bahrein e de Mianmar, outros cinco países de pouquíssima tradição no esporte contam com nadadores nascidos a partir de 2002: Nepal, Laos, Gana, Azerbaijão e Turcomenistão.

Ahnt Khaung Htut, de 12 anos, competindo sozinho nos 100m peito em Kazan (Foto: Adam Pretty / Getty Images)
Ahnt Khaung Htut, de 12 anos, competindo 
sozinho nos 100m peito em Kazan 
(Foto: Adam Pretty / Getty Images)


Nenhum dos nove mais jovens inscritos no Mundial conseguiu o índice mínimo exigido para a classificação automática. Porém, a participação deles é permitida por conta das regras de inclusão da Fina. Para possibilitar o maior número possível de países, a entidade permite a inscrição de até quatro atletas por nacionalidade sem a marca mínima - dois homens e duas mulheres. A entidade também não estabelece limite de idade para as disputas da natação. Diferentemente dos saltos ornamentais, por exemplo, onde o mínimo é de 14 anos.

O diretor-executivo da Fina, Cornel Marculescu, defendeu a participação dos atletas mirins no Mundial e disse não acreditar em uma mudança das regras nos próximos anos. Para ele, a experiência é positiva tanto para os jovens quanto para a própria competição.


- Imagina você, esses jovens competindo aqui. Uma grande estreia, vendo todo o estádio. Tenho certeza que tudo isso é uma experiência incrível para eles... Sempre temos esses extremos, que são atrativos também para mídia. Não creio que teremos no futuro algum limite de idade - afirmou o dirigente romeno.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/natacao/noticia/2015/08/sem-limite-de-idade-mundial-de-kazan-tem-atleta-de-apenas-10-anos-inscrita.html

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