Mineirinho busca retomar vitórias para manter liderança em J-Bay: "Confiante"

Campeão do QS 6.000 np pico sul-africano, em 2012, atleta de 28 anos diz que este é o momento-chave para seguir com boas condições de levar título até o fim do ano

Por Carol Fontes

Rio de Janeiro

 

1. cenário ideal para retomar vitórias
2. confira as baterias em j-bay

Adriano de Souza, o Mineirinho, com o troféu do QS 6.000 em Jeffreys Bay (Foto: Divulgação)

A baía de Jeffreys Bay, a cerca de 73 quilômetros de Porto Elizabeth, na África do Sul, é especial para Adriano de Souza. Desde cedo, Mineirinho gosta de viajar para o país em busca de ondas perfeitas e momentos de lazer. Em 2012, ele se tornou o primeiro brasileiro a conquistar um título em J-Bay, em uma etapa válida pelo QS 6.000, que distribui pontos importantes no ranking que dá acesso à elite. A lembrança da vitória sobre o francês Joan Duru na final segue cristalina na memória do paulista do Guarujá. Mais experiente e ainda jovem, aos 28 anos, ele defende a liderança da sexta etapa do Circuito Mundial quase como se estivesse no "quintal de casa". 

O melhor resultado de um brasileiro na elite em Jeffreys Bay até o momento foi o vice-campeonato de Peterson Rosa, em 2000, mesmo ano em que Teco Padaratz chegou à semifinal - ambos perderam para o australiano Jake Paterson, bicampeão do evento. 

- Estou confiante. J-Bay é muito especial para mim, pois frequento há muito tempo e tive a oportunidade de vencer ali em uma decisão que foi muito difícil, com uma virada no fim. Me sinto um pouco em casa aqui. Apesar de não ter sido um CT, foi muito legal, pois eu sempre adorei surfar lá. O campeonato foi muito bom. A final foi incrível e de virada. Vou lembrar desta vitória para o resto da minha vida, foi muito especial para mim. Espero poder repetir aquela vitória de 2012 agora pela divisão principal - vislumbrou Mineirinho.


Leia mais:

Rei nos tubos de J-Bay, Fanning mira 4º título e vê especialistas
Fanning valoriza evolução pós-Medina e camaradagem do "Brazilian Storm"

Mineirinho conhece o caminho das pedras em

J-Bay como poucos e frequenta o local desde 

cedo (Foto: Divulgação/ASP)

Depois de 2011, a etapa ficou fora do circuito e só retornou em 2014, quando o australiano Mick Fanning conquistou o seu terceiro título nas famosas direitas. O maior vencedor em J-Bay é o americano Kelly Slater, com quatro vitórias, seguido por Mick Fanning, tricampeão nas famosas direitas do Cabo Oriental. 

- Fiquei muito feliz com o retorno da etapa, pois é um pico clássico que não deve ficar de fora. Até mesmo em 2013, quando não teve nem QS e nem CT, eu fui para J-Bay produzir um vídeo e fazer turismo. Adoro esse lugar. Muita gente conhece o caminho das pedras aqui e eu não me sinto favorecido por já ter vencido, até porque outros venceram aqui no CT, ou seja, eles são mais favoritos que eu. Todos querem ganhar e farei o máximo para defender a liderança - disse Adriano, sem apontar favoritos.

Ccenário ideal para retomar vitórias

Adriano de Souza em ação em Jeffreys Bay, lugar com onda forte e rápida (Foto: Divulgação/ASP)

A onda em Jeffreys Bay, longa, rápida e potente, que permite aos surfistas realizarem manobras e encontrarem tubos incríveis, se encaixa com o "power surf" de Mineirinho, estilo baseado na força aplicada nas manobras e rasgadas. Um cenário ideal para ele retomar o caminho das vitórias e se manter no topo em busca do título mundial.

- Temos muito chão e muito trabalho pela frente. Estamos na luta e este é o momento-chave para me colocar em condições para disputar o título no fim do ano. Quero chegar no final do ano com chances de título. Eu acredito que esse ano será um final de ano muito disputado, com muitas pessoas com reais chances de título. O pensamento é sempre o mesmo, dar o meu melhor e tentar passar cada bateria. Os resultados ruins e bons já fazem parte do passado. Agora é olhar para frente, pois cada etapa é um desafio diferente - analisou Mineirinho, que renovou as esperanças de bons resultados após fechar uma parceria com o técnico Leandro "Grilo" Dora.

Depois de um início avassalador, com o título em Margaret River, o vice em Bells Beach e um terceiro lugar em Gold Coast, na Austrália, o líder do ranking sofreu um declínio e não passou da terceira fase nas duas últimas etapas (Fiji e Rio de Janeiro). Atualmente, Adriano ocupa a primeira posição, com 28,000 pontos, seguido de perto por Filipe Toledo (27,450), vice-líder, e pelos australianos Owen Wright (26,150 ), Mick Fanning (24,950) e Julian Wilson (23,450). 
- J-Bay é um bom lugar para voltar a ter bons resultados. Posso dizer que é um dos meus picos preferidos. Mas, com certeza, teremos vários surfistas como eu fazendo grandes exibições. Será um grande evento. A onda de Jeffreys Bay é uma das direitas mais famosas do mundo e é preciso ter cuidado. É uma onda rápida e potente e você precisa pegar o timing certo da onda para não cair. Cheguei cedo para poder treinar e firmei uma parceria com o meu novo treinador. O meu surfe irá progredir de agora em diante.

Confira as baterias em j-bay

1.Taj Burrow (AUS), Michel Bourez (TAH), Brett Simpson (EUA)
2. Julian Wilson (AUS), Miguel Pupo (BRA), Alejo Muniz (BRA)
3. Owen Wright (AUS), Kai Otton (AUS), C.J. Hobgood (EUA)
4. Filipe Toledo (BRA), Adam Melling (AUS), Dane Reynolds (EUA)
5. Mick Fanning (AUS), Matt Banting (AUS), Tomas Hermes (BRA)
6. Adriano de Souza (BRA), Kolohe Andino (EUA), Slade Prestwich (AFS)
7. Josh Kerr (AUS), Sebastian Zietz (AFS), Dusty Payne (HAV)
8. Kelly Slater (EUA), Matt Wilkinson (AUS), Glenn Hall (IRL)
9. Nat Young (EUA), Wiggolly Dantas (BRA), Adrian Buchan (AUS)
10. Ítalo Ferreira (BRA), Jadson André (BRA), Fred Pattachia Jr. (HAV)
11. Bede Durbidge (AUS), Jordy Smith (AFS), Ricardo Christie (NZL)
12. Joel Parkinson (AUS), Gabriel Medina (BRA), Keanu Asing (HAV)


FONTE:
http://glo.bo/1Tj6yED?utm_source=link&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar