Com raça e bom humor, dupla supera início de temporada ruim, vence Major de Stavanger, na Noruega, e soma importantes pontos na corrida olímpica: "Ânimo novo"
Juliana e Maria Elisa encarnaram bem o espírito guerreiro de Stavanger, na Noruega, para vencerem a última etapa do Circuito Mundial de vôlei de praia e ganharem força na corrida pela vaga nas Olimpíadas de 2016. Porém, sem perder o bom humor tipicamente brasileiro.
Sede do segundo Major da temporada, a cidade nórdica foi palco de guerras épicas na Idade Média. Papel histórico eternizado no monumento "Sverd i fjell" (Espada na rocha, em português), onde três espadas gigantes estão fincadas no chão simbolizando a Batalha de Hafrsfjord, fundamental na unificação do país. Foi o local escolhido pela dupla para comemorar o título e também se divertir com o curioso troféu do torneio: duas espadas medievais.
Ju e Maria Elisa com as espadas que ganharam pelo título (Foto: Denis
Ferreira Netto/CBV)
- Nossa semifinal foi um jogo muito difícil (2 sets a 1 sobre as holandesas Meppelink e Van Iersel).
Elas tiveram três match points e nós conseguimos manter a calma e virar. Então, viemos muito motivadas para a final, porque quando parecia perdido, a gente conseguiu ter uma energia boa e jogar aquele voleibol que vínhamos buscando. Colocamos tudo que podíamos dentro de quadra - afirmou Maria Elisa.
- A semifinal foi um dos jogos mais difíceis, mas o primeiro, contra as suíças, também foi complicado. Teve outro contra as alemãs. Tenho certeza que tudo isso fez com que a gente colocasse o espírito que estamos buscando. O treino, a psicologia, o espírito de guerreira. Mesmo na final, atrás do placar, não tive dúvidas que a gente ia ganhar - completou Juliana.
Guerreiras e brincalhonas: Juliana e Maria
Elisa se divertem com as espadas em
Stavanger (Foto: Denis Ferreira Netto)
- Eu estava em uma energia, uma loucura que me faz muito bem. Então, fiz uma comemoração com a Maria e fui tão estúpida com ela que o cabelo dela ficou horroroso. A gente mudou de lado e quando eu olhei, o cabelo dela estava a treva. Eu não aguentei. No meio daquele jogo, eu louca, comecei a rir. Foi muito engraçado. Foi bom porque deu uma descontraída. No meio da loucura, tem felicidade. Acho que o mais importante é fazer o que você ama e ser feliz. Para mim, a maior vitória aqui também é poder estar realizando isso: voltar a ser feliz de novo - contou Juliana.
- Esse senso de humor da Juliana é super importante. Porque às vezes tira um pouco aquela pressão do jogo. A maneira como ela interage com a torcida, chamando todo mundo. Esse senso de humor dela me chama e me tira também um pouco. Faz com que a gente tenha mais prazer ainda em estar dentro da quadra, que é o que a gente mais gosta de fazer. A gente encara isso como um trabalho sério, mas dentro de quadra, se a gente puder ficar um pouco mais descontraída, as coisas fluem melhor - disse Maria Elisa.
Maria Elisa e Juliana com as espadas no pódio
do Major de Stavanger (Foto: Denis Ferreira Netto/CBV)
- Deu um ânimo novo, porque voltamos a jogar bem, com confiança. Era isso que a gente buscava. Quando faz o trabalho certo e acredita no que faz, nada atrapalha... A gente encontrou um caminho e tem o direito de comemorar. Mas amanhã, já é pensar no próximo campeonato. A gente está consciente disso e para conseguir repetir o que fizemos aqui, precisamos continuar com a mesma luta lá nos Estados Unidos - concluiu Juliana.
A corrida olímpica brasileira será definida da seguinte forma: uma dupla masculina e uma dupla feminina conquistam a classificação para as Olimpíadas de 2016 pela pontuação obtida nos nove principais eventos do Circuito Mundial 2015 (cinco Grand Slams, três Major Series e o Open do Rio de Janeiro). Os times poderão descartar os dois piores resultados ao longo da temporada.
FONTE:
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