sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"Futebol virou jogo de conversinha mole", diz Muricy, bravo com dirigentes

Técnico do São Paulo critica o regulamento do Campeonato Paulista, que limita a 28 o número de jogadores inscritos, e diz que não abrirá mão de usar jovens da base


Por
São Paulo

Muricy Ramalho, São Paulo X Sport (Foto: Marcos Ribolli)Muricy reclama dos dirigentes (Foto: Marcos Ribolli)


Mesmo curtindo as férias com a família na praia, Muricy Ramalho está atento ao mercado de transferências e já pensa na preparação do São Paulo para as competições de 2015. E apesar de ter pela frente um grupo difícil na Copa Libertadores, é outra competição que tem tirado o técnico do sério: o Campeonato Paulista. Tudo por conta do regulamento apresentado pela Federação Paulista de Futebol, que limita a 28 o número de jogadores inscritos.

- Não concordo. Tivemos uma Copa do Mundo em que não fomos bem e a gente segue o barco. Não dá! Essa foi outra medida ruim, muito ruim. Limitar a inscrição a alguns jogadores vai diminuir demais (o número de jogadores revelados). E acham que estão fazendo uma grande coisa para o futebol paulista. Ao contrário, vão matar vários que poderíamos lançar. Continuam tomando decisões equivocadas e não acontece nada. Estamos nas mãos dessas pessoas - reclamou o treinador, em entrevista à "Rádio Globo."

A medida foi tomada pela FPF a fim de evitar a utilização de times reservas, principalmente pelos clubes que disputam e priorizam a Copa Libertadores- em 2015, São Paulo e Corinthians. 

O técnico admite que, com isso, alguns atletas mais rodados do elenco poderão ficar fora da competição. Tudo porque ele não abrirá mão de usar jovens, que podem se valorizar e render bons valores de transferência para o clube. Se fosse perguntado, Muricy ia sugerir que garotos que fossem 100% do clube não entrassem nesta cota:

- Temos de usar a base porque não tem como sobreviver sem ela, o clube precisa de negócios. Vai ficar jogador fora (da competição). Pode até colocar limite, mas os da base, os que são do clube mesmo, deveriam ter chance de não participar disso, não os que são só 2% do clube, mas os que são 100%, devia ter essa brecha. Para isso precisam escutar a gente, e não escutam.

Quando o regulamento foi votado, o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, foi o único a se posicionar contra essa decisão - sendo voto vencido. Muricy, portanto, aproveitou para criticar os demais presidentes dos clubes paulistas.

- Para os dirigentes que estavam lá está tudo certo, adiantam a cota e está tudo bem, ninguém contesta nada. Tem de contestar, não existe isso. Deixa os jogadores da base, todo mundo reclama que não tem mais revelações. Eu falo porque hoje não estou nem aí, estou cansado desses caras. Os clubes são os culpados. O futebol virou um jogo de conversinha mole, cada um conta sua mentirinha e está tudo certo. Estoura nos clubes endividados e nas federações todas ricas. E segue o baile - criticou.

O Tricolor está no Grupo 1 do Paulistão (com Ituano, São Bernardo, Mogi Mirim e Red Bull), e estrea no dia 1 de fevereiro, às 17h, contra a Penapolense, no Estádio Tenente Carriço.


FONTE:
http://glo.bo/1Bd390b

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