Corrida em Marina Bay tem quebra de Nico, vitória de Hamilton, "missão impossível" de Massa, ataque de Gutiérrez nos boxes, estafa de Magnussen. Veja os destaques
Não pense que por se tratar de uma corrida noturna, o GP de Cingapura seria mais tranquilo para os pilotos da Fórmula 1. O calor incessante e a alta umidade em Marina Bay transformam o cockpit em uma verdadeira sauna. Além disso, o traçado travado transforma a prova na mais longa do calendário, tanto que neste ano precisou terminou no limite de tempo de duas horas, com 60 voltas das 61 programadas. Todos esses fatores tornam a corrida na cidade-estado asiática um dos maiores desafios da temporada.
Noite quente em Cingapura, no GP
deste domingo da Fórmula 1
(Foto: AFP )
E
bem que Nico Rosberg gostaria de ter completado cada uma dessas voltas.
O alemão, que chegou à etapa como líder do campeonato, teve seu dia de
azar. Sofrendo problemas em
sua Mercedes, abandonou e ainda viu seu companheiro Lewis Hamilton o
superar e
assumir a ponta do Mundial. E por falar em superação, Felipe Massa
conseguiu
uma façanha no calor cingapuriano ao economizar os pneus e levar a
Williams à
quinta colocação. Quem também suou foi Kevin Magnussen. Estafado, o
dinamarquês
da McLaren precisou ser atendido no centro médico após a prova em razão
do
desgaste provocado pelo calor.
Hamilton recebe aplausos da Mercedes
e Rosberg não se empolga muito (Foto:
Reprodução/Twitter da Mercedes)
O próximo desafio dos competidores é o GP do
Japão, dia 5 de outubro. Antes disso, assista aos melhores momentos no vídeo acima e relembre cada destaque da corrida de
Cingapura abaixo, no pacotão da F-1:
dia de cão
O dia em que deu tudo errado para Rosberg
Foi um fim de semana para Rosberg esquecer. Perder a pole
por apenas sete milésimos para Hamilton no sábado foi o menor de seus
problemas. No domingo, antes mesmo da largada o alemão já suou frio. Depois de
identificar falhas no volante durante o “warm up”, o alemão ficou parado no
grid na volta de apresentação. Empurrado para os boxes, largou do pit lane, mas
os problemas elétricos persistiam e ele mal conseguia acompanhar as nanincas
Marussia e Caterham. No primeiro pit stop, na volta 13, seu câmbio travou no
neutro e precisou abandonar. Para aumentar o prejuízo, dos boxes, Nico ainda assistiu
a vitória de Hamilton, que lhe tomou a liderança do Mundial de Pilotos.
Restando apenas cinco etapas para o fim da temporada, o inglês chegou aos 241
pontos, três a mais de Rosberg. Como consolo, Nico ganhou um afago de sua
esposa Vivian Sibold nos boxes da Mercedes. Os problemas foram provocados pela
quebra de um feixe de fios na coluna de direção de sua Mercedes.
Mercedes de Nico Rosberg começou a
apresentar problemas antes mesmo
da largada (Foto: Getty Images)
chilique
Calma, rapaz!
Após a corrida, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse que
Rosberg “lidou com a situação de forma muito profissional”. O mesmo não se pode
dizer de Esteban Gutiérrez. O mexicano precisou abandonar a corrida na volta 18
em razão de problemas elétricos no motor de sua Sauber. Irritado, saiu do carro
e deu chilique nos boxes do time suíço, jogando as luvas longe e chutando um
equipamento.
taca-lhe pau!
Taca-lhe pau nesse carrinho, Hamilton!
Mas
mesmo sem seu principal concorrente na pista, Hamilton
não teve vida fácil para vencer. O britânico caminhava para uma vitória
sossegada, mas a entrada do safety car na 31ª volta quase mudou a
história da
corrida. Enquanto alguns pilotos aproveitaram a paralisação para fazer
um pit
stop e outros já tinham usado os dois tipos de pneus e poderiam ir até o
final,
Lewis só havia utilizado os supermacios e precisaria fazer mais uma
parada. Para
evitar surpresas, Hamilton precisou pisar fundo para abrir vantagem para
fazer
o pit stop e voltar à frente de Sebastian Vettel, Ricciardo e Alonso que
vinham
logo atrás. Porém, seus pneus iam desgastando e ele não conseguia
alcançar uma
margem segura para a parada. O jeito foi minimizar o prejuízo. A
Mercedes fez o
cálculo perfeito chamando o inglês para os boxes na hora exata para
voltar
atrás apenas do tetracampeão da RBR. Com compostos macios, Lewis
rapidamente
deu o bote no alemão, reassumiu a primeira colocação, e venceu. Vettel e
Ricciardo seguraram a pressão de Alonso e completaram o pódio.
Lewis Hamilton comemora vitória em
Cingapura com estilo
(Foto: Agência AFP )
a primeira vez
Foram
quatro anos dominando a Fórmula 1. Mas em 2014, Sebastian Vettel tem
passado por maus bocados. Neste domingo, porém, o tetracampeão se
destacou. Com uma pilotagem para lembrar os anos anteriores, quase
roubou a vitória de Hamilton. E ainda provou um gostinho que não
saboreava desde o ano passado: ao assumir a ponta após o pit stop do
britânico, liderou uma corrida pela primeira vez na temporada. Mas a
alegria durou pouco. Com pneus desgastados foi presa fácil para o piloto
da Mercedes (veja a ultrapassagem).
Sebastian Vettel comemora segundo
lugar no pódio ao lado do vencedor
Lewis Hamilton (Foto: Getty Images)
superação
"Vovó" Massa
O
safety car dificultou também a vida dos pilotos da
Williams. Voltas antes, Massa e Bottas haviam feito seus pit stops pouco
antes
e não valeria à pena entrar novamente nos boxes durante o período de
paralisação. A saída encontrada pela equipe foi pedir para os pilotos
irem até
o fim da prova. Para isso, seria preciso administrar desgaste dos pneus
durante
quase 40 voltas. O diretor esportivo da Pirelli, Paul Hembery,
classificou a
missão como “impossível”. Mas Felipe Massa conseguiu e cruzou em quinto.
Já o
finlandês, que fazia mágica para conter a pressão de Jean-Eric Vergne,
Sergio
Pérez, Kimi Raikkonen e Kevin Magnussen, não teve o mesmo sucesso. Um
problema
na direção assistida de seu FW36 o atrapalhou em administrar o desgaste,
seus
pneus ficaram em frangalhos justamente na última volta, e ele acabou
sendo
superado pelos rivais, cruzando a linha de chegada em 11º e ficando sem
pontos. "Precisei guiar como uma vovó", brincou Massa, explicando que
precisou pilotar com um cuidado extremo, para não prejudicar mais os
pneus.
Felipe Massa parou pela última vez
nos boxes na 22ª volta
(Foto: Divulgação)
sauna
Que calor!
Quem também precisou se superar foi Kevin Magnussen. Novato
na Fórmula 1, o jovem dinamarquês encarou pela primeira vez a desgastante
corrida de Cingapura. E quase não aguentou. Além do calor e da alta umidade de
Marina Bay, Kevin precisou resistir a um superaquecimento de sua McLaren.
Durante a corrida, chegou a tirar as mãos do volante para se refrescar. No fim,
ainda conseguiu arrancar um pontinho suado – literalmente – com o décimo lugar.
Depois da prova, o estafado Magnussen chegou a visitar o centro médico do
circuito. No twitter, ele negou boatos de que teria sofrido queimaduras.
Kevin Magnussen teve dificuldades
para aguentar desgaste do GP de
Cingapura (Foto: Getty Images)
com a corda toda!
Enquanto Magnussen não esperava a hora da corrida acabar, o
francês Jean-Eric Vergne parecia se divertir em Cingapura. O francês foi uma
das grandes atrações da prova. Com uma pilotagem ousada, Vergne não teve pudor
em partir para cima dos adversários no apertado traçado de Marina Bay. A audácia
acabou lhe rendendo duas punições de cinco segundos (acrescidos nos pit stops) por
exceder os limites da pista em ultrapassagens (vídeo). Mas as penalidades não tiraram a
volúpia do francês, que ainda superou diversos rivais para levar a STR ao sexto
lugar.
Jean-Eric Vergne precisou pagar duas
penalizações de 5 segundos durante
GP de Cingapura (Foto: Getty Images)
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