terça-feira, 16 de setembro de 2014

Grêmio restringe acesso ao setor da Geral para reencontro com Aranha

Clube muda forma de compra de ingressos e limita a um bilhete por torcedor no setor em que pessoas proferiram injúrias raciais contra o goleiro, em 28 de agosto


Por Porto Alegre


Torcida Geral Grêmio Arena (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)Torcida do Grêmio em jogo contra o Atlético-PR (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)


O Grêmio aumentou o cerco sobre o espaço da Geral na Arena, para o reencontro com o Santos de Aranha, na próxima quinta-feira, mais de 20 dias após o caso de injúrias raciais contra o goleiro. O clube determinou limitações na venda de ingressos para o jogo da 22ª rodada do Brasileiro.

Será destinado um ingresso para cada pessoa que quiser assistir à partida neste setor, e não quatro, como é a rotina adotada para todos os setores pela administradora do estádio. A ideia é vincular o ingresso a um CPF, facilitando a identificação do usuário em caso de eventuais conflitos.

- É uma resolução nossa, para os próximos jogos, contra Santos e Chapecoense. Assim, identifica-se com mais facilidade. Claro que nada é 100% seguro, mas teremos um caminho mais curto - explicou o assessor para assuntos de torcida do Grêmio, Lauro Noguez, ao GloboEsporte.com.



Desde o caso em que Aranha foi alvo de injúrias raciais em 28 de agosto, pela Copa do Brasil, o Grêmio vem tomando medidas para coibir novos conflitos. O principal deles foi suspender direitos da organizada Geral, que ficou proibida de levar instrumentos e qualquer adereço que a possa identificar como um movimento.

A punição foi motivada também pelo jogo seguinte ao "caso Aranha" na Arena. Contra o Bahia, vitória de 1 a 0, a Geral entoou cânticos de cunho racista contra os colorados, chamando-os de "macacos" (assista ao lado). No primeiro confronto desde a punição, no 1 a 0 diante do Atlético-PR, não foram registrados incidentes.

Relembre o caso


O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, em 28 de agosto, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O goleiro registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta.

A maior repercussão recaiu sobre uma jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN. Patrícia Moreira, 23 anos, foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Em 4 de setembro, prestou depoimento à polícia e, na sexta, pronunciou-se à imprensa, pedindo desculpas a Aranha e ao Grêmio, sob forte comoção. No total, dez pessoas já foram ouvidas pela polícia, que ainda não concluiu o inquérito.

As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro tiveram outro desdobramento. Em julgamento no dia 3, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, por unanimidade, excluir o Grêmio da Copa do Brasil. No primeiro duelo das oitavas de final, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0. Haverá julgamento em segunda instância, no Pleno do STJD, ainda sem data oficializada.

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