Advogados concluem que não houve agressão a árbitro em clássico. João Zanforlin lembra joelhada de Zuñiga em brasileiro: "Não houve retificação na súmula"
Petros treinou com os companheiros nesta terça (Foto: © Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
O
departamento jurídico do Corinthians está convencido de que
Petros não tentou agredir o árbitro Raphael Claus na vitória corintiana
por 1 a
0 sobre o Santos, neste domingo. A partir disso, o clube começou a
preparar a
defesa do jogador, que pode pegar até seis meses de suspensão caso seja
denunciado por agressão. Até Neymar será citado, por causa do lance em
que levou uma joelhada do colombiano Zuñiga e sofreu uma fratura na
vértebra. O julgamento não tem data marcada para ocorrer.
O
Corinthians se baseia no fato de que o jogador da Colômbia não foi
punido durante a
partida das quartas de final da Copa do Mundo e a súmula original não
citou o lance. Dias depois da partida, a Fifa descartou qualquer punição
porque o lance foi presenciado pelo árbitro espanhol Carlos Velasco,
que sequer deu cartão amarelo ao agressor.
– É interessante citar que quando o Neymar levou a joelhada
nas costas, o árbitro não mudou seu entendimento depois. E aquilo sim foi uma
agressão. Não houve retificação de súmula, nem julgamento pela Fifa. Deve-se
seguir esse padrão. Vamos citar na defesa – explicou João Zanforlin, advogado do Corinthians.
O advogado se referia à mudança de Raphael Claus na súmula da partida, que foi
vista como benéfica a Petros. Na manhã desta
terça-feira, a CBF publicou o adendo de Claus. Um trecho diz que Petros “corre
em minha direção e atinge minhas costas com seu braço esquerdo de maneira
intencional”. O departamento jurídico começou a coletar provas para mostrar
que o lance foi casual.
saiba mais
– Acho que isso contamina a própria verdade dele. No momento
do jogo, ele acha que foi trombada. Agora acha que foi agressão? Vamos juntar
todas as provas possíveis, exposições de comentaristas, depoimentos... – disse Zanforlin.
Por isso, os advogados querem desqualificar a denúncia de agressão e
encaixar o lance em outro artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva,
que prevê punições mais brandas. De acordo com a procuradoria do STJD, Petros será denunciado
pelo artigo 254-a, que fala em “praticar agressão física durante a partida”. Um
parágrafo desse artigo fala em até 180 dias de gancho se o agredido for o
árbitro ou um de seus assistentes.
Na visão do Corinthians, o meia deveria ser
enquadrado no artigo 250, “praticar ato desleal ou hostil”, que tem suspensão
máxima de três partidas.
– Estamos convencidos de que não foi uma agressão. Se fosse,
ele iria com a mão fechada, agrediria o árbitro. É o braço dele que tenta se
afastar do árbitro, que estava no meio da jogada. Não houve dolo (intenção) –
afirmou João Zanforlin.
Enquanto o julgamento não é marcado, Petros continua
treinando com os companheiros e deve enfrentar o Bahia no próximo sábado, às
21h (horário de Brasília), na Arena. Na segunda-feira, o jogador se defendeu e
disse que a trombada foi normal.
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