terça-feira, 12 de agosto de 2014

Jogadores do Paraná dão ultimato à diretoria por pagamento dos salários

Representado por Lucio Flavio, elenco dá uma semana de prazo para uma solução definitiva. A partir de quarta-feira da semana que vem, grupo pode parar as atividades


Por Curitiba


A situação financeira do Paraná chegou ao limite para os jogadores do clube. Após o treino desta terça-feira, na Vila Olímpica do Boqueirão, o elenco cancelou a tradicional coletiva e deu um ultimato à diretoria para receber os salários atrasados. Representados pelo meia Lucio Flavio, os jogadores fizeram um pronunciamento e anunciaram o prazo de uma semana para que seja encontrada uma solução definitiva. Caso o prazo não seja cumprido, o grupo pode parar as atividades.

– Vamos dar uma semana, que seria até a próxima terça-feira, no jogo que temos aqui em Curitiba. Se não existir nada por parte da diretoria, em relação aos assuntos financeiros, nós vamos tomar outras atitudes. Dentro dessas atitudes, podemos paralisar de novo. Não gostaríamos, até pelo caráter do grupo. A partir da quarta-feira, se não tiver nada resolvido, nós vamos parar. Já passou do limite. São mais de 100 dias de atraso nos salários. Chegou um momento que nós não estamos mais aguentando – falou o camisa 10.

Lucio Flavio e Marcos (Foto: Rafael Les)
Jogadores do Paraná cobram solução 
para salários atrasados até a próxima 
terça-feira (Foto: Rafael Les)

Na sexta-feira passada, os jogadores divulgaram uma carta para a torcida pedindo apoio na Vila Capanema, além de revelarem até sete meses de salários atrasados para alguns atletas mais antigos. Outros atletas, juntos com integrantes da comissão técnica e até mesmo funcionários do clube, não recebem há três ou quatro meses.

Já passou do limite. São mais de 100 dias de atraso nos salários. Não estamos mais aguentando.
Lucio Flavio, em nome do elenco 

Segundo o meia Lucio Flavio, todos esperavam um posicionamento da diretoria após a resposta positiva da torcida no duelo contra o Vila Nova, no último sábado, mas revelou que ninguém apareceu para conversar com os jogadores ou dar alguma explicação.

– Todos têm ciência do que passamos na semana passada, especialmente na carta para o torcedor. Tivemos uma resposta boa dos torcedores.

Escrevemos que tínhamos que ter, no mínimo, o dobro de torcedores. Foi o que aconteceu. Tivemos mais de sete mil pessoas apoiando. Porém, sabemos que a luta é maior que isso. Todos têm compromissos a honrar. 
Temos responsabilidade como cidadãos e pais de família. Esperávamos alguém da diretoria para nos passar alguma situação de ordem financeira ontem (segunda-feira) ou hoje (terça) pela manhã. Não ocorreu. 

Lucio explicou ainda que o grupo vai continuar trabalhando da mesma forma e honrar o compromisso com o clube. Porém, nenhum jogador vai se pronunciar a respeito da situação financeira do clube até a próxima terça-feira. 

– De hoje até terça-feira não vamos comentar nada no aspecto financeiro. Vamos continuar trabalhando, apesar de todas as dificuldades, de todos os problemas que mais de 90% do grupo têm passado. Não sabemos se através dos esforços deles (diretoria) vão conseguir, mas estamos passando a situação para que, talvez, outros paranistas possam tomar a frente e ajudar o clube.


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O superintendente do Paraná, Celso Bittencourt, revelou à jornalista Nadja Mauad que está em São Paulo junto com o presidente Rubens Bohlen para tratar de interesses financeiros do clube, mas que não podia falar sobre o assunto no momento.

Atualmente, o Tricolor é o 16° colocado da Série B, com 16 pontos, à frente do Oeste (primeiro da zona de rebaixamento) pelo critério de desempate - tem uma vitória a mais - quatro a três. O próximo compromisso da equipe paranaense será contra o Atlético-GO, às 19h30 (horário de Brasília) de sexta-feira, no Serra Dourada.


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