Eu comento esportes: Sofrimento e silêncio: Suárez se salva de fiasco e ainda luta para jogar na 5ª

domingo, 15 de junho de 2014

Sofrimento e silêncio: Suárez se salva de fiasco e ainda luta para jogar na 5ª

Sentado no banco de reservas, atacante chega a aquecer, mas não entra em revés inesperado na estreia diante da Costa Rica e surge como esperança contra ingleses

Por Lucas RizzattiFortaleza

Se havia alguma dúvida, ela desapareceu após a retumbante derrota de sábado. Luis Suárez fez e faz falta ao Uruguai. O mais angustiante para os charruas foi tê-lo visto tão perto. Mas, na verdade, Luisito estava longe. Sentou no banco de reservas como qualquer outro suplente, porém nunca esteve na iminência de ingressar. Em recuperação de cirurgia no joelho esquerdo realizada há 24 dias, sofreu como um fã qualquer no 3 a 1 da Costa Rica, na estreia na Copa, no Castelão. A dor maior: ainda não tem presença garantida na decisão das 16h de quinta-feira contra a Inglaterra, em São Paulo (assista a reações do jogador).

Ao menos foi o que disse um cauteloso Óscar Tabárez após o revés - Suárez passou reto pelos jornalistas e não deu declarações. O treinador chegou inclusive a se contradizer. Primeiro, afirmou que Suárez estava no banco porque tinha condições. Depois, no entanto, alegou que a ideia de tê-lo por perto era uma questão muito mais anímica do que técnica. A partir deste domingo, quando recomeçam os treinos em Sete Lagoas, começa a maratona contra o tempo para ter Luisito diante dos ingleses.

- Suárez não está mais lesionado. Por isso estava no banco. Cumpriu as etapas de preparação e veremos se ele vai superar as exigências. É um jogador fundamental para nós. E nos faz evoluir muito. Não vou pensar no que passou.

Ele ainda não treinou no nível de exigência que precisa. Preferi que ele ficasse no banco com os companheiros do que na tribuna. Temos quatro dias inteiros para ver se ele enfrentará a Inglaterra. Vamos ver nos treinos para pensar na possibilidade - tergiversou o Maestro.

Ainda em recuperação de cirurgia no

joelho, Suárez não quis saber de

conversa no Castelão

(Foto: Getty Images)

A esperança que a torcida celeste tem em Suárez não é apenas um sentimento. Materializou-se no Castelão, sobretudo antes de a bola rolar.
Alguns fãs exibiam, orgulhosos, réplicas do busto do atacante. Outro exemplo sintomático: foi o jogador mais saudado no telão, sendo que seu rosto não apareceu na imagem. E, sim, apenas o nome, junto aos demais reservas.

Suárez foi operado em 22 de maio

Sentado no banco, Suárez dispensou os sorrisos do treino da véspera. Entrou na área técnica bastante sério, acompanhado de perto pelo médico da delegação Alberto Pan. Sua única movimentação se deu a partir dos nove minutos do segundo tempo, quando a Costa Rica empatou o confronto. Assim que o chute de Campbell roçou a rede de Muslera, Tabárez mandou todos ao aquecimento.

Entraram, no entanto, Alvaro González, Lodeiro e Abel Hernandez. Suárez permaneceu no banco e, dali, passava as mãos na cabeça, no rosto, prostrado. O artilheiro das Eliminatórias Sul-Americanas, com mais gols do que Messi, só podia torcer.

Após a partida, os jogadores demoraram para aparecer na zona mista, área destinada para entrevistas. Optaram por jantar no vestiário e seguir direto do estádio para o aeroporto e embarcar o quanto antes para o isolado resort de Sete Lagoas. Como de costume, o capitão Diego Lugano foi o mais solícito com os microfones, numa espécie de escudo ao resto do grupo. Suárez passou quieto. Cabeça erguida e sem correr, tratou de ignorar os pedidos por alguma declaração. A sua resposta terá que ser mesmo dentro de campo.