Presidente do Corinthians lamenta fatos do último sábado, mas diz que departamento jurídico vai juntar provas e tentar punir envolvidos
A invasão de mais de 100 torcedores do Corinthians ao CT
Joaquim Grava deixou o presidente Mário Gobbi irritado. Em entrevista coletiva
na manhã desta segunda-feira, Gobbi lamentou o ocorrido na manhã do último
sábado, confirmou que vai reunir provas e depoimentos para abrir inquérito
policial e chamou de crime a atitude dos organizados, que ameaçaram
funcionários, foram atrás de jogadores e roubaram três celulares.
– Vamos redigir uma solicitação de apuração dos fatos em
inquérito policial, uma vez que isso tudo configura alguns crimes: furto,
ameaça, lesão corporal, etc. Nosso jurídico vai cuidar disso, e quando tudo
ficar pronto, nós avisaremos – disse o presidente.
– Eu não tenho relação, a
diretoria do Corinthians não possui relação com organizadas. O máximo que
fizemos não mais que duas vezes foi dialogar com as lideranças sobre questões
que eles queriam saber. Até ai é o limite da civilização. Passou dai, não tem
mais absolutamente nada – disse o presidente do clube.
– Nós não temos vinculo, não somos pais, doadores,
colaboradores, muito pelo contrário. Eles são órgãos independentes. No campo, tem
35 mil pessoas que usam o distintivo do Corinthians. Eu vou impedir de usar a
camisa? É complicado, não sei com que base faria isso – emendou.
Na sequência, garantiu que não haverá diálogo com as organizadas. Pelo menos por enquanto...
– Depois do que aconteceu (no sábado), não há a menor intenção de diálogo, pois
as coisas chegaram num ponto que está difícil qualquer início de
conversa, uma vez que o abalo é geral e o momento não é o propício. O
futuro no futebol você nunca diz "nunca mais", nem na vida fale isso. Mas
não há clima para diálogo nenhum. As mágoas são profundas, e acho melhor
as coisas seguirem cada qual para o seu lado.
CT Joaquim Grava tem segurança reforçada
nesta segunda-feira (Foto: Sergio Castro /
Agência Estado)
Agência Estado)
Gobbi afirmou ainda que não cabe ao Corinthians fiscalizar as atitudes dos membros das organizadas.
– As torcidas são associações legalmente constituídas. Tem uma
lei que regula a fiscalização delas, não é o Corinthians que fiscaliza se podem
ou não podem atuar. Desculpa falar, mas vocês precisam cobrar de quem tem o poder
de ver e atuar e fiscalizar as torcidas. Clube de futebol, associação de
futebol, é esporte. Tenho de montar um grande time, dar show, espetáculo, até
aí a função é do clube. Cuidar para ver se o torcedor joga uma pilha, agride
outro, isso não é função de entidade particular. Não adianta jogar em cima dos
clubes, senão eu vou ter de abrir um concurso publico para policia do Corinthians.
Onde formos jogar o policiamento do Corinthians vai todo junto. Há uma
usurpação de função pública – disse Gobbi, que é delegado licenciado da polícia civil.
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Mário Gobbi se disse surpreso com a invasão, já que reforçou a tese de que sempre foi aberto ao diálogo.
– Fomos pegos de surpresa, pois eles nunca atingiram esse
patamar. Sempre recebemos comissões de torcedores para o diálogo, acho que essa
forma é a melhor para se trabalhar. Tivemos o episódio de Oruro, o de Brasília,
esse... Espero que tenha sido o último – disse.
A
diretoria do Corinthians está reunindo imagens da invasão de cerca de
100 torcedores, na manhã do último sábado no CT Joaquim Grava, para
enviar à Polícia Civil e ao Ministério Público na tentativa de
identificar as pessoas.
.
Marcas da violência: alambrados remendados
na entrada do CT (Foto: Diego Ribeiro)
- O clube deixa claro que todas as imagens gravadas pelo circuito interno sobre o ocorrido serão entregues à Polícia Civil e ao Ministério Público para a identificação e punição dos culpados. Por fim, o clube pede publicamente para que os meios de comunicação enviem também as imagens da invasão ao clube e às autoridades responsáveis para facilitar ainda mais a identificação dos vândalos - diz a nota do Corinthians.
Torcedores do Corinthians invadiram o
CT na manhã de sábado (Fotos de
Rodrigo Faber e Agência Estado)
FONTE:
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