STJD exclui pena de portões fechados em segunda instância, mas impõe que clubes jogarão longe de casa. Multa em dinheiro, porém, é mantida
Schmitt e Zveiter, procurador geral e presidente do STJD, respectivamente (Foto: Globoesporte)
Este foi o resultado do julgamento dos recursos de ambos os clubes, cujos torcedores brigaram nas arquibancadas do Estádio Mané Garrincha, no empate em 1 a 1, no dia 11 de agosto. Realizado na tarde desta quinta-feira, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Pleno foi comandado por seu presidente Flávio Zveiter.
As multas de R$ 50 mil, para o clube carioca, e R$ 80 mil, para o paulista, foram mantidas, por outro lado. Os envolvidos foram inicialmente punidos com dois jogos sem venda de ingresso e outros dois apenas com torcida visitante presente, mas sem deixar seus estádios. A decisão foi inédita no país e usou precedente internacional, o que causou revolta nos advogados. Dias depois, tiveram concedido efeito suspensivo e a pena foi reduzida para duas partidas com portões fechados. Agora, foi batido o martelo com nova modificação.
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Assim, o Vasco só poderá voltar a jogar em São Januário ou no Maracanã
na 32ª rodada, contra o Coritiba, no dia 3 de novembro. Já o Corinthians
retorna ao Pacaembu um pouco depois: na 33ª, contra o Fluminense, no
dia 10 do mesmo mês. Pela Copa do Brasil, no entanto, os ganchos não
valem. Contra Goiás e Grêmio, respectivamente, pelas quartas de final,
poderão usar seus estádios e terão o apoio da torcida.A situação surge na pior fase de ambos no Campeonato Brasileiro. Na zona de rebaixamento, o time de Dorival Júnior perdeu as últimas três partidas, enquanto o de Tite foi derrotado em quatro dos últimos cinco, embora ainda esteja em sétimo lugar. Entre a noite de quarta e esta manhã, torcedores de ambos protestaram muito contra o desempenho em campo e também contra as diretorias. Ironicamente, o contato será espaçado agora.
O diretor jurídico Gustavo Pinheiro representou o Cruz-Maltino e alegou na defesa que o clube fez o que estava em sua alçada para coibir a violência. Segundo ele, não existiu fato grave praticado pela instituição, e o pedido foi de absolvição. O advogado do Corinthians foi João Zanforlin, que começou dizendo nunca ter visto nada tão absurdo como os primeiros julgamentos do caso, citando penas que não existem e foram aplicadas. Ele não pediu absolvição e disse que se contentava em não mais ser punido com jogos a portões fechados.
Gustavo Pinheiro e Ricardo Gomes, diretores de futebol e jurídico do Vasco (Foto: Globoesporte.com)
Vídeos do ocorrido no Distrito Federal, em partida válida pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, foram exibidos no STJD. Ricardo Gomes, diretor do clube carioca, esteve presente no local e foi mencionado por todos os auditores, que rasgaram elogios a sua índole ao longo do julgamento. Satisfeito com o resultado, Gomes agradeceu o carinho.
- Fiquei contente com a decisão. Só posso agradecer mais uma vez às homenagens recebidas no tribunal. No nosso momento, é impossível jogar com portões fechados. Isso seria muito pior. O apoio da nossa torcida será muito importante. Por isso vim aqui, o momento não é fácil, e sem a torcida seria impossível.
Zanforlin explicou que oficialmente os clubes não darão mais suporte às organizadas, através de medida apressada pela gravidade do caso envolvendo Vasco e Corinthians.
- Em São Paulo está sendo assinado o Termo de Ajuste de Comportamento com o Ministério Público, dizendo o seguinte: nós não ajudamos, não damos nada para a torcida. Nem ônibus, nem ingresso. E o clube oficialmente diz que ele não ajuda torcida nenhuma. Até porque o faturamento que a Gaviões da Fiel tem hoje, tem muita empresa aí que não consegue ter.
* Texto de Thiago Benevenutte, estagiário, sob a supervisão de André Casado
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2013/09/vasco-e-corinthians-sao-punidos-com-quatro-perdas-de-mando-no-brasileiro.html
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