Revelados juntos na base do Palmeiras, atacante do Vasco enfrenta goleiro do Fluminense pela primeira vez neste domingo, no Maracanã
- Esses últimos dias nem nos falamos muito. Mas também antes do jogo a gente não conversa essas coisas - diz Edmilson, que saiu do Palmeiras para o futebol japonês, logo depois de ser campeão da Série B em 2003.
O contato entre as famílias foi mantido nas férias dos jogadores, nas festas de casamento - um foi padrinho do casamento do outro - e, principalmente, nas lembranças inesquecíveis. Recém-chegado de Salvador, com 14 para 15 anos, Edmilson morava no alojamento da base do Palmeiras e se enrolava um pouco sozinho em São Paulo. Cavalieri, nascido na capital, acabou levando muitas vezes o baiano para casa, seja para jogar videogame, seja para tirar o amigo da tediosa moradia das divisões inferiores do Palmeiras.
- Quando nos conhecemos, o Diego só ia para seleções de base, sub-15, sub-17. Uma vez ele chegou de volta do torneio, aí passei uns dias na casa dele, com a família dele. A gente jogava PlayStation, a mãe e o pai dele me chamavam de filho, o irmão de irmão. Era tempo muito legal, até hoje em dia a gente se recorda das histórias. É muito bom ver aonde ele chegou. Hoje é o melhor goleiro do Brasil e merece tudo que conquistou. Ele ralou muito, trabalhou muito por isso - diz Edmilson.
De
cabelo grande, Diego Cavalieri sorri na época de Palmeiras. Edmilson,
na ponta direita, lembra das histórias dos dois amigos com muito carinho
e admiração pelo amigo (Foto: Arquivo Pessoal)
- Aí ele pegou o quebra-queixo, mordeu e fez uma cara… Falei: "Que foi, Diego?" E ele, "nada não". Disse: "tira a mão da boca." Rapaz, quando vi ele tinha quebrado um pedaço do dente. Falei: "Pô, cara, você é bonito para caramba, mas com esse dente quebrado complica" - conta, aos risos, o atacante vascaíno, que termina a história. - Fomos para o treino da tarde e falei para o Serjão (ex-goleiro do Palmeiras Sérgio) e para o Marcão (ex-goleiro do Palmeiras Marcos) contarem uma piada para o Diego. Eles já olharam e perguntaram que mão na boca era aquela, aí o Marcão contou a piada, ele não aguentou e abriu a boca. Ele tinha colocado até um chiclete para tapar - diverte-se o atacante vascaíno.
As brincadeiras entre os amigos ficam fora de campo. No domingo, no Maracanã, cada um de um lado, a vitória é fundamental para os dois times, que vêm de derrota. Quase duas décadas depois do "quebra-queixo", o atacante poderá até deixá-lo boquiaberto se fizer o primeiro gol dele com a camisa do Vasco e der a vitória ao time de São Januário.
- Eu jogo no Vasco, ele no Fluminense. Os dois times vivem um momento difícil, mas é claro que se tiver a oportunidade, vou querer fazer meu gol. Sendo ele o goleiro ou não. Mas ele sabe que eu não gosto de goleiro (risos). Se eu ganhar vou brincar com ele, mas se ele ganhar também vai querer dar uma zoadinha. Normal, o importante é que a amizade prevalece - diz o atacante vascaíno.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2013/07/do-quebra-queixo-ao-duelo-edmilson-celebra-amizade-com-rival-cavalieri.html
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