sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Agora famoso no Brasil, Sheik volta ao Japão: 'Gratidão eterna'


Atacante rasga elogios ao local onde viveu por seis anos no início da carreira, período em que foi um desconhecido no próprio país de origem

Por Carlos Augusto Ferrari Nagoya, Japão

Emerson carrega o apelido de Sheik pelo sucesso que teve quando atuou nos Emirados Árabes Unidos e no Qatar. Mas o atacante do Corinthians bem que poderia ser chamado de imperador ou até mesmo samurai pelo período de sucesso que teve no Japão. Muito famoso no país, o jogador pode agora coroar a carreira com o título mais expressivo justamente no local onde acumulou prestígio e dinheiro.

Nascido em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, Emerson começou a carreira no São Paulo, mas com pouco tempo na equipe profissional foi negociado com Consadole Sapporo, passando por Kawasaki Frontale e Urawa Red Diamonds, no qual foi artilheiro do Campeonato Japonês em 2004. Mais do que evoluir profissionalmente, o atacante acredita que melhorou como pessoa ao conviver com a cultura local.

- Eu morava numa favela no Rio de janeiro, tive uma passagem rápida por São Paulo e vim para cá. Minha mãe trabalhava, e eu e meus irmãos ficávamos numa favela. Tive toda minha educação no Japão. Aprendi a ter respeito aqui, além do lado profissional. O povo japonês é professor em educação e respeito ao próximo. Essa foi minha maior conquista – afirmou.

O período no Japão, aliás, transformou Emerson em um desconhecido no Brasil. O sucesso só chegou depois dos 30 anos, quando decidiu retornar ao país de origem para atuar pelo Flamengo. Polêmico e dono de um futebol de destaque, jogou também no Fluminense e conquistou nada menos que três títulos brasileiros por clubes diferentes em sequência.

Herói do título da Libertadores e principal jogador do Corinthians, Emerson é a grande aposta do clube para vencer o Mundial. Tanto que foi requisitado pela Fifa para conceder entrevista coletiva, nesta sexta-feira, em Nagoya, ao lado do técnico Tite. Costumeiramente, a entidade solicita aos clubes a presença do treinador e do capitão (neste caso, Alessandro). No entanto, o atacante acabou escolhido.

Emerson Sheik e Tite (Foto: Zé Gonzalez / Globoesporte.com)Emerson Sheik dá coletiva ao lado de Tite (Foto: Zé Gonzalez / Globoesporte.com)

- Sempre falo com carinho do povo japonês. Morei seis anos e vi meus filhos crescerem aqui. Como pessoa e ser humano cresci muito. O povo japonês me ensinou muito, minha gratidão é eterna. Tenho muito orgulho de ter morado aqui – disse.

Aos 34 anos e com a aposentadoria se aproximando, Sheik sonha com o título internacional no Japão para completar um ciclo vitorioso coma camisa alvinegra: ser campeão do Brasileirão, da Libertadores e do Mundial. No entanto, sem ganhar mais apelidos.

- Quero que continue Emerson mesmo. Nem Sheik eu gosto muito (risos).   


Nenhum comentário: