Perto de completar um ano à frente do Vasco, técnico acredita estar perto do primeiro título e comemora sucesso do trabalho
Cristóvão celebra equilíbrio em meio a turbulências
(Foto: Jorge William / Agência O Globo)
(Foto: Jorge William / Agência O Globo)
Cristóvão garante lidar com tudo isso da melhor maneira possível. Mesmo com a saída quase simultânea de Romulo, Diego Souza, Fagner e Allan, ele se orgulha de manter o Vasco competitivo e imune ao que define como “turbulências diárias”. Em pouco tempo como treinador, entendeu que precisa se alimentar das cobranças e responder a elas com bons resultados. Até o momento, sua missão é um sucesso.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Cristóvão admite que temeu pelo seu trabalho com a debandada de jogadores no Vasco. Por outro lado, comemora como um título o que, segundo ele, foram três semanas de provação no momento seguinte à negociação dos quatro jogadores. Por fim, define o seu trabalho à frente de um time de grande expressão.
- Treinador deveria se chamar equilibrista - resumiu.
A habilidade mostrada em pouco tempo de carreira dá a Cristóvão a confiança de acreditar que o carimbo de campeão está perto:
- Se não for agora, vai ser daqui a pouco.
GLOBOESPORTE.COM - O Vasco faz uma excelente campanha no Brasileiro, com sete jogos de invencibilidade e cinco sem sofrer gols, apesar das recentes perdas de jogadores importantes
. Como foi possível manter o alto nível?
Cristóvão Borges - Desde o início da temporada venho buscando o equilíbrio da equipe. Sabia que em algum momento isso aconteceria. No fim do ano passado nós trocamos alguns jogadores e chegaram outros com características diferentes. Por isso, o time precisou ser refeito. O Vasco sempre teve vocação ofensiva, mas agora tem mais força física. Aliás, a excelente preparação física é a base dessa reorganização tática. Está ficando do jeito que eu quero.
Que mudanças foram essas?
A Copa Sul-Americana e a Libertadores me confirmaram que havia a necessidade de aumentar nossa dinâmica e a intensidade do jogo. O grande alerta foi ver e jogar contra o Universidad de Chile. Falta essa dinâmica e essa intensidade no futebol brasileiro. Atualmente isso acontece aqui apenas em jogos pontuais. Estou muito feliz, porque os resultados vieram e a equipe se mantém sem levar gols. Um grande teste foi o clássico contra o Botafogo. Foi uma partida de alta intensidade, como imagino que deva ser o futebol brasileiro. Fomos bem e vencemos uma grande equipe.
As negociações de Romulo, Allan, Diego Souza e Fagner surpreenderam?
Cristóvão orienta o Vasco: sonho do carimbo de
campeão (Foto: Wallace Teixeira / Agência Estado)
campeão (Foto: Wallace Teixeira / Agência Estado)
Chegou a temer pelo futuro do seu trabalho no Vasco quando viu tantos jogadores deixarem o clube quase ao mesmo tempo?
Sabia que teria de achar soluções para as perdas. Desde o início do ano trabalhei pensando nisso. Mas nesse período me preocupei muito e tive dúvidas sobre a sequência do trabalho, sim. As últimas três semanas foram desafiadoras. Poderia acontecer o que aconteceu ou o trabalho poderia ter sido quebrado. Vínhamos de um jogo contra o Atlético-GO que foi o pior do Vasco sob o meu comando, apesar da vitória por 1 a 0. Naquela partida fizemos muitas coisas ruins. Foi assustador, mas serviu como alerta.
Como é possível manter o Vasco no rumo do sucesso convivendo com problemas como a desconfiança da torcida e a insatisfação declarada de jogadores com o banco de reservas?
Minha resposta é estar no Vasco esse tempo todo com um trabalho regular"
Cristóvão Borges
Deve ser complicado em pouco tempo de carreira conseguir trabalhar todas essas situações...
Treinador deveria se chamar equilibrista. Todo dia alguém dá um beliscão na corda. Mas não reclamo, porque sou treinador do Vasco. Caso contrário, como diz o Felipão, deveria treinar o Bambala. O pior é quando você vai para a guerra de revólver. Mas quando você tem uma artilharia, tudo bem. Eu tenho um grande time. Então, apesar de qualquer problema, eu levo fé. O diferencial é o grupo de jogadores, que é sensacional. Tenho apoio e já mostrei que tenho capacidade. Então, estou pronto.
Por conta de tudo isso, acredita que ainda falta reconhecimento?
Não reclamo de nada. Minha resposta é estar no Vasco esse tempo todo com um trabalho regular. Acho difícil que haja algum outro time com a regularidade do Vasco neste período de um ano.
Com 76% de aproveitamento no Brasileiro, vou reclamar de quê? Mas para mim é pouco. Eu quero mais. Eu quero muito.
Um título de campeão brasileiro serviria para consolidar sua carreira como treinador?
A carreira precisa de um carimbo de campeão. Estou no caminho. Se não for agora, vai ser daqui a pouco. Se mantiver esse ritmo, acho que vou chegar. Mas sei que isso custa, é trabalhoso. É difícil até para os experientes.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2012/07/turbulencia-diaria-e-sobrevivencia-cristovao-se-define-como-equilibrista.html
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