sábado, 3 de dezembro de 2011

Casal 'Atletiba' mostra que rivalidade pode ser o início de um grande amor

A coxa-branca Andrea Miranda e o atleticano Dago Reis tinham motivosde sobra para ficarem em campos opostos. Mas o amor falou mais alto

Por Gabriel Hamilko Curitiba
 
Dago e Andrea - casal Atletiba (Foto: Acervo pessoal)Dago e Andrea aprenderam a levar a rivalidade na
boa (Foto: Acervo pessoal)
 
O amor começa por coisas em comum entre um casal. A atração física unida ao compartilhamento de interesses, o papo e o respeito estimulam o prazer de estar ao lado da pessoa em todos os momentos. Em todos? E se quis o destino que cada um tenha escolhido uma paixão futebolística? E, ainda pior, se os times foram rivais históricos?
Pois é. O cupido prega peças e tem um senso de humor bem curioso unindo aqueles que estão em lados opostos no campo de futebol. Mas essa rivalidade pode ser até o tempero que aproxima duas pessoas, o estopim para um grande amor.

Quando se conheceram, Andrea Miranda e Dago Reis Amatnecks Filho não se suportavam. Ela, coxa-branca, e ele, rubro-negro, se digladiavam em um fórum de discussão justamente sobre o Atletiba. A relação era uma verdadeira guerra com provocações dos dois lados. Na época, ambos tinham outros relacionamentos e nem pensavam na peça que o destino iria pregar.

Vírus, provocações e, no fim, namoro
A primeira "briga em comum" que os colocou em rota de colisão foi o antigo ADAP (clube que se fundiu com Galo Maringá, em 2006). O clube foi uma grande surpresa do Paranaense de 2006 e surpreendeu o Atlético-PR nas quartas de final, o Coritiba na semi e foi o assunto na comunidade do Atletiba.
A derrota do Furacão para um time pequeno foi um prato cheio para Andrea, que não perdeu a oportunidade de zoar os atleticanos da comunidade. Porém, a vingança não tardou. Quando o Coxa também foi vitimado pelo ADAP, Dago instalou um vírus no perfil dela e, cada vez que Andrea abria a página, o hino do clube interiorano tocava.

– Não aguentava mais. Já tinha decorado o hino. Tive que chamar um técnico para arrumar. Eu odiava ele, um cara insuportável por fazer uma sacanagem dessas. Era só "quebração de pau"  – conta Andrea.

Dago e Andrea - casal Atletiba (Foto: Acervo pessoal)O relacionamento começou com uma provocação, que depois virou amor (Foto: Acervo pessoal)
 
Depois do episódio da ADAP, os dois nunca mais tiveram contato. Foi só em 2008 que se reencontraram e, através da ajuda de um amigo em comum, foram apresentados pessoalmente. Ainda nem imaginavam que dois meses depois começariam um relacionamento.

(O namoro) Não começou do zero, começou do negativo, mas deu certo."
Andrea Miranda
 
- Eu sempre tinha um pé atrás com ele. Não começou do zero, começou do negativo, mas deu certo. Com ele eu aprendi a ser mais tolerante. Sempre fui de provocar e ser mais esquentada, mas ele me deu um exemplo – completa, dizendo que uma atitude que marcou foi quando o Coritiba caiu em 2009 e Dago foi consolar a namorada, em vez de tirar sarro.

Dago diz que nem sempre foi tão tolerante com a rivalidade entre os dois clubes, mas a própria relação como uma coxa-branca e, atualmente o amor de sua vida, ensinou que não dava para levar tudo a sério.
No relacionamento, os dois aprenderam que a discussão é válida até um ponto, mas quando chega a um nível perigoso, o casal prefere parar.

- Futebol é uma coisa de lazer, secundária, para ser levado na boa, e não podemos deixar isso afetar o nosso relacionamento. Decidimos que cada um iria respeitar e não discutir mais por causa de futebol – diz Andrea.

Dago e Andrea - casal Atletiba (Foto: Acervo pessoal)A relação do casal passou da raiva para o amor
(Foto: Acervo pessoal)
 
E os filhos?
A próxima dúvida que os dois ainda não resolveram no relacionamento é quando tiverem um filho. Será Coritiba ou Atlético-PR? A proposta inicial é dividir meio a meio a decoração do quarto, mas ambos acreditam que os avós é que terão a missão de influenciar na definição.

- O casamento é uma certeza. A única incerteza é o time do filho. No lado dela é uma família de coxas-brancas, e, no meu caso, meu avô estava na fundação do Atlético – completa Dago.

No domingo, cada um assistirá ao jogo do seu time longe um do outro. Não vão para o estádio, mas também vão evitar ficar no mesmo lugar.

- É melhor separar. Depois que acaba o jogo ele vem aqui em casa e nós discutimos outras coisas, mas não sobre o Atletiba – ressalta Andrea.

Atlético-PR e Coritiba se enfrentam na Arena da Baixada, às 17h (de Brasília). O Coxa, no G-5, precisa da vitória para assegurar a vaga na Libertadores 2012. Do outro lado, o Furacão, no Z-4, tem um missão ainda mais complicada para escapar do rebaixamento. Tem de derrotar o arquirrival e torcer por tropeço do Ceará diante do Bahia e por uma derrota do Cruzeiro contra o Atlético-MG.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pr/noticia/2011/12/casal-atletiba-mostra-que-rivalidade-pode-ser-o-inicio-de-um-grande-amor.html

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