sábado, 14 de maio de 2011

Diretoria adia saída de Carpegiani até acertar com um novo comandante


Cúpula usa o fim de semana para estudar nomes e aguardar resultados de estaduais. Tudo para não deixar o Tricolor sem a figura de um técnico


Por Sergio Gandolphi

São Paulo
Paulo Cesar Carpegiani no jogo do São Paulo contra o Santos (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)Paulo Cesar Carpegiani fica pelo menos até segunda
(Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
A diretoria do São Paulo já definiu que Paulo César Carpegiani não é o nome ideal para seguir no comando da equipe na sequência desta temporada. Mas resolveu manter o técnico no cargo por mais alguns dias. Nesta sexta-feira, a cúpula tricolor se reuniu e acertou que vai segurar Carpa pelo menos até a reapresentação do grupo, na próxima segunda-feira, às 15h30. Um elemento foi fundamental para o adiamento da saída: o fato de ele não ter ainda conversado com o presidente Juvenal Juvêncio pessoalmente.

Ao meio-dia, no momento do desembarque da delegação de Florianópolis, após a derrota por 3 a 1 para o Avaí, que culminou na eliminação da Copa do Brasil, os dirigentes estavam convictos de que sua situação estava insustentável. Juvenal fez duras críticas ao desempenho da equipe na Ressacada e disse que a continuidade da convivência de Carpegiani com Rivaldo era uma coisa "muito difícil de acontecer".

- Não posso ser cínico. Houve uma discussão pública do técnico com o atleta e a convivência dos dois ficou mais complicada. A direção vai resolver isso com atitude, como sempre fez - disse Juvenal Juvêncio, em Congonhas.
Mas a verdade é que o mandatário não conseguiu mesmo conversar com Carpegiani após a derrota. O técnico deixou a Ressacada direto para uma casa que tem em Florianópolis, e em seguida rumou para Camboriú, no litoral catarinense, onde ficará até segunda. Na reapresentação do São Paulo, ele se reunirá com Juvenal no CT. Antes mesmo da partida, Carpa já não tinha dormido no hotel onde a delegação ficou concentrada, preferindo ficar em sua propriedade. Poucos acreditam que a opinião de Juvenal Juvêncio sobre a mudança de comando irá mudar nas próximas 48 horas.
Sem esta conversa entre treinador e presidente, após o almoço, a diretoria tricolor reuniu-se no Centro de Treinamento do clube, na Barra Funda, para analisar as possibilidades de troca de comando. Por enquanto, sem um nome forte em mente, os dirigentes preferiram não oficializar a saída de Paulo César Carpegiani para não deixar o cargo vazio, como ocorreu no ano passado, após a saída de Ricardo Gomes.
O ideal na cabeça da cúpula é ter o anúncio de um novo técnico logo após a saída de Carpa. Com Muricy foi assim: ele foi oficialmente demitido no mesmo dia em que anunciaram a contratação de Ricardo Gomes, em 2009.

- Posso dizer que o clube não trocou de técnico, ele é o treinador, mas em função do resultado, claro que a diretoria avalia e faz isso permanentemente - explicou João Paulo de Jesus Lopes, em entrevista à rádio Globo.

Colocar um técnico "tampão", como foi Sérgio Baresi em 2010, não está mais na pauta tricolor. A diretoria quer acertar com um nome de peso para dirigir a equipe nas duas competições que ainda terá nesta temporada (Brasileirão e Copa Sul-Americana).

No encontro, o presidente Juvenal Juvêncio, o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes e o vice de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, decidiram que vão esperar a última rodada dos campeonatos estaduais, neste fim de semana, para saber se algum novo nome pode aparecer no mercado.
NOMES NA PAUTA

Cuca, do Cruzeiro, e Dorival Júnior, do Atlético-MG, foram opções que entraram na conversa desta sexta. O primeiro possui muita restrição no clube, por causa dos seus nove meses de Tricolor em 2004 sem grandes resultados, mas possui muita simpatia de Juvenal Juvêncio, principal mandatário tricolor, que vê nele grande capacidade para montar equipes competitivas.
O segundo tem contrato com o Galo, e o São Paulo não está disposto a pagar nenhum valor pela multa, além do bom relacionamento de Juvenal Juvêncio com Alexandre Kalil, mandatário principal do alvinegro de Minas. Além disso, Dorival já esteve livre no mercado em 2010, assim que deixou o Santos, e não deixou Juvêncio muito entusiasmado.

Como sempre, Paulo Autuori, campeão mundial no Tricolor em 2005, foi citado em um momento de apuro. Já havia sido assim depois da saída de Ricardo Gomes, há um ano, mas o contrato por mais uma temporada com o Al-Rayyan, do Qatar, inviabilizam o interesse em um primeiro momento. E o clube não está disposto a esperá-lo por alguns meses, como o Fluminense, por exemplo, está fazendo com Abel Braga (que está se desligando do Al-Jazira, dos Emirados Árabes). O nome de Ney Franco, que dirige a Seleção Brasileira Sub-20, também foi citado e é visto com bons olhos por Juvêncio.

O fim de semana vai ser de análise por parte da diretoria do São Paulo. Com o elenco de folga até segunda, o objetivo é definir um nome e, a partir dele, traçar um novo planejamento para o semestre que está por vir. Do contrário, a equipe vai continuar no "quase", como nos últimos dois anos e meio.
MULTA
Ao contrário dos últimos treinadores do São Paulo, Paulo César Carpegiani possui multa em seu contrato. A justificativa dos dirigentes para a mudança é simples: ele foi tirado do Atlético-PR pela equipe do Morumbi, ao contrário de Ricardo Gomes, Muricy Ramalho, Paulo Autuori, Emerson Leão e Cuca, que chegaram em um período que estavam livres no mercado. Segundo o Globoesporte.com apurou, no entanto, este valor não seria problema para Carpegiani sair, e também pode ser negociado com Juvenal Juvêncio na próxima semana.


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