segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ex-prefeito tucano promete delatar esquema maior que Lava Jato sobre Alckmin



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/ex-prefeito-tucano-promete-delatar-esquema-maior-que-lava-jato-sobre-alckmin



Geraldo Alckmin tomando cafe com Acir Fillo e sua esposa. Foto: Arquivo pessoal


Jornal GGN - Afastado da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, o ex-tucano Acir Filló promete divulgar todos os detalhes de um esquema de corrupção no governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
 
Filló foi expulso do PSDB em agosto, após se tornar alvo de investigação sobre fraude em licitações e corrupção. Na última segunda-feira (17), o prefeito afastado procurou espontaneamente o Ministério Público de São Paulo, com o objetivo de firmar um acordo de delação premiada.
 
O esquema que o ex-tucano disse poder detalhar é o que envolve o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento (Fumefi), que financia projetos na Grande São Paulo, chegando a contratar R$ 132 milhões em obras para 14 cidades, em 2014. "Se tiverem a coragem de aceitar minha delação vão começar um procedimento que acabará maior do que a Lava Jato", afirmou.
 
No documento enviado ao procurador-geral Gianpaolo Smanio, o ex-prefeito menciona "ilegalidades envolvendo o PSDB na esfera estadual". 
 
Apesar de não ter provas materiais, o prefeito afastado e ex-afilhado de Alckmin já levou suas denúncias sobre o governo paulista, em agosto deste ano, à Corregedoria do Estado. "Minha palavra é um documento. Convivi por dentro, sei todos os detalhes. Se soubesse o que fariam comigo teria gravado tudo", disse.
 
Outras acusações
 
Filló também acusa dirigentes tucanos do município e da esfera estadual de o ameaçarem e o achacarem. Em um desses episódios, após afastado da Prefeitura pela Justiça, tentou dialogar com o partido para voltar a concorrer à reeleição. O presidente municipal do PSDB de Ferraz, Clóvis Caetano, teria pedido suborno em troca.
 
Os pedidos também teriam partido do vice-presidente do PSDB estadual, Cesar Gontijo, que o teria abordado, solicitando que "ajudasse" e que "não teria outro jeito", fazendo referência à vontade de Filló de se recandidatar.
 
O ex-prefeito de Ferraz chegou a registrar, em boletim de ocorrência, o pedido de suborno. No documento, Filló descrevia que Caetano queria entre R$ 250 mil e R$ 500 mil. Os tucanos negam a acusação.
 
Alvo de investigação
 
Filló foi afastado da Prefeitura de Ferraz em dezembro de 2015, acusado de agir para interferir em investigações, escondendo documentos. Ele é acusado de planejar esquema de fraude em contratação de uma empresa de coleta de lixo da cidade.
 
Acusado de enriquecimento ilícito e fraude em licitações, entre outros processos, Filló teria dificultado o andamento das investigações, com "perseguição aos colegas, afastamentos", disse um procurador que investigava o caso. "Eu fui afastado do exercício das funções, ameaçado também, eu tive minha família ameaçada. Somo isso a falsificação de documentos. O prefeito usava todas as artimanhas possíveis para sonegar informações", completou.
 
O ex-prefeito também é o autor de uma biografia sobre Geraldo Alckmin, publicada em 2006, quando o governador concorria à Presidência. Hoje, ele se sente abandonado pelo tucano. "Geraldo deixou um companheiro na rua", disse.

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