quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Sem medo de correr riscos, apostas de Carpegiani surtem efeitos no Coritiba



Depois de um mês no clube, treinador insiste em escalações para conhecer atletas. Com cinco jogos sem perder no Brasileiro, Carpegiani diz que é hora de continuidade




Por Curitiba




Carpegiani Coritiba (Foto: Giuliano Gomes/ Agência PR PRESS)
Com Carpegiani, Coritiba soma três vitórias 
e dois empates no Brasileiro (Foto: 
Giuliano Gomes/ Agência PR PRESS)


Pelo retrospecto das últimas partidas já era esperado que o técnico do Coritiba, Paulo César Carpegiani, optasse por algum esquema tático diferente no confronto com o Grêmio, na noite de quarta-feira, no Couto Pereira. O resultado das tentativas arriscadas do treinador, que improvisou um zagueiro na direita e escalou um meia aberto na ala esquerda rendeu ao Alviverde o expressivo placar de 4 a 0 no Campeonato Brasileiro. Nem Carpegiani esperava por uma vitória tão elástica.

– Sempre procurei escalar uma equipe racional, porque gosto de equipes seguras. Entramos para tentar decidir o jogo. Esperava uma boa apresentação, mas não esperava que fosse tanto. Existe essa possibilidade quando escalamos jogadores com uma característica extremamente rápida e não foi por acaso. Eles propiciaram isso com rápida troca de passes e os gols saíram naturalmente. O escore foi um pouco dilatado, mas eles fizeram por merecer – reforçou o treinador.

Fomos agudos. Foi uma escalação que não considero arriscada, porque não tenho receio nenhum de escalar três ou quatro atacantes, desde que eles participem da equipe.
Paulo César Carpegiani, técnico

Na goleada contra o Grêmio, a opção mais acertada, na avaliação de Carpegiani, foi entrar com o meia Juan improvisado na lateral esquerda. Para não abrir mão de bons jogadores que podem compor a intermediária coxa-branca, como João Paulo, Alan Santos e Raphael Veiga, o técnico optou por sacar um jogador defensivo. A solução "mirabolante" se revelou um plano tático ousado, que resolveu o problema de trocas no meio-campo alviverde. O quarteto de volantes e meias foi responsável pelo consistente volume de passes certos na partida. Ao todo, foram 325 toques corretos, com 143 passando pelos pés do grupo.

– Fomos agudos. Foi uma escalação que não considero arriscada, porque não tenho receio nenhum de escalar três ou quatro atacantes, desde que eles participem da equipe. Iniciamos com três atacantes mais um gancho, que é o Veiga. Mas preciso tecer comentários sobre o posicionamento do Juan. Se eu jogo com o Juan e um lateral normal, ele tem que jogar mais como meio-campista. Quando fiz essa armação, é óbvio que soltei mais o Juan, para compensar o setor de meio-campo. Se eu jogo com o Juan no meio campo, eu tenho que tirar alguém na frente. Quando ele saia da lateral, nesse esquema, eu teria sempre aquele resguardo da parte defensiva, que seria um lateral direito mais fixo.

E aí não tem qualquer balão ou perigo de gol. Foi uma equipe segura, firme e bem provada.

Em sete partidas à frente do Coritiba, Carpegiani não repetiu a escalação nenhuma vez. Os testes foram, principalmente, com o objetivo de acertar o setor intermediário. O técnico repete com frequência que precisa de uma "equipe segura", que não recorre aos chutes longos e bolas sem rumo. Mas o período de testes parece ter prazo de validade na mente perfeccionista do treinador.

– Considero titular todos que fazem parte do grupo. Mas o ideal é dar continuidade, repetir o time. Eu gosto de repetir os times e, agora, teremos esta possibilidade – analisa o técnico.


Adepto das metáforas, Carpegiani recorre ao que chama de "binóculo" para avaliar a trajetória do Coritiba no Brasileiro. Mas com os bons resultados, o discurso de curto prazo do treinador, que tem como único objetivo afastar o Alviverde do perigo do rebaixamento e que evita comentar possíveis aspirações na Copa Sul-Americana, também pode ganhar um novo tom.

– É muito cedo para isso (falar em renovação). Tem outras pessoas que estão comigo e tenho contrato até o final do ano. Esse não é o momento. O momento hoje é de se sentir satisfeito e ver que a garotada teve o mérito de vencer uma bela equipe. Nós estamos querendo sair dessa situação. Ainda estamos com o binóculo curto, nesta semana. Quem sabe depois possamos pegar um binóculo mais longo. Nosso objetivo agora se chama Chapecoense, para buscar um resultado que nos satisfaça.

Para manter a sequência invicta no Brasileiro, o Coritiba viaja para Santa Catarina. Contra a Chapecoense, no domingo, às 11h (horário de Brasília), o time vai pôr à prova, mais uma vez, a filosofia de Carpegiani. Se vai entrar com a mesma formação ou vai testar novas posições, só o treinador sabe. Na tabela, o trabalho tem dado certo. 


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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pr/futebol/times/coritiba/noticia/2016/09/sem-medo-de-correr-riscos-apostas-de-carpegiani-surtem-efeitos-no-coritiba.html

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