Clube norte-americano também ameaça Tricolor com outro processo pela não realização de um amistoso no estádio do Morumbi, como estava previsto no contrato
Ganso pode ser cedido ao Orlando
(Foto: Site oficial do SPFC)
(Foto: Site oficial do SPFC)
Isso porque a janela de transferências para contratações na liga norte-americana fecha na próxima segunda-feira. E, caso Ganso não seja liberado até quinta-feira, o Orlando teria tempo de correr atrás de outro jogador para a posição.
O Orlando ainda estuda entrar com outro processo contra o clube paulista por causa de um amistoso não realizado no Morumbi, como previsto no contrato de empréstimo. Segundo o advogado do time norte-americano, Paulo Luciano de Andrade Minto, essa segunda etapa só será cumprida caso o São Paulo se recuse a marcar a partida.
– O Orlando está sempre disposto ao entendimento. As duas diretorias vão conversar e ver a possibilidade de um amistoso no Morumbi, com a renda do jogo sendo dividida da seguinte maneira: 80% para o Orlando e 20% para o São Paulo. Se isso não acontecer, vamos entrar com outro processo, pedindo uma indenização – afirmou o advogado.
A ação de quase R$ 14 milhões não tem data para ser julgada.
– Estou muito confiante, até porque o São Paulo, em uma entrevista recente do seu presidente (Carlos Miguel Aidar), reconheceu que tem uma dívida com o Orlando City. O que eles não concordam é com uma parte da dívida que faz parte do processo no nosso entender. A diretoria do Orlando tem um perfil de conciliação, topa sentar e conversar. Por isso, vamos aguardar - ressaltou,.
Entenda o caso
Kaká chegou ao Tricolor em julho do ano passado, com vínculo de seis meses, já que a liga norte-americana de futebol começaria apenas em março deste ano. O São Paulo, por contrato, tinha uma série de obrigações a cumprir. Veja abaixo:
1) Durante o período de empréstimo, o São Paulo deveria pagar a Kaká o valor total de US$ 1,3 milhão, relativo ao pagamento de salários.
2) São Paulo e Orlando City deveriam disputar dois amistosos, um no Morumbi, outro em Orlando, que deveriam ser realizados respectivamente em janeiro de 2015, para marcar a despedida de Kaká da equipe brasileira, e fevereiro de 2015, para marcar a chegada do jogador ao time norte-americano.
3) O lucro com a bilheteria das duas partidas deveria ser dividido da seguinte maneira: 80% para o Orlando City e 20% para o São Paulo.
4) O São Paulo deveria repassar ao Orlando City a renda líquida total da partida de estreia de Kaká no estádio do Morumbi.
5) A partir da estreia de Kaká no Morumbi, a arrecadação nos jogos da equipe aumentou sensivelmente. O Orlando City deveria receber 20% dessa diferença, em comparação a jogos realizados antes da estreia do camisa 8.
6) O São Paulo deveria enviar ao Orlando City um documento idôneo e comprobatório mostrando o valor médio das receitas líquidas registradas no Morumbi nas quatro partidas anteriores à estreia do jogador: Botafogo, Coritiba, Grêmio e Atlético-MG. Isso tinha um prazo de dez dias para ser enviado a partir de 26 de junho de 2014.
Como esse prazo não foi cumprido, iniciou-se uma cobrança diária de US$ 10 mil até a data em que fosse feito o envio da documentação. Segundo o Orlando, foi enviada apenas uma planilha por e-mail no dia 13 de fevereiro de 2015. Isso, segundo os americanos, não serve como documento idôneo e comprobatório. Com isso, cobrou-se a multa até a última segunda-feira, o que resultou na quantia de US$ 3.780.000,00, o que convertido ao câmbio do dia 20, resultou no valor de R$ 12.133.800,00.
O valor total relativo ao item 5 deveria ser pago pelo Tricolor até o dia 15 de janeiro de 2015, o que não aconteceu. Com isso, foi acrescida uma multa de 10%, além de juros de um por cento ao mês. Aqui, o débito chegou a R$ 1.744.359,26.
Como Kaká estreou fora do Morumbi (diante do Goiás, no estádio Serra Dourada), ficou acordado entre as partes que o São Paulo cederia a renda da partida contra a Chapecoense, realizada no dia 19 de julho do ano passado: R$ 997.855,00, o que também não aconteceu. Foi repassada a renda do jogo contra o Vitória, realizado no dia 10 de agosto: R$ 869.534,00. Somando tudo o que o Tricolor deixou de pagar, a ação chegou aos quase R$ 14 milhões.
São Paulo se manifesta sobre o caso
A reportagem do GloboEsporte.com foi procurada pela assessoria de imprensa do clube do Morumbi, que trouxe informações sobre o caso. Sobre o documento comprobatório idôneo, o São Paulo alega que a planilha de prestação de contas enviada ao Orlando City foi assinada por Alexandre Leitão, CEO do clube dos Estados Unidos. De acordo com o Tricolor, isso faz do documento válido. E que como ele foi enviado no dia 13 de fevereiro, o valor da multa cairia para US$ 1,8 milhão (R$ 5,7 milhões). A multa é vista como abusiva pelo Tricolor.
Segundo o clube do Morumbi, como o contrato foi registrado no Brasil, a cobrança da multa não poderia ser feita em dólar. E, mesmo assim, deveria ser colocado no documento o valor da cotação de cada dia de atraso, não simplesmente colocar a cotação do dia 20, como foi feito.
Além disso, a ação do Orlando City é de execução e, do jeito que foi feita, não atende todos os requisitos. Por isso, dificilmente será aceita por qualquer juiz. No total, o São Paulo reconhece dever aproximadamente 10% do valor cobrado pelo clube norte-americano.
FONTE;
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